RESUMO
OBJETIVO: analisar a habilidade de ortodontistas e leigos para perceber as assimetrias faciais causadas por desvios mandibulares. MÉTODOS: foram obtidas fotografias frontais da face de dois indivíduos, sendo um do sexo masculino e outro do sexo feminino. As fotografias foram tiradas em Posição Natural de Cabeça (PNC) com desvios mandibulares progressivos - em 2, 4 e 6mm -, partindo-se da posição de Máxima Intercuspidação Habitual (MIH). Para testar a reprodutibilidade do método, utilizaram-se os Coeficientes de Correlação Intraclasse (ICC) e o teste de Kappa ponderado.As diferenças entre os examinadores leigos e ortodontistas foram investigadas através do teste de Mann-Whitney, enquanto a análise de Friedman foi utilizada para investigar as diferenças nos escores para os progressivos avanços mandibulares. Todas as estatísticas foram executadas com nível de confiabilidade de 95 por cento. RESULTADOS: os ortodontistas foram hábeis em perceber os desvios somente a partir de 4mm, quando comparados à posição de MIH (p≤0,05), enquanto os leigos tiveram o mesmo padrão para o indivíduo do sexo feminino. Porém, ao examinar o sujeito do sexo masculino, os leigos não observaram nenhuma alteração executada a partir de MIH (p>0,05). De modo geral, apesar de as medianas atribuídas pelos ortodontistas terem sido menores que as dos leigos, essa diferença foi significativa apenas para o desvio de 6mm, em ambos os pacientes. CONCLUSÕES: ortodontistas e leigos avaliaram a assimetria mandibular de modo diferente, visto que ortodontistas tendem a ser mais críticos quando as assimetrias são mais severas. Conclui-se, ainda, que existe variação na avaliação das assimetrias faciais dependendo do paciente examinado, principalmente entre os examinadores leigos.
OBJECTIVE: To analyze orthodontists' and laypersons' perceptions of facial asymmetries caused by mandibular changes. METHODS: The faces of two patients, a man and a woman, were photographed in natural head position, and additional photos were produced with progressive mandibular shifts of 2, 4 and 6 mm from maximum intercuspation (MI). Intraclass correlation coefficients (ICC) and weighted kappa coefficients were used to test method reproducibility. The differences in scores for mandibular positions between orthodontists and lay examiners were examined using Friedman analysis. All statistical analyses were performed at 95 percent confidence interval. RESULTS: Orthodontists only perceived shifts greater than 4 mm from MI position (p<0.05), and laypersons had similar results when analyzing the woman's photos. However, when examining the man's photos, laypersons did not perceive any change in relation to MI (p>0.05). Although median scores assigned by orthodontists were, in general, lower than those of laypersons, this difference was only significant for the 6-mm shift in both patients. CONCLUSIONS: Orthodontists and laypersons evaluated mandibular asymmetries differently. Orthodontists tended to be more critical when asymmetries were more severe. The evaluation of facial asymmetries also varied according to what patient was being examined, particularly among lay examiners.