RESUMO
No período compreendido entre março de 1979 a julho de 1991, cinco pacientes (quatro do sexo masculino e um do feminino) portadores de hemorragia digestiva alta (HDA) por doença de Dieulafoy (DL) foram atendidos em nosso serviço. A idade dos enfermos variou de 31 a 75 anos (média de 56 anos). Clinicamente, a DL caracterizou-se por HDA maciça, recorrente (dois a três episódios de sangramento por enfermo), COM repercussao hemodinâmica e necessidade de transfusao sanguínea (mínimo de duas, máximo de seis unidades de papa de hemácias por enfermo; média de três unidades/paciente). Realizaram-se de duas a quatro endoscopias por doente (média de 2,8 endoscopias/paciente), até a definiÇao diagnostica. Em todos os casos, a lesao foi definida como coto vascular visível sobre erosao diminuta, em fundo ou corpo gástrico. Um dos pacientes foi submetido a ressecçao em cunha da área sangrante, pois naquela época (l979) a hemostasia endoscópica nao era preconizada. O anatomopatológico confirmou a presença de artéria submucosa, anormalmente calibrosa, com ponto de rotura, o que define DL. Os demais quatro enfermos foram submetidos a hemostasia endoscópica com injeçao de soluçao hipertônica de glicose e adrenalina, seguida de álcool absoluto. Houve interrupçao definitiva do sangramento em todos os casos. A análise da literatura mundial e da casuística aqui apresentada permite afirmar que a endoscopia digestiva alta mudou a história natural da DL, contribuindo de maneira fundamental para seu diagnóstico e terapêutica.