RESUMO
O hábito alimentar é um fator importante na prevalência de uma série de patologias freqüentes no idoso. Verificar a influência do estado socioeconômico, nutricional e alimentar com o perfil clínico e metabólico dos idosos atendidos em um hospital geral. Estudamos 81 indivíduos acima de 60 anos (35 homens e 46 mulheres), acompanhados no Ambulatório Geral de Adultos FCM/Unicamp. Estes indivíduos foram examinados por clínicos e nutricionistas estabelecendo-se diagnósticos baseados no IMC, inquérito alimentar recordatório de 24 horas com detalhada abordagem dos hábitos alimentares e nos exames clínico-laboratoriais de cada paciente. A anamnese inclui dados socioeconômicos e prática de atividades físicas. Observamos que 71 por cento dos pacientes estavam aposentados. A renda per capita mensal era inferior a R$ 200,00 em 53 por cento dos casos; 60 por cento dos pacientes apresentavam sobrepeso ou obesidade. Esta foi considerada a patologia de base em 31 por cento dos casos clínicos; coronariopatia estava presente em 21 por cento, hipertensäo em 10 por cento e diabetes em 7 por cento dos pacientes. O consumo de hortaliças, frutas, leite e derivados e carnes, ovos e feijöes foi considerado adequado, mas o de gorduras e açúcares era exacerbado em obesos (Fisher; p=0.01), correlacionando-se com renda per capita mais elevada (Fisher; p=0.014). Também encontramos correlaçäo entre dislipidemia, hipertensäo e diabetes mellitus com o consumo de gorduras e açúcares (Fisher; p=0.03). Mostramos uma correlaçäo entre as condiçöes socioeconômicas e nutricionais com o perfil clínico e metabólico dos idosos atendidos em nosso meio. Enfatizamos a necessidade de uma abordagem ampla visando minimizar riscos e proporcionar qualidade de vida ao idoso.