RESUMO
A síndrome hipereosinofilica idiopática tem sido pouco divulgada entre nós, embora deva ser conhecida, por participar de distintos diagnósticos diferenciais. Assim, ao objetivar realçar a patologia os autores descrevem o caso duma senhora que apresentou necrose simétrica de extremidades distais (digitais) de membros inferiores, neuropatia periférica, comprometimento do estado geral, curvaturas anormais dos pavilhöes auriculares com necrose de seus lóbulos, hipereosinofilia persistente no sangue periférico (com achados de cerca de 50% de eosinófilos à biópsia medular) e altos níveis séricos de IgE. A resposta à terapêutica medicamentosa com corticosteróides foi considerada satisfatória. Hipouricemia constante também foi detectada. As ausências de endomiocardiopatia e de fenômenos imunoalérgicos (angioedema, urticária, entre outros) dificultam a classificaçäo e o diagnóstico numa das formas de apresentaçäo da enfermidade, observadas em estudos internacionais. Esse fato pode permitir questionar o diagnóstico de síndrome hipereosinofilica idiopática ou fazer supor distinta apresentaçäo clínica desta entidade nosológica nosológica proteiforme, obrigando a uma vigilância contínua para a detecçäo precoce de outros acometimentos. Os vários achados do caso apresentados säo comentados com aqueles descritos em várias séries da experiência internacional