RESUMO
Avaliamos a prevalência de baixa estatura (BE) entre crianças com alergia respiratória acompanhadas em serviço especializado. Esses pacientes (N = 617; 8 meses a 16 anos) com alergia respiratória (asma e/ou rinite) foram avaliados quanto à presença de BE (estatura abaixo do 3§ percentil, padräo NCHS). Foram estudadas as possíveis relaçöes entre BE e sexo; idade atual; tipo, gravidade, tempo de duraçäo da doença alérgica; tratamento com corticosteróide e peso de nascimento. Além desses fatores foram avaliadas a taxa de crescimento das crianças com idades entre 2 e 10 anos e sua mudança de percentil durante acompanhamento por prazo mínimo de 6 meses. A prevalência geral de BE foi de 7,9 por cento. Näo foram observadas relaçöes entre BE e sexo, tipo e intensidade da doença alérgica e tratamento com corticosteróides. Freqüência significantemente maior de BE ocorreu entre os com doença de maior tempo de duraçäo e os com peso de nascimento inferior a 2.500 gramas. Entre as 456 crianças com idades entre 2 e 10 anos, apenas 32 tinham BE à admissäo; destas, 15 mudaram de percentil. Freqüência maior de recuperaçäo estatural ocorreu entre os pacientes com asma leve e rinite. Näo observamos diferenças entre as taxas de crescimento das crianças que mudaram de percentil e um grupo de crianças que tinha estatura no percentil 50. Essas taxas foram significantemente mais elevadas que as das crianças com BE e que näo mudaram de percentil. Estudos longitudinais por longo período säo necessários para estabelecer de modo mais adequado a relaçäo entre alergia respiratória e BE.