RESUMO
O carcinoma de mama na gestação é uma neoplasia identificada até um ano após o parto. Apresenta-se como segunda causa de neoplasia associada à gravidez. Fatores como gestações cada vez mais tardias, a incidência de câncer de mama em grupos etários mais jovens, alta eficácia dos atuais métodos diagnósticos disponibilizados e os rigorosos programas de rastreamento têm proporcionado uma crescente prevalência do câncer de mama durante a gravidez. As alterações fisiológicas das mamas durante o período gestacional dificultam o diagnóstico clínico e mamográfico. A ultra-sonografia está clinicamente indicada no diagnóstico, por ser método seguro durante todo o período gestacional. Ela especifica as características dos nódulos e orienta a punção aspirativa, obtendo material para citologia oncótica ou anatomopatológica e triagem do câncer de mama. O estadiamento é imprescindível para o tratamento, o sistema de estadiamento para os tumores, estabelecido pela União Internacional Contra o Câncer em 1987. Prognóstico é semelhante ao câncer de mama fora do período gestacional,sendo a metástase para linfonodos o principal fator prognóstico. O aborto não favorece o prognóstico. A mastectomia e a dissecação axilar nível I e II são o tratamento de escolha. No terceiro trimestre, pode ser realizada cirurgia conservadora, seguida de irradiação após o parto. A quimioterapia tem relativa segurança no período gestacional e deve ser usada a partir do segundo trimestre. A radioterapia e a terapia hormonal com citrato de tamoxifeno estão contra-indicadas. Para próxima gravidez, são recomendados intervalos de dois até cinco anos de acordo com o estadiamento do tumor.
Gestacional breast cancer is a malignancy identified either during gestation or up to one year after conception. It is the second most frequent gestational malignancy, coming after cancer of the uterine cervix. Pregnancies at an older age, an increasing incident of breast cancer in yonger women, greater efficacy of available diagnostic methods, and strict screening programs are factors related to a greater prevalence of gestational breast cancer. The physiological changes the breast undergoes during pregnancy make both the clinical and mammographic diagnoses more difficult. Ultrasound scanning is clinically indicated for the diagnosis of gestational breast tumors due to its safety throughout pregnancy. Besides characterizing the nodules, ultrasound scanning guides fine-needle aspiration, providing material for oncotic cytology or histopathology and screening for breast cancer. Once diagnosed, staging is paramount for definition or appropriate management. The TNM saging system established by the International Union Against Cancer, in 1987, is used. Prognosis is similar to non-gestational breast cancer, lymph node metastases being the main prognostic factor. Abortion does not influence prognosis. Mastectomy and levels I and II axillary lymph node dissection are the traditional treatments of choice. Patients in the third trimester may undergo conservative surgery followed by postpartum radiotherapy. Chemotherapy is relatively safe during pregnancy and must be used as from the second trimester. Radiotherapy and hormonal therapy with tamoxifen citrate are contraindicated during gestation. The time span that should be observed until the patient gets pregnant again is controversial, with intervals from two to five years being recommended according to tumor staging.
Assuntos
Neoplasias da Mama , Gravidez , Radioterapia , Período Pós-Parto , Mastectomia , Estadiamento de NeoplasiasRESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de morbidade materno-fetal em pacientes com diabetes gestacional. Material e Métodos: Usando o protocolo proposto pelo Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia, 386 pacientes foram recrutadas do Ambulatório de Gravidez de Alto Risco/Maternidade Therezinha de Jesus, da Universidade Federal de Juiz de Fora, por um período de 4 anos. Resultados: As complicações maternas foram: níveis elevados de glicemia que exigiram insulinoterapia para o controle de diabetes gestacional (50%), infecção do trato urinário (15%), candidíase (15%) e doença Hipertensiva Específica da Gravidez (5%). As complicações fetais relatadas ao diabetes gestacional incluíram: macrossomia (55%), prematuridade (20%) e polidrâmnio (10%). Conclusão: O diabetes gestacional foi associado a um aumento na morbidade materno-fetal, exigindo uma estrita supervisão para detectar e tratar as complicações.
Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Diabetes Gestacional , Complicações na GravidezRESUMO
O diabetes gestacional é uma disfunção do metabolismo de carboidratos e afeta aproximadamente 5% de todas as gestações. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência dos fatores de risco associados ao diabetes gestacional. Material e Métodos: um total de 386 gestantes foi estudado, 20 com diabetes gestacional confirmado. Todas as pacientes foram recrutadas do Ambulatório de Gravidez de Alto Risco, Disciplina de Obstetrícia/Maternidade Therezinha de Jesus, Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil, de Maio de 2000 a maio de 2004. Os seguintes fatores de risco foram avaliados: diabetes gestacional em gestações prévias, história de diabetes em parentes de primeiro grau, idade = 25 anos, índice de massa corporal >26, história de macrossomia fetal, mortalidade perinatal e hipertensão durante a gravidez. A análise estatística foi realizada através do programa de Estatística em Saúde Pública Epinfo 6.0. Resultados: Os principais fatores de risco associados ao diabetes gestacional foram idade =25 anos (75%), obesidade (45%), história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau (70%), hipertensão (35%). Conclusão: O reconhecimento clínico do diabetes gestacional é importante porque o tratamento (dieta e/ou insulina) e o acompanhamento pré-natal podem reduzir a mortalidade perinatal.