RESUMO
O objetivo deste trabalho é demonstrar a viabilidade do tratamento ambulatorial da abstinência alcoólica (TAAA) realizado por enfermeira especialista. Neste sentido, 114 pacientes abstinentes, em grau leve ou moderado, foram avaliados através de história clínica, exame físico de enfermagem e escala CIWAA (Clinical Institute Withdrawal Assesment for Alcohol). O programa de desintoxicaçäo promoveu avaliaçöes diárias por um período de sete dias, recebendo assim orientaçöes relativas a abstinência alcoólica, cuidados gerais e, quando necessário, foi utilizada terapêutica medicamentosa (BZD), como auxiliar no abrandamento dos sinais e/ou sintomas de abstinência. A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com idade média em torno de 39 anos, 75 por cento dos pacientes atendidos apresentavam abstinência leve. A insônia, a agitaçäo psicomotora e o tremor de extremidades foram os sinais e sintomas que prevaleceram no decorrer do tratamento. Apenas 20,2 por cento dos pacientes foram encaminhados a avaliaçäo específica com clínico, por apresentarem alguma queixa ou alteraçäo clínica significativa. Sendo assim, a hipertensäo arterial (30,4 por cento) e a síndrome dispéptica (26,1 por cento) mostraram-se presentes durante a investigaçäo clínica. Ao término do período de desintoxicaçäo proposto, a taxa de aderência permaneceu em torno de 73 por cento. Visando um melhor acompanhamento, os pacientes foram encaminhados a terapia individual ou em grupo, conforme a necessidade de cada um. O tratamento ambulatorial realizado por enfermeira, muito mais que oferecer uma forma alternativa de abordagem terapêutica, amplia o campo de atuaçäo do especialista em saúde mental, oferecendo a baixo custo social e assistencial, uma proposta de tratamento individualizado, objetivo, seguro e eficaz da síndrome de abstinência alcoólica.