RESUMO
OBJETIVO: Investigar as alterações macroscópicas e microscópicas do mesentério e do peritônio parietal quando se administra a solução aquosa de glicose hipertônica a 10% e a 25% na cavidade peritoneal de rato.MÉTODOS: 90 ratos fêmeas (n=90), adultos, "Wistar", jovens, com peso variando de 180 a 250 gramas foram divididos em 3 sub-grupos (A, B e C) contendo cada um 30 animais com procedimentos idênticos, diferindo apenas no período de observação. Os números de 1 a 30 constituem o grupo A ou grupo-controle (NaCl 0,9%), os números de 31 a 60 constituem o grupo B ou grupo-glicose a 10% e os números de 61 a 90 constituem o grupo C ou grupo- glicose a 25%. Realizando-se posteriormente laparotomia com incisão mediana longitudinal de pele a 2 cm abaixo do processo Xiphoideus sterni, estendendo-se por 3 cm caudalmente na linha média ventral. A escolha do procedimento a ser realizado para introdução na cavidade peritoneal de 2 ml de uma solução de cloreto de sódio 0,9% (controle), de glicose hipertônica a 10% e de glicose hipertônica a 25%. Em períodos correspondentes às 6h, 24h e 48h de pós-operatório, os animais de cada grupo foram reoperados, sendo realizada avaliação macroscópica e microscópica além dos registros das alterações histológicas do mesentério e peritônio parietal.RESULTADOS: Na microscopia do mesentério observou-se que 30 animais (33,4%) apresentaram linfonodos hiperplásicos; 6 animais (6,6%) com fibrose reacional; 10 animais (11,1%) com intensa congestão vascular; 16 animais (17,8%) com inflamação crônica inespecífica; 28 casos (31,1%) sem alteração. A microscopia do peritônio revelou 6 casos com fibrose reacional (3,3%) 174 casos (96,7%) sem alteração histológica. CONCLUSÃO: As soluções de glicose a 10% e a 25% não causam necrose tecidual quando introduzidas na cavidade peritoneal. O processo reacional inflamatório é de igual intensidade tecidual comparando-se ao uso da solução de NaCl a 0,9%.