RESUMO
Em situações de acidente, os traumas faciais têm ocupado lugar de destaque, e as fraturas mandibulares compreendem o maior percentual de injúrias tratadas pelos cirurgiões bucomaxilofaciais. Intervenções fisioterapêuticas vêm sendo somadas à reabilitação pós-operatória, otimizando a atividade muscular pós-trauma, colaborando na recuperação das funções mastigatórias, de fonação, deglutição e posturais. Objetivo: o presente estudo objetivou comparar a evolução longitudinal da atividade elétrica do músculo masseter por meio de exame eletromiográfico em um indivíduo politraumatizado submetido à fisioterapia e outro com fratura de mandíbula sem tratamento fisioterapêutico. Sujeitos e método: para tal pesquisa, analisou-se um voluntário politraumatizado submetido a tratamento fisioterapêutico, um voluntário com fratura de mandíbula sem tratamento fisioterapêutico e três voluntários sem fraturas como grupo controle. Foi realizada uma primeira coleta de dados eletromiográficos nos primeiros dias após alta do serviço de cirurgia responsável pelo tratamento das fraturas e uma segunda coleta 60 dias após. No indivíduo submetido ao tratamento fisioterápico, realizou-se ainda uma terceira coleta após 90 dias. Resultados: o voluntário politraumatizado submetido ao tratamento fisioterapêutico, em 90 dias, obteve atividade elétrica do músculo masseter, semelhante ao grupo controle. Já o voluntário com fretura mandibular não submetido ao tratamento fisioterapêutico apresentou resultados semelhantes ao grupo controle após 60 dias de alta hospitalar. Considerações finais: conclui-se que a intervenção fisioterapêutica em pacientes politraumatizados é de grande relevância, devolvendo a condição muscular fisiológica de mastigação, no que tange à atividade elétrica, num prazo de até 90 dias, apresentando, além disso, vantagens na redução da sintomatologia desarmonizadora da função.(AU)
In cases of accident, facial trauma has stood out and mandibular fractures comprise the highest rate of injuries treated by oral and maxillofacial surgeons. Physiotherapeutic interventions have been added to postoperative rehabilitation, optimizing post-trauma muscle activity, aiding the recovery of masticatory, phonation, swallowing, and postural functions. Objective: the present study aimed to compare the longitudinal evolution of the electrical activity of the masseter muscle through electromyographic examination in a polytraumatized individual subjected to physical therapy and another individual with mandibular fracture without physical therapy. Subjects and method: the study analyzed a polytraumatized volunteer subjected to physical therapy treatment, a volunteer with mandibular fracture without physical therapy treatment, and three volunteers without fractures as control group. A first electromyographic data collection was performed in the first days after the discharge from the surgery department responsible for the treatment of fractures, and a second collection occurred 60 days later. In the individual subjected to physiotherapeutic treatment, a third collection was performed 90 days later. Results: the polytraumatized volunteer subjected to the physiotherapeutic treatment obtained, in 90 days, electrical activity of the masseter muscle similar to the control group. The volunteer with mandibular fracture not subjected to physical therapy presented results similar to the control group 60 days after hospital discharge. Final considerations: it is concluded that the physiotherapeutic intervention in polytraumatized patients is of great relevance, returning the physiological muscular condition of chewing, regarding the electrical activity, within a period of up to 90 days, also presenting advantages in the reduction of the function disharmonizing symptomatology.(AU)