RESUMO
Os traumatismos dos dentes decíduos resultam, na maioria das vezes, de acidentes caseiros, e na maioria dos casos afetam os incisivos centrais superiores. Os incisivos decíduos são altamente suscetíveis às luxações, sendo que 4,4 a 22 por cento delas são luxações intrusivas. Este tipo de trauma pode resultar em danos tanto para o decíduo quanto para o germe do permanente, que apresentam vários tipos de anomalias de desenvolvimento. Andreasen et al. (1971) relataram que, após trauma dos dentes decíduos, quase 50 por cento dos permanentes sucessores mostraram distúrbios nos diferentes estágios da odontogênese. A paciente citada neste relato de caso apresentava os dentes 31 e 41 com dilaceração coronária associada à descoloração branco-amarelada do esmalte. A descoloração é devida a um distúrbio interno da mineralização, acarretando hipoplasia e hipocalcificação. A dilaceração constutui-se de uma angulação aguda no longo eixo da coroa. Mesmo sem a presença de lesões cariosas, dentes dilacerados podem tardiamente desenvolver necrose pulpar seguida de periodontite apical e abcesso crônico. Para evitar essa complicação, a parte dilacerada da coroa foi removida e os dentes foram devidamente tratados. A estética e a anatomia funcional foram restabelecidas através de restauração em resina composta fotopolimerizada, associada a pino de fibra de vidro intra-radicular. Essa técnica apresenta como vantagens a simplicidade de execução, o baixo custo e a possibilidade de ser realizada em uma única sessão, além do excelente resultado estético-funcional