RESUMO
Resumo O artigo analisa como as santas casas de misericórdia do estado de São Paulo foram subvencionadas pelos governos municipais, provincial e estadual na passagem do século XIX para o XX. Para tanto, são discutidas as dotações orçamentárias realizadas de 1838 a 1915, com o fim de avaliar o repasse e a ampliação de verbas nesse ínterim. É possível notar que foi criada uma rede de assistência fortemente apoiada pelo Estado, mas efetivada pela assistência filantrópica. Essa rede de atendimento hospitalar permanece com o mesmo formato até pelo menos o primeiro terço do século XX, contexto em que se incluíam as misericórdias criadas pelo interior do estado paulista.
Abstract This article investigates how the santas casas de misericórdia charitable associations in the state of São Paulo were subsidized by the municipal, provincial, and state governments at the turn of the twentieth century. Budget appropriations from 1838 to 1915 were examined to evaluate these charitable grants as well as the growth in funding during this period. While a care network created with strong state backing, it was put into action by philanthropic assistance. This network of hospital care retained the same format until at least the first third of the twentieth century, and included misericórdia establishments created within the interior of the state of São Paulo.
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Humanos , História do Século XVIII , História do Século XIX , História do Século XX , Instituições de Caridade/história , Política de Saúde/história , Hospitais/história , Brasil , Orçamentos/história , Instituições de Caridade/economia , Instituições de Caridade/legislação & jurisprudência , Economia Hospitalar/história , Financiamento Governamental/história , Governo/históriaRESUMO
A Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, embora instituída em 1891, só passou a funcionar efetivamente em 1913 bem depois, portanto, das Faculdades de Medicina do Rio de Janeiro e da Bahia, estabelecidas no início do século XIX. Contudo, essa demora para a implantação do ensino médico em São Paulo não foi sinônimo de atraso. De acordo com as pesquisas conduzidas pela autora, o período que antecedeu a implantação da primeira escola médica paulista foi muito rico em debates e embates acadêmicos e políticos. Desse modo, a Faculdade de Medicina de São Paulo emergiu como resultante de um processo estruturado com vistas a dar destaque a seu caráter moderno e científico. Frente a grupos tradicionais, ela se impôs com sua linguagem especializada e experimental, marcando a consolidação de uma abordagem médica laboratorial, o que já era uma realidade no cenário internacional. A obra tem três capítulos. O primeiro analisa como a República paulista abordou os temas da saúde e do ensino. O segundo investiga as atividades médicas de atendimento e tratamento realizadas em diferentes instituições de São Paulo, além de examinar as revistas médicas paulistas de maior impacto naquele momento. Já o terceiro capítulo considera outras iniciativas que ajudaram a preparar o terreno para a implantação da Faculdade de Medicina. O último capítulo discute, também, as teses apresentadas, ao final do curso, pelos primeiros médicos formados em São Paulo, entre 1918 e 1926...
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Humanos , História do Século XIX , História do Século XX , Educação Médica/história , Faculdades de Medicina/história , História da Medicina , Prática Profissional/históriaAssuntos
Masculino , Feminino , Humanos , Saúde Pública/educação , Saúde Pública/métodos , Saúde Pública/normasAssuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Saúde Pública/educação , Saúde Pública/métodos , Saúde Pública/normasRESUMO
O objetivo deste texto é mostrar possíveis conexões entre o material 'desatualizado' existente em algumas bibliotecas e a memória científica nacional. A proposta é tanto reforçar a ideia de que as biliotecas sirvam claramente como locais de informação para a História das Ciências quanto forneçam dados que possam auxiliar em estudos sobre a própria História do Brasil. A intenção não é criar novos critérios de organização de descarte de material, principalmente para a bibliotecas acadêmicas especializadas, mas sim pleitear que a própria ideia de descarte seja reconstruída. Se for possível imaginar guardar tudo, conservar e acondicionar todo o material que passa por uma biblioteca, é necessário, contudo, 'estranhar' as regras tidas como naturais para decretar o fim de um acervo. Um acervo 'pouco lido' pelo seu conteúdo informacional pode ser paradigmático para outras áreas, para outros leitores, revelando novos e variados significados. Pode exprimir uma alternativas possível de fonte de estudo, de considerada em outra época. Pode traduzir o acesso a uma realidade desaparecida. Pode ter inúmeros sentidos para perguntas que a pesquisa histórica ainda está por fazer. Com o propósito de sublinhar outras perspectivas e fornecer um ponto de partida efetivo para a discussão, passa-se a descrever a configuração de dois acervos de áreas médicas, composto por periódicos criados em São Paulo entre os anos de 1889 e 1950, em uma das áreas científicas de melhor organização, catalogação, sistema de buscas e bases de dados existentes: a área da Saúde.
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História da Medicina , Bibliotecas , Publicações Periódicas como Assunto/história , BrasilRESUMO
Este artigo, decorrência da pesquisa de mestrado realizada no programa do Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde da Universidade Federal de São Paulo (2007), tem como objetivo apresentar a descrição e a análise da trajetória histórica do Jornal da Paulista, jornal universitário que surgiu na Escola Paulista de Medicina em 1987 e que circulou até 2003, quando esta já havia se transformado em universidade. Partindo do referencial teórico do semiólogo Eric Landowiski, a trajetória do Jornal da Paulista foi dividida em três fases. Na primeira, o jornal foi compreendido como uma publicação direcionada à necessidade de comunicação interna e de divulgação institucional; na segunda fase ocorreu uma intensificação na publicação de matérias de divulgação científica; e a terceira fase foi avaliada como um momento de envolvimento pleno do jornal com a comunicação pública das ciências da saúde. Apontamos que o JP constituiu-se preponderantemente como um veículo de divulgação científica das ciências da saúde.
This article is the result of a master's research developed at Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde of Universidade Federal de São Paulo (2007). It aims to present the description and analysis of the historical trajectory of Jornal da Paulista, the newspaper issued by Escola Paulista de Medicina in 1987, which circulated until 2003, when this institution had already turned into a university. Based on the theoretical framework of the semiotician Eric Landowiski, the trajectory of Jornal da Paulista was divided into three phases. At first, the newspaper was used as a publication targeted at the dissemination of the institution and to respond to the need of internal communication; in the second phase, there was an intensification of the publication of scientific articles; and the third phase was evaluated as a time when the newspaper was fully engaged in the public communication of the health sciences. The conclusion is that Jornal da Paulista was mainly a media channel for the public communication of the health sciences.
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Ciências da Saúde , Publicações de Divulgação Científica , Comunicação e Divulgação Científica , Jornais como Assunto/história , Universidades , Publicação PeriódicaRESUMO
O presente artigo analisa o processo de criacão da Bireme, Centro Latino-Americano e do Caribe de Informacão em Ciências da Saúde, relacionando-o com o contextos social, político e econômico respectivos. O período em questão assistiu à solidificacão da influência norte-americana no mundo ocidental, entre as décadas de 1950 e 1970. Nossa intencão foi resgatar documentos e depoimentos referenciais para discutir as questões envolvidas na implantacão da então Biblioteca Regional de Medicina, iniciativa que teve grande influência no âmbito da integracão cultural e científica latino-americana no campo das ciências da saúde. Procurou-se ainda estabelecer marcos analíticos que possibilitem reflexões sobre o desenvolvimento histórico da instituicão e sobre seu papel como iniciativa da Organizacão Panamericana de Saúde.
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Bibliotecas Médicas/história , Brasil , Ciência da Informação , América LatinaRESUMO
Este trabalho analisa as mudanças que ocorreram em São Paulo, entre o final do século XIX e início do século XX, e que permitem compreender como nesse período o ensino de medicina passou a fazer parte das relações entre saúde e sociedade. Foram examinadas as propostas de ensino surgidas entre os anos de 1891, quando da primeira lei que previu a instalação de uma escola médica no estado, e 1933, ano de criação da segunda faculdade de medicina paulista. Nesse período ocorriam diversas transformações nas relações médico científicas e na maneira de organizar o universo médico paulista, que também foram discutidas no trabalho. Criaram-se novas instituições como o Serviço Sanitário de São Paulo, as primeiras revistas médicas e a Sociedade de Medicina e Cirurgia de São Paulo. Além disso outras instituições existentes passavam por modificações, como o hospital da Santa Casa de Misericórdia e seus serviços. Estabelecida em 1912, a Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo estava em sintonia com aquelas transformações. Após a primeira turma de formados pela Faculdade em 1918 o universo médico se ampliou, com a criação de novas revistas e a consolidação da medicina experimental como uma forma hegemônica de produção de conhecimento e de trabalho médico. Minha intenção foi a de discutir como os processos de configuração do Estado, da nação e da república brasileira, na virada do século XIX, estavam intimamente relacionados com as definições científicas de saúde e educação que eram estabelecidas naquele momento.
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História do Século XIX , História do Século XX , Universidades , Educação Médica/história , Faculdades de Medicina/história , História da Medicina , BrasilRESUMO
Analisa a criaçäo de uma instituiçäo de ensino médico- a Escola Paulista de Medicina, concentrando sua discussäo nos processos de descentralizaçäo e ampliaçäo do ensino superior e da assistência à saúde na sociedade paulista a partir do início dos anos 30.
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Educação Médica/história , Faculdades de Medicina/história , Brasil , História da Medicina , Saúde Pública/históriaRESUMO
Analisa os projetos de criaçäo de instituiçöes de ensino médico em Säo Paulo, entre 1890 e 1930. O caso paulista é específico no Brasil em dois aspectos: primeiro, a inexistência de uma escola médica até o início do século XX; segundo, a defasagem entre a primeira lei que previa a instalaçäo da instituiçäo, em 1891, e a instalaçäo de fato de uma faculdade oficial no estado, em 1913. A perspectiva adotada é de que esse processo deveu-se essencialmente a uma tentativa de homogeneizaçäo do campo médico local. Por um lado, pelo esforço de sobrepor a fala médica à de outros grupos relacionados à saúde, principalmente o farmacêutico. Por outro lado, pela procura de caracterizar a produçäo de conhecimento local nos moldes de uma medicina laboratorial, tanto em seu viés terapêutico quanto no experimental. A conclusäo é que somente após a obtençäo de consenso sobre esses temas foi possível a criaçäo de uma escola médica em Säo Paulo na qual se pudessem relacionar ensino e medicina experimental.
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Academias e Institutos , Educação Médica/história , BrasilRESUMO
Analisa a criaçäo da Escola Paulista de Medicina (EPM), procurando discutir o papel desempenhado pelas ciências da saúde no processo de constituiçäo da sociedade paulista, principalmente na década de 1930. Pretende também contribuir para o entendimento das funçöes que a ciência assume na organizaçäo social, percebendo ao mesmo tempo os processos de constituiçäo do campo médico em particular.
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Educação Médica/história , Faculdades de Medicina/história , História da Medicina , BrasilRESUMO
Aborda a criaçäo da Escola Paulista de Medicina (EPM) no início dos anos 30, como uma instituiçäo particular de ensino superior, transformada em estabelecimento público em meados dos anos 50, possibilitando uma reflexäo sobre as especificidades da educaçäo médica produzida em Säo Paulo e pensando o médico como intelectual, profissional e cientista que procurava também desempenhar um papel próprio no conjunto da vida social paulista.
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Educação Médica/história , Faculdades de Medicina/história , Brasil , História da Medicina , Saúde Pública/históriaRESUMO
Reflete as especificidades da educaçäo médica produzida no Estado de Säo Paulo, por uma instituiçäo como a Escola Paulista de Medicina (EPM) em relaçäo ao quadro geral da formaçäo médica nos anos 30, período da fundaçäo desta instituiçäo.
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Educação Médica/história , História da Medicina , BrasilRESUMO
Aborda a criaçäo da Escola Paulista de Medicina (EPM) enquanto instituiçäo científica que permitiu discutir o papel desempenhado pelas ciências da saúde no processo de constituiçäo da sociedade paulista no início dos anos 30, analisando as relaçöes estabelecidas entre os agentes ligados à EPM e o corpo social do qual faziam parte, pensando também algumas das especificidades da educaçäo médica e das atividades científicas produzidas no período 1933-1956.