RESUMO
Introdução: Tendo em vista a estrutura patriarcal da sociedade e as estratégias de controle dos corpos femininos utilizadas para a manutenção da mesma, entende-se que as violências de gênero repercutem no cotidiano das mulheres ressignificando os sentidos atribuídos a seus corpos e sexualidade, sendo importante considerar que tal ressignificação passa pela mediação das redes sociais de suporte das mulheres. Objetivo: Compreender a influência das redes sociais de suporte junto às mulheres que sofreram violência de gênero perpetrada por parceiro íntimo, no processo de percepção de si, do seu corpo e da sexualidade. Metodologia: Pesquisa qualitativa que se utilizou da análise de conteúdo para analisar entrevistas semiestruturadas virtuais com 5 jovens mulheres influenciadoras digitais. Resultados: Foram identificadas 3 categorias analíticas que gravitam sobre as ideias de uma culpabilização pela violência vivida; as marcas da violência sobre os corpos e a sexualidade das mulheres; e o papel das redes sociais e de suporte para a superação ou manutenção da violência. Conclusão: O papel da rede social desenvolve-se tanto no apoio, quanto na reafirmação das violências vividas. Essas violências impactam o corpo, a sexualidade, e o cotidiano das entrevistadas. Cabe ao terapeuta ocupacional pensar em estratégias para ressignificar a violência vivida, o sentido dos corpos e da sexualidade das mulheres
Introduction: Bearing in mind the patriarchal structure of society and the strategies to control female bodies used to maintain it, it is understood that gender violence affects women's daily lives, giving new meaning to their bodies and sexuality, being important to consider that such resignification involves the mediation of women's social support networks. Objective: To understand the influence of social support networks on women who have suffered gender violence in the process of building their bodies and sexuality. Methodology: Qualitative research that used the content analysis method to analyze virtual semi-structured interviews with 5 young digital influencers. Results: Three analytical categories were identified that gravitate towards the ideas of blaming the violence experienced; the marks of violence on women's bodies and sexuality; and the role of social networks in overcoming or maintaining violence. Conclusion: The role of the social network is developed both in support and in reaffirming the violence experienced. These violences impact the body, sexuality, and daily life of the interviewees. It is up to the occupational therapist to think of strategies to re-signify the violence experienced, the meaning of women's bodies and sexuality.