Incidência e evolução da otite média secretora em crianças com síndrome de Down / Incidence and evolution of secretory otitis media in children with Down's syndrome

Foi realizado um estudo coorte para avaliar a incidência e a evolução da otite média secretora nas crianças do Grupo de Estudos de Síndrome de Down do Ambulatório da Divisão de Clínica Otorrinolaringológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Das 73 crianças avaliadas, 50 (68,5 por cento) foram selecionadas para análise da incidência e 33 (31,5 por cento) para a evolução. A otite média secretora foi observada em 56 por cento das crianças, não sendo notada diferença entre os sexos, a presença de obstrução de via aérea superior e estenose do meato acústico externo. Foram observados baixa eficácia do tratamento clínico, dificuldade cirúrgica em 26,1 por cento das crianças e resolução da otite em 50 por cento das crianças submetidas adenoidectomia ou adenotonsilectomia associada ou não a colocação de tubo de ventilação.A cohort study was performed to evaluate the incidence and the effects of treatment of secretory otitis media in children from the Down's Syndrome Study Group of the Otolaryngologic Department of the Clinical Hospital of the University of São Paulo Medical School. Fifty (68,5 per cent) of 73 children were used to the incidence evaluation and 33 (31,5 per cent) were followed-up for evolution analisys. The disorder was observed in 56 per cent of the children. Sex, upper airway obstruction and stenotic external auditory canal showed no statistical relationship with the incidence of the secretory otitis media. Low success rates of clinical treatment, 26,1 per cent of failed tympanostomy tube insertion and 50 per cent of effusion resolution after adenoidectomy or adenotonsillectomy in association with or without placement of tympanostomy tube were observed...

Retalho cutâneo em V no tratamento da estenose do traqueostoma, após laringectomia total / V skin flap in the treatment of tracheostomal stenosis following total laryngectomy

O princípio básico da técnica cirúrgica adotada para tratar a estenose cicatricial do traqueostoma, após laringectomia total, é a interposiçäo de um retalho cutâneo em V, por avançamento em Y - V ou rotaçäo simples, na parede posterior da traquéia. O retalho em V aumenta a circunferência traqueal e redireciona a cicatrizaçäo circular constritiva do traqueostoma, prevenindo a restenose. Este estudo prospectivo apresenta os resultados dessa técnica em 14 pacientes com estenose cicatricial do traqueostoma, tratados no período de 1980 a 1996. Os resultados dessa técnica têm sido gratificantes. O traqueostoma mantém - se estável logo após o término da cirurgia (näo requer cânula traqueal) e näo restenosa com o decorrer do tempo, com período mínimo de seguimento de um ano. Essa técnica é de execuçäo simples, apresenta baixa morbidade, pode ser realizada em toda a configuraçäo do estoma traqueal estenosado e também na construçäo do traqueostoma, durante a laringectomia total. A viabilidade do retalho em V näo é afetada pela radioterapia (71 por cento dos pacientes), quer pré ou pós-traqueostoma

Laringocele e cisto sacular primário: tratamento cirúrgico por via externa: ressecçäo através da membrana tíreo-hióidea / Primary laryngocele and saccular cyst: surgical treatment by external approach: resection through thyrohyoid membrane

O laringocele e o cisto sacular sao duas patologias raras da laringe, similares no que diz respeito a que ambas representam uma dilataçao anormal do sáculo laríngeo, e distintas no que se refere ao fato de que o interior do cisto sacular nao contém ar, e nao se comunica com o lume laríngeo, como ocorre na laringocele. Este trabalho visa apresentar a experiência adquirida com 9 pacientes (período de 1973-1994), portadores de laringocele e cisto sacular primário (nao associado a outras patologias da laringe, especialmente tumores). Destes 9 pacientes, 5 apresentaram laringocele (3 exteriorizadas e 2 internas), e 4 apresentavam cisto sacular (3 laterais e 1 anterior). Todos os pacientes eram adultos, com idade variando entre 18 e 69 anos, e receberam tratamento cirúrgico por via externa (exérese submucosa da lesao através da membrana tíreo-hióidea). Nao houve recidiva com o decorrer do tempo, e os pacientes foram acompanhados por período mínimo de 2 anos.