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1.
Psicol. USP ; 32: e170163, 2021.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1340406

RESUMO

Resumo Em pesquisa de perspectiva etnográfica realizada em dois hospitais de trauma no município de Porto Alegre (RS), buscamos explicitar as convergências e divergências na intersecção entre práticas de saúde e de segurança pública voltadas aos homens vítimas de conflitos violentos. Analisaram-se as narrativas de múltiplos atores sociais (profissionais do campo da segurança pública e da saúde), bem como os fluxos de atendimento desses usuários de saúde e seus familiares. Os operadores conceituais centrais são inspirados nos estudos sobre tecnologias de poder (Michel Foucault, Giorgio Agamben), economia moral (Didier Fassin), masculinidades e violência. Concluímos que o hospital está firmemente articulado ao dispositivo da segurança pública por meio de práticas discursivas que fomentam a produção de masculinidades criminalizadas.


Résumé Une recherche basée sur une perspective ethnographique a été menée dans deux hôpitaux de traumatologie de la ville de Porto Alegre / RS, nous avons cherché à décrire les convergences et divergences à l'intersection des pratiques de santé et de sécurité publique à l'encontre des hommes victimes de conflits violents. Des récits de plusieurs acteurs sociaux (professionnels de la sécurité publique et de la santé) ont été analysés, ainsi que les differents chemins utilisés par ces hommes et de leurs familles à la recherche de soins. Les opérateurs conceptuels centraux s'inspirent des études sur les technologies de pouvoir (Michel Foucault, Giorgio Agamben), l'économie morale (Didier Fassin) et les masculinités et la violence (Waldemir Rosa). Nous concluons que l'hôpital est solidement lié au système de sécurité publique par des pratiques discursives qui encouragent la production de masculinités criminalisées.


Resumen En una investigación desde una perspectiva etnográfica realizada en dos hospitales traumatológicos de la ciudad de Porto Alegre / RS, se buscó explicar las convergencias y divergencias en la intersección entre prácticas de salud y seguridad pública dirigidas a hombres víctimas de conflictos violentos. Se analizaran narrativas de múltiples actores sociales (profesionales del ámbito de la seguridad pública y la salud), así como los flujos de atención de estos usuarios de la salud y sus familias. Los operadores conceptuales centrales se inspiran en estudios sobre tecnologías de poder (Michel Foucault, Giorgio Agamben), Economía moral (Didier Fassin) y masculinidades y violencia (Waldemir Rosa). Concluimos que el hospital está firmemente vinculado al sistema de seguridad pública a través de prácticas discursivas que incentivan la producción de masculinidades criminalizadas.


Abstract A research using ethnographic perspective was carried out in two trauma hospitals in the city of Porto Alegre (RS). We sought to describe the convergences and divergences of practices in the intersection between health and public safety fields regarding men injured in violent conflicts. Multiple social actors' narratives (professionals in the field of public security and health) were analysed, as well as the multiple paths of patients and their families in the search for health care. The central conceptual operators are inspired by studies on power technologies (Michel Foucault, Giorgio Agamben), Moral economics (Didier Fassin) and masculinities and violence (Waldemir Rosa). We conclude that the hospital system is firmly linked to the public security system through discursive practices that encourage the production of criminalized masculinities.


Assuntos
Humanos , Masculino , Segurança , Medicalização , Exposição à Violência , Política de Saúde , Hospitais Especializados , Ferimentos e Lesões/psicologia , Homens
2.
Trends Psychol ; 26(4): 2299-2316, out.-dez. 2018.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-986176

RESUMO

Resumo A Política de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) emerge em 2009, colocando como objeto de atenção o corpo social masculino. Tendo em vista que a saúde dos homens é uma temática atual nos estudos de gênero, buscamos retomar os principais movimentos de produção social de masculinidades atravessados pela medicalização em distintas conjunturas históricas. Para tanto, apoiamo-nos em operadores conceituais pós-estruturalistas que buscam tomar as masculinidades como frutos de determinados contextos caracterizados por relações de saber-poder e de ênero, além de outros marcadores sociais. A análise aponta para as condições de possibilidade que conduziram determinadas masculinidades ao campo da abjeção por meio da marcação racial e pelo dispositivo do trabalho enquanto estratégia de poder para a medicalização do corpo social masculino. Nesta seara, a versão brasileira das masculinidades transita pela linha limítrofe entre o trabalhador e o vagabundo, linha essa traçada por mecanismos de medicalização e criminalização operando concomitantemente.


Resumen La Política de Atención Integral a la Salud del Hombre (PNAISH) emerge en 2009, colocando como objeto de atención el cuerpo social masculino. En vista de que la salud de los hombres es una temática actual en los estudios de género, buscamos retomar los principales movimientos de producción social de masculinidades atravesados por la medicalización en distintas coyunturas históricas. Para ello, nos apoyamos en operadores conceptuales pos-estructuralistas que buscan tomar las masculinidades como frutos de determinados contextos caracterizados por relaciones de saber-poder y de género, además de otros marcadores sociales. El análisis apunta a las condiciones de posibilidad que condujeron determinadas masculinidades al campo de la abyección por medio del marcado racial y por el dispositivo del trabajo como estrategia de poder para la medicalización del cuerpo social masculino. En esta segua, la versión brasileña de las masculinidades transita por la línea limítrofe entre el trabajador y el vagabundo, línea que traza por mecanismos de medicalización y criminalización operando concomitantemente.


Abstract The Comprehensive Healthcare Policy for Men (PNAISH) emerges in 2009, presenting as object of attention the male social body. Given that men's health is a current theme in gender studies, we seek to recapture the main movemens of social production of masculinities crossed by medicalization in different historical conjunctures. To that end, we rely on post-structuralist conceptual operators that seek to take masculinities as product of certain contexts characterized by relations of power-knowledge and gender, as well as other social markers. Analysis points to the conditions of possibility that led certain masculinities to the field of abjection through racial marking and the labor device as a strategy of power for the medicalization of male social body. In this area, the Brazilian version of masculinities transits along the bondary line between the worker and the vagabond, a line drawn by medicalization and criminalization mechanisms that operate concurrently.

3.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-978843

RESUMO

RESUMO Problematiza-se neste artigo a incorporação da dimensão das masculinidades como fomentadora de estratégias de gestão na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) brasileira. A leitura aprofundada sobre as masculinidades percebidas em seu caráter interseccional pode aprimorar o contexto atual de revisão dessa política, principalmente quando características socioculturais marcantes brasileiras, como a desigualdade social e o racismo, estão diretamente associadas aos altos índices de agravos em saúde e mortalidade de homens negros, pobres e jovens em decorrência da violência urbana. Percebe-se que os discursos que colocam os homens como sujeitos que buscam os serviços de saúde apenas quando há agravamento dos sintomas são desprovidos de uma leitura que reconheça que os marcadores sociais da diferença, como classe social e raça, produzem iniquidades em saúde. A interseccionalidade permite uma visão do acesso aos serviços de saúde como dependente do território onde os homens circulam e dos meios (sociais, políticos) que influenciam o seu reconhecimento como sujeitos de direito. Tendo em vista que determinadas masculinidades são invisíveis no interior de políticas públicas de saúde, aprofunda-se a leitura acerca de masculinidade e saúde numa perspectiva pós-estruturalista, enquanto fomentadora de modos de pensar e fazer gestão em saúde do homem. Por fim, são descritos aspectos indispensáveis aos processos de revisão das diretrizes de políticas destinadas a essa população.


ABSTRACT The present article problematizes the incorporation of masculinities as a dimension to propel management strategies within the Brazilian National Policy of Comprehensive Men's Health Care (PNAISH). A close reading of masculinities as perceived through their intersectional character may contribute to improving the present context of review of this policy, especially considering that sociocultural characteristics that are essentially Brazilian, such as social inequality and racism, are directly associated with the high morbidity and mortality rates affecting black, young, and poor men as a result of urban violence. It becomes clear that the discourses that view men as subjects that seek health care services only in the presence of worsening symptoms do not recognize the role of social markers of difference, such as social class and race, in producing health inequities. Intersectionality provides a view of health care access as dependent on the territory where men move and on the (social, political) means that influence the recognition of men as rightful subjects. Given that certain masculinities are invisible within the arena of public health care policies, a deeper reading regarding masculinity and health is proposed from a post-structuralist perspective, as a means of thinking and doing men's health. Finally, the article also describes aspects that are essential for the review of the guidelines and policies aimed at this population.


RESUMEN En el presente artículo se plantea la incorporación de la dimensión de la masculinidad para impulsar las estrategias de gestión en la Política Nacional de Atención Integral a la Salud del Hombre (PNAISH) en Brasil. Una lectura detallada de la masculinidad entendida a la luz de su carácter interseccional puede mejorar el contexto actual de revisión de esa política, principalmente al considerar que algunas características socioculturales distintivas del país, como la desigualdad social y el racismo, guardan una relación directa con las altas tasas de morbilidad y mortalidad de los hombres negros, pobres y jóvenes como consecuencia de la violencia urbana. Se observa que el discurso en el cual se considera que los hombres acuden a los servicios de atención de salud solamente cuando se agravan los síntomas carece de información conducente a reconocer que los marcadores sociales de diferencia, como la clase social y la raza, producen inequidades en salud. La interseccionalidad permite tener una visión del acceso a los servicios de salud como algo dependiente del territorio donde circulan los hombres y de los medios (sociales y políticos) que influyen en su reconocimiento como sujetos de derecho. Dado que en determinados casos la masculinidad es invisible dentro del campo de las políticas públicas de salud, se propone una lectura más detallada sobre la masculinidad y la salud en el marco de una perspectiva posestructuralista, que fomente diversas maneras de pensar en la salud del hombre y de realizar la gestión correspondiente. Por último, se describen algunos aspectos indispensables para los procesos de revisión de las directrices de políticas destinadas a esa población.


Assuntos
Saúde do Homem , Masculinidade , Identidade de Gênero , Política de Saúde , Brasil
4.
Physis (Rio J.) ; 24(3): 931-949, Jul-Sep/2014.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-727144

RESUMO

As causas externas são as principais responsáveis pelo adoecimento e pela morte na população masculina brasileira jovem. Especificamente em relação aos homens inseridos no contexto criminal, se não morrem em decorrência da violência urbana, lhes é destinada a violência do cárcere. A fim de compreender o diagrama de forças implicado na produção de masculinidades criminalizadas, buscamos entender que saúde é possível para essas masculinidades marcadas pela morte física ou pela morte social. O estudo inspira-se metodologicamente na perspectiva teórica de Michel Foucault, buscando analisar, no contexto biopolítico brasileiro, a saúde dos homens privados de liberdade sob a luz da Política de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), do Plano Nacional de Atenção à Saúde no Sistema Penitenciário e da atual Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional. A análise aponta para as interseccionalidades de raça e classe social na produção do adoecimento. Os dados atuais revelam que muitos homens que adoecem na prisão morrem fora dela por falta de acesso ao cuidado em saúde. Nesta senda, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde no Sistema Penitenciário recoloca a discussão dos direitos à saúde, sobretudo no que tange à integralidade e à intersetorialidade...


The main cause of illness and death in the Brazilian young male population is external. Men involved in the criminal context die due to violence or are exposed to prison violence, the focus of this paper. In order to understand the diagram of forces involved in the production of criminalized masculinities, we aim at understanding which health is possible for these men whose fate, almost invariably, is social or physical death. Methodologically, this article is inspired by Michel Foucault perspective, analyzing, in the Brazilian biopolitical context, the discussion about public health policies directed towards men, such as Man's Health Care Policy, the Plan for Health Care in Prisons and the new National Health Care Plan for People in Prisons. The analysis indicates that race and class inter-sectionalities are directly involved in the production of incarcerated men's health. Recent data reveal that men get sick in prisons and die outside due to the lack of proper assistance. In this sense, the National Health Care Plan for Incarcerated People replaces the debate on health rights mainly related to integral and inter-sectorial aspects...


Assuntos
Humanos , Masculino , Integralidade em Saúde , Isolamento Social/psicologia , Masculinidade , Prisioneiros , Política de Saúde/tendências , Violência/psicologia
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