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1.
Rev. bras. epidemiol ; 20(1): 102-114, Jan.-Mar. 2017. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-843740

RESUMO

RESUMO: Objetivo: Avaliar a prevalência de anemia, os níveis médios de hemoglobina e os principais fatores nutricionais, demográficos e socioeconômicos associados em crianças Xavante, em Mato Grosso, Brasil. Métodos: Realizou-se inquérito em duas comunidades indígenas Xavante na Terra Indígena Pimentel Barbosa visando avaliar todas as crianças com menos de dez anos. Foram coletados dados de concentração de hemoglobina, antropometria e aspectos socioeconômicos/demográficos por meio de avaliação clínica e questionário estruturado. Utilizaram-se os pontos de corte recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para a classificação de anemia. Análises de regressão linear com hemoglobina como desfecho e regressão de Poisson com variância robusta com presença ou não de anemia como desfechos foram realizadas (intervalo de confiança de 95% -IC95%). Resultados: Os menores valores médios de hemoglobina ocorreram nas crianças com menos de dois anos, sem diferença significativa entre os sexos. A anemia atingiu 50,8% das crianças, prevalecendo aquelas com menos de dois anos 2 anos (77,8%). A idade associou-se inversamente à ocorrência de anemia (razão de prevalência - RP - ajustada = 0,60; IC95% 0,38 - 0,95) e os valores médios de hemoglobina aumentaram significativamente conforme o incremento da idade. Os maiores valores de escores z de estatura-para-idade reduziam em 1,8 vez a chance de ter anemia (RP ajustada = 0,59; IC95% 0,34 - 1,00). A presença de outra criança com anemia no domicílio aumentou em 52,9% a probabilidade de ocorrência de anemia (RP ajustada = 1,89; IC95% 1,16 - 3,09). Conclusão: Elevados níveis de anemia nas crianças Xavante sinalizam a disparidade entre esses indígenas e a população brasileira geral. Os resultados sugerem que a anemia é determinada por relações complexas e variáveis entre fatores socioeconômicos, sociodemográficos e biológicos.


ABSTRACT: Objective: To evaluate the prevalence of anemia, mean hemoglobin levels, and the main nutritional, demographic, and socioeconomic factors among Xavante children in Mato Grosso State, Brazil. Methods: A survey was conducted with children under 10 years of age in two indigenous Xavante communities within the Pimentel Barbosa Indigenous Reserve. Hemoglobin concentration levels, anthropometric measurements, and socioeconomic/demographic data were collected by means of clinical measurements and structured interviews. The cut-off points recommended by the World Health Organization were used for anemia classification. Linear regression analyses with hemoglobin as the outcome and Poisson regression with robust variance and with the presence or absence of anemia as outcomes were performed (95%CI). Results: Lower mean hemoglobin values were observed in children under 2 years of age, without a significant difference between sexes. Anemia was observed among 50.8% of children overall, with the highest prevalence among children under 2 years of age (77.8%). Age of the child was inversely associated with the occurrence of anemia (adjusted PR = 0.60; 95%CI 0.38-0.95) and mean hemoglobin values increased significantly with age. Greater height-for-age z-score values reduced the probability of having anemia by 1.8 times (adjusted PR = 0.59; 95%CI 0.34-1.00). Presence of another child with anemia within the household increased the probability of the occurrence of anemia by 52.9% (adjusted PR = 1.89; 95%CI 1.16-3.09). Conclusion: Elevated levels of anemia among Xavante children reveal a disparity between this Indigenous population and the national Brazilian population. Results suggest that anemia is determined by complex and variable relationships between socioeconomic, sociodemographic, and biological factors.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Lactente , Criança , Adolescente , Hemoglobinas/análise , Indígenas Sul-Americanos , Anemia/sangue , Anemia/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Brasil/epidemiologia , Prevalência
2.
Rio de Janeiro; s.n; 2011. 70 p. tab, graf.
Tese em Português | LILACS | ID: lil-620491

RESUMO

A anemia é considerada umas das principais deficiências nutricionais no mundo. No caso dos povos indígenas no Brasil, diversos estudos indicam que se trata de uma doença que apresenta elevadas prevalências, ainda que sejam reduzidas as investigações epidemiológicas sobre o tema. O objetivo geral deste trabalho foi descrever a prevalência de anemia e os principais fatores associados entre os Xavante das aldeias de Pimentel Barbosa e Etenhiritipá, Mato Grosso, Brasil, a partir de um estudo transversal realizado em julho de 2009. A população de estudo foi composta de 584 indivíduos maior ou igual 6 meses de idade, 300 na aldeia de Pimentel Barbosa e 284 em Etênhiritipá. A dosagem de hemoglobina foi realizada utilizando-se aparelho portátil Hemocue. Foram também coletados dados de peso e estatura. Para a classificação de anemia, foram utilizados os pontos de corte propostos pela OMS (2001). A classificação do estado nutricional foi através dos índices P/I (peso para idade) e E/I (estatura para idade) para os indivíduos menor ou igual 10 anos e IMC (índice de massa corporal) para aqueles maior ou igual 10 anos. As variáveis analisadas pelo modelo logístico para crianças foram: idade, sexo, P/I; concentração de hemoglobina da mãe e do pai, número de crianças menor 5 anos no domicílio, hemoglobina média dos irmãos menor 10 anos, renda domiciliar, IMC da mãe e aldeia. Nos adultos e adolescentes de ambos os sexos, as variáveis analisadas foram: idade, IMC, renda domiciliar, aldeia e sexo. Para as mulheres (18 a 49 anos), foi também incluída nos modelos a variável de duração do mais recente intervalo interpartal. A prevalência geral de anemia foi 41,7 por cento, com maior concentração nas crianças menor 5 anos (58,4 por cento) e nos adultos maior 40 anos (47,5 por cento). Nas crianças menor 5 anos, a hemoglobina média dos irmãos menor 10 anos (utilizando o ponto de corte menor11,0g/dl) resultou em uma chance 10,70 vezes maior de ocorrência de anemia (IC 95 por cento: 5,00 - 22,91). As crianças com idade menor 2 anos apresentaram uma chance 2,86 vezes maior de desenvolver a doença (IC 95 por cento: 1,15 - 7,12). Nos adolescentes, as meninas apresentaram uma chance 4,61 vezes maior de ter anemia comparada aos meninos (IC 95 por cento: 1,79 - 11,90). Os indivíduos que residiam na aldeia de Pimentel Barbosa apresentaram uma menor chance de ter anemia se comparados aos residentes em Etenhiritipá (0,30, IC 95 por cento: 0,12 - 0,77). Nos adultos (homens e mulheres, analisados separadamente), as mulheres apresentaram uma chance 3,27 maior de ter anemia do que os homens (IC 95 por cento: 1,78 - 6,03). Nos homens e nas mulheres (analisados separadamente), nenhuma variável se mostrou associada a anemia a partir das análises logísticas. A comparação dos dados do presente inquérito com outro realizado em 1995 (quando as populações das duas comunidades residiam em uma única aldeia) evidenciou um aumento de 6,1 por cento pontos percentuais na prevalência de anemia. Em conclusão, os resultados indicam que a anemia é um importante problema de saúde nas comunidades Xavante investigadas, além de haver diferenças importantes na distribuição da doença segundo faixa etária, sexo, presença ou não de outras pessoas anêmicas no domicílio, assim como aldeia. Investigações adicionais são necessárias para avaliar a influência de outras variáveis, como de consumo alimentar, na ocorrência de anemia nos Xavante.


Assuntos
Anemia , Indígenas Sul-Americanos , Povos Indígenas , Estudos Transversais , Prevalência
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