RESUMO
Funcionários de uma empresa (n=993) foram entrevistados quanto à ocorrência de cefaléias durante um período retrospectivo de 30 dias. A prevalência foi 49,8 por cento, com frequência de 4,3+7,0 episódios e duraçao de 12,2+21,4 horas. Os diagnósticos baseados na classificaçao da Sociedade Internacional de Cefaléias, foram enxaqueca (5,5 por cento), cefaléia do tipo tensao (CTT) episódica (26,4 por cento), CTT crônica (1,7 por cento) e outras cefaléias (16,2 por cento). As mulheres foram mais acometidas e tiveram proporcionalmente mais enxaquecas que os homens. Cerca de 10 por cento dos pacientes relataram dor suficientemente intensa a ponto de prejudicar seu desempenho no trabalho, o que representou 538,75 horas nao trabalhadas. O custo indireto proporcionado pela interferência no trabalho foi estimado para cada cefaléia. O potencial prejuízo projetado à empresa devido às cefaléias é R$ 145,64 por funcionário, ou R$ 144 682,39 por ano. Como a enxaqueca é a cefaléia de maior custo, seu controle é particularmente importante no ambiente de trabalho. Há meios eficazes para reduzir sua frequência, com reflexos positivos no bem-estar e na produtividade do indivíduo. A relaçao custo-benefício favorece claramente a instituiçao de programas de prevençao e tratamento contra cefaléias crônicas.