RESUMO
Este trabalho discute a metodologia psicanalítica de investigação - construção do caso clínico - como recurso no tratamento das urgências subjetivas. A palavra trazida pelo sujeito que chega à instituição hospitalar psiquiátrica é recolhida como ponto norteador do tratamento, enquanto as narrativas da família e instituição também são convocadas a compor o caso. A partir da construção do caso clínico de João, verificamos a ruptura que se produz no enunciado do sujeito psicótico frente ao Outro absoluto e concreto, fazendo irromper a urgência. A posição de secretariamento adotada pela equipe na figura da analista, entretanto, suscita fragmentos de discurso que aos poucos vão dando sustentação à casa-corpo do sujeito. Essa saída inédita por ele apresentada oferta à prática elementos para pensar possíveis tratamentos ao Outro e passagem ao ato na psicose.