RESUMO
Aim: To evaluate the influence of factors such as age, education level and previous treatment for infertility in the decision to donate or receive eggs. Methods: Patients visting our service for the first time answered the question: Would you donate or receive eggs?. We assessed whether the inclination to donate or receive was related to age, level of education and the previous unsuccessful treatment for infertility.Results: 313 patients were included and most (56.9%) said they would donate eggs while only 34.5% would receive a donation. When giving and receiving were evaluated jointly we observed a positive correlation between them (Pearson correlation: r = 0.537, p < 0.01). Patients that underwent previous treatments for infertility were significantly more prone to egg donation (63.4% yes vs. 36.6% no, p < 0.05 vs no previous treatment group), but not toreceive (41.8% yes vs. 58, 2% no). In high and low levels of education most patients were in favor of donation (55.4% and 61.3%, respectively), but against the idea of receiving (33.9%and 37.5%, respectively). There was no significant differences between groups. The age of the patients (< 35 years old or > 35 years old) did not influence the will do donate (58.2% and56.4% respectively) or receive eggs (36.9% and 33.0%, respectively).Conclusions: Our results help understand the factors that may influence the decision to participate in an egg-sharing scheme. We could speculate that patients who have previously undergone unsuccessful treatments are more open to egg-sharing, despite their age or educational background. It would also be relevant to investigate the psychosocial reasons that make couples more willing to donate eggs than receiving.
Objetivo: Avaliar a influência da idade, grau de escolaridade e tratamento anterior na decisão de doar ou receber óvulos. Pacientes e métodos: Mulheres atendidas em nosso serviço responderam à pergunta: Vocêdoaria ou receberia óvulos?. Avaliou-se a concordância de aceitação de ovodoação ou ovorecepção com a idade, o grau de escolaridade e tratamento anterior para infertilidade. Resultados: Foram incluídas 313 pacientes e a maioria (56,9%) respondeu que doaria óvulos enquanto apenas 34,5% receberiam. Houve correlação positiva entre doação e recepção (r = 0,537, p < 0,01). Pacientes submetidas a tratamento anterior de infertilidade se mostraram significativamente mais propensas à doação (63,4% sim vs 36,6% não, p < 0.05 vs sem tratamento anterior), mas não a receber (41,8% sim vs 58,2% não). Em níveis altos e baixos de escolaridade a maioria dos pacientes se mostrou a favor da doação (55,4% e 61,3%, respectivamente), mas contra a ideia de receber (37,5% e 33,9%, respectivamente), não houvediferenças significativas entre os grupos. A maioria das pacientes com menos ou mais de 35 anos de idade doaria (58,2% e 56,4%, respectivamente), mas não receberia (36,9% e 33,0%, respectivamente).Conclusões: Nossos resultados são relevantes para entender os fatores que podem influenciar na decisão de participar em um esquema de partilha de óvulos. Poderíamos especular que pacientes previamente submetidas a tratamentos mal sucedidos são mais aberta à ovodoação, apesar de sua idade ou formação educacional.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Técnicas In Vitro , Infertilidade Feminina/psicologia , Doação de Oócitos , Técnicas de Reprodução AssistidaRESUMO
Nas últimas décadas, o uso da laparoscopia na ginecologia apresentou aumento expressivo. Ainda é considerada por grande parte dos ginecologistas como a primeira etapa na abordagem das mulheres com dor pélvica crônica. Esta revisão de literatura analisou as indicações da laparoscopia em pacientes com dor pélvica crônica, considerando separadamente os diagnósticos etiológicos mais comuns. Foram utilizadas as bases de dados do Medline-PubMed, Lilacs e Cochrane Library. Esta revisão mostrou que é preciso cautela na indicação do procedimento endoscópico, dado que, em alguns casos, como na endometriose profunda, as complicações são graves e os resultados muitas vezes insatisfatórios, o que justifica maior incentivo ao uso de tratamentos clínicos na abordagem inicial. A laparoscopia deve ser, portanto, empregada como elemento terapêutico em casos criteriosamente selecionados
In the recent decades, the use of laparoscopy in gynecology has had a significant growth. It is still considered by many gynecologists as the first step in the evaluation of women with chronic pelvic pain. This literature review analyzed the indications of laparoscopy in patients with chronic pelvic pain, considering separately the most common etiologies. The databases of Medline, PubMed, Lilacs and Cochrane Library were used. This review showed the need of caution in the indication of endoscopic procedure, because in some cases, as in deep endometriosis, complications are serious and results are often unsatisfactory, which justifies a great incentive to the use of treatment in the initial approach. Laparoscopy should therefore be used as a therapeutic option in carefully selected cases
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Aderências Teciduais/etiologia , Anamnese/métodos , Doença Crônica , Dor Pélvica/diagnóstico , Dor Pélvica/etiologia , Dor Pélvica/terapia , Endometriose/complicações , Exame Físico , Laparoscopia/efeitos adversos , Laparoscopia , Prática Clínica Baseada em EvidênciasRESUMO
Algia pélvica crônica é definida como dor localizada na região inferior do abdômen ou da pelve com duração superior a seis meses. Sua etiologia é multifatorial e as causas ósteo-musculares (principalmente das dores na pelve, quadril, coluna lombar e membros inferiores) devem ser salientadas, pois geralmente são negligenciadas no atendimento. Na literatura são discutidas alterações músculo-esqueléticas observadas em mulheres com queixa de dores pélvidas sem diagnóstico de doenças ginecológicas; nestes casos é possível que estas alterações sejam a causa primária da dor. Entretanto, as alterações músculo-esqueléticas também podem surgir devido a postura antálgica por tempo prolongado, adotada por mulheres com doenças que levam a dor crônica (p.ex., pacientes com endometriose). O papel da fisioterapia é avaliar as condições posturais e músculo-esqueléticas que afetam o equilíbrio pélvico gerando dor nesta região. A fisioterapia, inserida na equipe multiprofissional que atende a mulher com queixa álgica, contribui para esclarecer a causa destes sintomas e atua sinergicamente nas afecções ginecológicas que geram distúrbios ósteo-musculares; isto favorece a diminuição da dor e a melhora na qualidade de vida destas pacientes
Assuntos
Humanos , Feminino , Doença Crônica , Doenças Musculoesqueléticas/complicações , Doenças Musculoesqueléticas/fisiopatologia , Doenças Musculoesqueléticas/terapia , Dor Pélvica/diagnóstico , Dor Pélvica/etiologia , Modalidades de Fisioterapia , Qualidade de VidaRESUMO
OBJETIVO: o objetivo do estudo foi verificar a prevalência do polimorfismo denominado PROGINS no gene do receptor de progesterona entre mulheres com endometriose em seus diferentes estádios. MÉTODOS: estudo caso-controle desenvolvido entre novembro de 2003 e maio de 2004. Foram analisados os genótipos de 104 mulheres, das quais 66 com endometriose comprovada por videolaparoscopia (26 mulheres nos estádios I-II e 40 nos estádios III-IV) e 38 saudáveis. A inserção Alu de 306 pares de base no intron G do gene do receptor de progesterona denominada PROGINS foi detectada por meio de reação em cadeia da polimerase e analisada em gel de agarose 2 por cento corado com brometo de etídio. Para análise estatística foi utilizado o teste ANOVA paramétrico. RESULTADOS: as amostras pertencentes aos grupos endometriose estádios I-II (grupo EndoI) e estádios III-IV (grupo EndoII) tiveram significativo aumento na incidência do alelo polimórfico do receptor de progesterona em relação ao grupo controle: 27 por cento no grupo EndoI, 38 por cento no EndoII e apenas 18 por cento no grupo controle (p < 0,001). A prevalência da inserção, quando comparamos mulheres com endometriose, independente do estádio, com as do grupo controle, foi estatisticamente superior no grupo das doentes (p = 0,0385). CONCLUSAO: há associação estatisticamente significante entre o polimorfismo PROGINS e a endometriose pélvica.