RESUMO
Introdução: o cirurgião-dentista possui grande relevância na identificação de abuso e negligência infantil, pois a região craniofacial é frequentemente acometida. Objetivo: verificar o conhecimento e a conduta dos estudantes de Odontologia sobre violência infantil, bem como a aquisição de conhecimentos durante a formação universitária. Métodos: Estudo transversal com 190 alunos matriculados do terceiro ao décimo período de odontologia de uma universidade pública. A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário aplicado em sala de aula contendo questões sobre a violência infantil e a conduta do cirurgião-dentista. Para a análise de dados foi realizada estatística descritiva, por meio da frequência numérica e percentual. Resultados: Os estudantes acertaram 60% das questões referentes à identificação das características orofaciais da violência infantil. Apenas 51,05% obtiveram informações sobre o assunto, sendo que a principal fonte relatada foi a internet. Concomitantemente, 32% não se consideraram capazes de identificar casos de maus-tratos infantis. Em relação à responsabilidade do cirurgião-dentista, 93,16% acredita que este possui o dever ético de denunciar e, também, 87,37% a obrigatoriedade legal de notificar casos suspeitos ou confirmados de violência infantil. Quanto ao local onde fazer a denúncia, o Conselho tutelar foi o mais referido (78,4%). Conclusão: No geral, os graduandos possuem conhecimentos satisfatórios sobre o assunto, tanto na parte de identificação quanto da conduta. No entanto, sugere-se que o tema seja mais especificamente abordado nos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Odontologia
Introduction: the dentist has great relevance in the identification of child abuse and neglect, as the craniofacial region is frequently affected. Purpose: to verify the knowledge and conduct of dentistry students about child violence, as well as the acquisition of knowledge during university education. Material and Methods: Cross-sectional study with 190 students enrolled from the third to the tenth period of dentistry at a public university. Data collection was performed using a questionnaire applied in the classroom containing questions about child violence and the behavior of the dentist. For data analysis, descriptive statistics were performed, by means of numerical and percentage frequency. Results: Students answered 60% of the questions regarding the identification of orofacial characteristics of child violence. Only 51.05% obtained information on the subject, and the main source reported was the internet. Concomitantly, 32% did not consider themselves capable of identifying cases of child abuse. Regarding the responsibility of the dentist, 93.16% believe that he has an ethical duty to report and, also, 87.37% has the legal obligation to notify suspected or confirmed cases of child violence. Regarding the place where to make the complaint, the tutelary Council was the most mentioned (78.4%). Conclusion: In general, undergraduates have satisfactory knowledge on the subject, both in terms of identification and conduct. However, it is suggested that the theme be more specifically addressed in the Pedagogical Projects of Dentistry Courses