Efeito da dieta hipocalórica na pressão arterial e demais cofatores da síndrome metabólica / Effect of hypocaloric diet on blood pressure and other cofactors of metabolic syndrome

Introdução: a hipertensão arterial sistêmica (HAS) está associada a fatores de risco metabólicos e pode ser definida como uma doença crônica multifatorial, com valores persistentes de pressão arterial sistólica (PAS) e (ou) pressão arterial diastólica (PAD) maiores ou iguais a 140 mmHg x 90 mmHg, respectivamente. A HAS é um dos fatores que compõem a síndrome metabólica (SM) juntamente com a hiperglicemia, dislipidemia e (ou) obesidade central. Modificações no estilo de vida, como a alimentação e perda de peso, demonstraram melhorar os parâmetros cardiometabólicos nos pacientes com HAS e SM. Objetivo: verificar o efeito de uma dieta hipocalórica na antropometria, na pressão arterial e em outros cofatores da síndrome metabólica. Metodologia: trata-se de um ensaio clínico não randomizado, retrospectivo, com dados secundários, em que o mesmo grupo foi de "intervenção" e "comparador", e cujos dados foram coletados antes (baseline) e após a intervenção. A pesquisa foi realizada com 84 pacientes, adultos, com síndrome metabólica, de ambos os sexos. Os pacientes seguiram dieta com restrição calórica de 200 a 500kcal/dia, com cálculo energético em torno de 20kcal/kg de peso, valor energético total não inferior a 1200kcal, durante um período de dois meses. Foi utilizada estatística descritiva e o teste t pareado ou Wilcoxon-Sign-Rank intragrupo para analisar as variações ao longo do tempo (p < 0,05). Resultado:houve uma redução na antropometria (índice de massa corporal, circunferência da cintura, circunferência do braço e circunferência do quadril), PAS e PAD, glicemia de jejum e triglicerídeos com p< 0,05 dos pacientes após a intervenção, mas não houve melhora no HDL (p > 0,05). Conclusão: a dieta hipocalórica reduziu as medidas antropométricas, a pressão arterial e os demais cofatores da SM nos pacientes avaliados após o acompanhamento de dois meses.

Introduction: systemic arterial hypertension (SAH) is associated with metabolic risk factors and can be defined as a multifactorial chronic disease, with persistent values of systolic blood pressure (SBP) and (or) diastolic blood pressure (DBP) greater than or equal to 140 mmHg x 90 mmHg, respectively. SAH is one of the factors that make up the metabolic syndrome (MS) along with hyperglycemia, dyslipidemia and (or) central obesity. Lifestyle modifications, such as diet and weight loss, have been shown to improve cardiometabolic parameters in patients with SAH and MS. Objective: to verify the effect of a hypocaloric diet on anthropometry, blood pressure and other cofactors of the metabolic syndrome. Methodology: this is a non-randomized, retrospective clinical trial, with secondary data, in which the same group was "intervention" and "comparator", and whose data were collected before (baseline) and after the intervention. Research was carried out with 84 patients, adults, with metabolic syndrome, of both sexes. Patients followed a calorie-restricted diet of 200 to 500kcal/day, with energy calculation around 20kcal/kg of weight, total energy value not less than 1200kcal, during a period of two months. Descriptive statistics and the paired t test or intragroup Wilcoxon-Sign-Rank were used to analyze variations over time (p < 0.05). Result: there was a reduction in anthropometry (body mass index, waist circumference, arm circumference and hip circumference), SBP and DBP, fasting glucose and triglycerides with p<0.05 of patients after the intervention, but there was no improvement in HDL (p > 0.05). Conclusion: the hypocaloric diet reduced anthropometric measurements, blood pressure and other MS cofactors in the patients evaluated after a two-month follow-up.

Duração do sono, ingestão de energia e macronutrientes em indivíduos com síndrome metabólica / Sleep duration, energy and macronutrient intake in individuals with Metabolic syndrome

Introdução: a duração do sono tem sido associada à síndrome metabólica e o principal mediador entre tais fatores parece ser a dieta, pois a ingestão de quilocalorias e macronutrientes pode variar conforme as horas dormidas. Objetivo: avaliar se existe associação entre duração do sono e o consumo de energia e de macronutrientes em indivíduos com síndrome metabólica. Metodologia: trata-se de um estudo retrospectivo, transversal, com dados secundários de prontuários de pacientes adultos, atendidos entre os anos de 013-2020. A duração do sono foi categorizada em: curta para ≤6 horas por noite; adequada para 7-8 horas por noite; e longa para ≥9 horas por noite; já os dados dietéticos foram obtidos por meio da aplicação e cálculo de recordatórios alimentares de 24 horas. Após ajustes para idade e sexo, as variáveis foram avaliadas por meio do teste Qui-Quadrado, sendo considerados significativos valores de p< 0,05. Resultados: das 375 pessoas avaliadas, quase metade relatou uma curta duração de sono; entretanto, não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre a duração do sono e o consumo calórico (p=0,957), de carboidratos (p=0,975), proteínas (p=0,865) e lipídios (p=0,382). Discussão: a maior prevalência encontrada de curta duração do sono pode estar associada a algumas características sociodemográficas da população estudada, como o sexo feminino, o sedentarismo, o aumento da idade, a baixa renda e a ocupação ativa no mercado de trabalho. Conclusão: indivíduos com síndrome metabólica parecem ter menor tempo de sono, contudo, a associação do sono com o consumo alimentar ainda requer maiores investigações.

Introduction: Sleep duration has been associated with metabolic syndrome and the main mediator between these factors seems to be diet, as the ingestion of kilocalories and macronutrients can vary according to the hours of sleep. Objective: to assess whether there is an association between sleep duration and energy and macronutrient intake in individuals with metabolic syndrome. Methods: this is a retrospective, cross-sectional study, with secondary data from medical records of adult patients, treated between the years 2013- 2020. Sleep duration was categorized into: short for ≤6 hours per night; suitable for 7-8 hours per night; and long for ≥9 hours per night; dietary data were obtained through the application and calculation of 24-hour dietary recalls. After adjustments for age and sex, the variables were evaluated using the Chi-Square test, with values p<0.05 being considered significant. Results: of the 375 people surveyed, nearly half reported a short sleep duration; however, no statistically significant associations were found between sleep duration and caloric intake (p=0.957), carbohydrates (p=0.975), proteins (p=0.865) and lipids (p=0.382). Discussion: the higher prevalence of short sleep duration found may be associated with some sociodemographic characteristics of the studied population, such as female gender, sedentary lifestyle, increasing age, low income and active occupation in the labor market. Conclusion: Individuals with metabolic syndrome seem to have less sleep time; however, the association of sleep with food consumption still requires further investigation.

Biodisponibilidad de minerales que lados y no que lados: una revisión sistemática / Bioavailability of chelated and non-chelated minerals: a systematic review

RESUMEN Los minerales son elementos esenciales para la vida y su equilibrio es imprescindible para múltiples procesos fisiológicos, bioquímicos y metabólicos. La forma en que son ingeridos determina su funcionalidad. Se sugiere que los minerales quelados tienen mejor biodisponibilidad. El objetivo del trabajo fue realizar una revisión sistemática para verificar si los minerales quelados (MQ) son más biodisponibles que los no quelados (MNQ). Se revisaron publicaciones en el período entre 2007 y 2017 en las bases de datos Pubmed, Lilacs y Cochrane Library en los idiomas portugués e inglés, y con las palabras clave: "mineral chelates", "micronutrient chelate", "bioavailability micronutrient chelate", organic mineral, "iron chelate", "zinc chelate", "magnesium chelate", "copper chelate" y "chelate" y sus respectivas traducciones en portugués (idioma original de este artículo). Se seleccionaron 446 artículos, quedando 24 trabajos pendientes de aplicación de criterios de inclusión/exclusión, siendo 15 de ellos en animales (manganeso, zinc, cobre, hierro, cromo, cobalto y selenio) y 9 en humanos, sólo con hierro y calcio. Los estudios demostraron mayor absorción, transporte y biodisponibilidad para los MQ en comparación con los MNQ. Sin embargo, serían necesarios más estudios en humanos, abordando la biodisponibilidad de otros minerales, así como la estandarización de las dosificaciones de estos micronutrientes.

ABSTRACT Minerals are essential elements for life and their balance is important for multiple physiological, biochemical and metabolic processes. The way they are ingested determines their functionality. It has been suggested that chelated minerals have better bioavailability. The objective of this work was to perform a systematic review of published articles to verify if chelated minerals are more bioavailable than non-chelated minerals. Publications were reviewed in the period between 2007 and 2017 in Pubmed, Lilacs and Cochrane Library databases in Portuguese and English with the keywords: "mineral chelates", "micronutrient chelate", "bioavailability micronutrient chelate", organic mineral, "iron chelate", "zinc chelate", "magnesium chelate", "copper chelate" and "chelate" and their respective translations in Portuguese (the original language of this article). 446 articles were selected and 24 papers were left after the application of inclusion / exclusion criteria. Of these, 15 were in animals (manganese, zinc, copper, iron, chromium, cobalt and selenium) and 9 in humans, and focused on iron and calcium. The studies showed greater absorption, transport and bioavailability for chelated compared to non-chelated minerals. More human studies, however, are necessary to address the bioavailability of other minerals, as well as the standardization of the dosajes of these micronutrients.

Tempo de trânsito intestinal de indivíduos portadores de síndrome metabólica pela escala de bristol / Intestinal transit time of individuals with metabolic syndrome by the bristol scale

Introdução: a síndrome Metabólica (SM) é um transtorno de origem multifatorial que envolve a elevação da circunferência da cintura, da glicemia, da pressão arterial e dos triglicerídeos e redução do HDL-colesterol. Na etiopatogenia deste transtorno, diversos fatores genéticos e ambientais estão envolvidos, dentre eles, a alteração da microbiota intestinal pode ser um dos agentes causais deste distúrbio. Devido aos elevados custos para analisar este ecossistema, e à sua impossibilidade na prática clínica, ferramentas podem ser utilizadas com a intenção de monitorar o funcionamento intestinal, a exemplo da Escala de Bristol. Metodologia: foram avaliados indivíduos adultos e idosos com Síndrome Metabólica atendidos entre fevereiro de 2015 e maio de 2017. A síndrome metabólica foi definida de acordo com o preconizado pela Federação Internacional de Diabetes. Foi realizada anamnese com informações a respeito da consistência das fezes e coleta de medidas clínicas e antropométricas. Foi realizada análise estatística descritiva. Resultados: foram incluídos neste estudo 186 pacientes, com predominância do sexo feminino (83,9%) e indivíduos adultos (55,1%). Dentre os critérios da SM, o mais presente foi a pressão arterial elevada (95,1%), e a maior parte dos indivíduos apresentaram ritmo intestinal normal pela Escala de Bristol (54,8%). Em relação à idade entre os grupos, o que apresentou ritmo lento, teve maior média de idade (69 anos) em relação aos grupos com ritmo normal e ritmo rápido (57 e 54 anos, respectivamente). Por sua vez, indivíduos com ritmo intestinal rápido, apresentaram maiores médias de índice de massa corporal. Conclusão: indivíduos com Síndrome Metabólica parecem possuir tempo de trânsito intestinal adequado segundo a Escala de Bristol.

Introduction: metabolic syndrome (MS) is a multifactorial disorder that involves elevation of waist circumference, blood glucose, blood pressure and triglycerides, and reduction of HDL-cholesterol. In the etiopathogenesis of this disorder, intestinal health plays an important role, especially in the composition of the microbiota. Due to the high costs to analyze this ecosystem, and the impossibility in clinical practice, other tools can be used with the intention of monitoring the state of health of the microbiota such as the Bristol Scale. Metodology: adult and elderly individuals attended at the Núcleo de Pesquisa e Extensão em Genômica Nutricional e Disfunções Metabólicas of Universidade do Estado da Bahia between February 2015 and May 2017 were evaluated. Anamnesis was performed with information about the consistency of feces and Collection of clinical and anthropometric measurements. The metabolic syndrome was defined according to the International Diabetes Federation. Data were analyzed descriptively. Results: a total of 186 patients were analyzed during the study period, with a predominance of females (83.9%) and adults (55.1%). Among the criteria of MS, the most present was high blood pressure (95.1%), and most of the individuals presented normal bowel rhythm by the Bristol Scale (54.8%). In relation to the age between the groups, which presented a slow rhythm, the mean age (69 years) was higher in relation to the groups with normal rhythm and fast rhythm (57 and 54 years, respectively). In turn, individuals with fast bowel rhythm presented higher mean body mass index. Conclusion: individuals with Metabolic Syndrome seem to have intestinal transit time according to the Bristol Scale.