RESUMO
Propõe-se a explorar a habitação coletiva, investigando suas características, suas transformações e seus significados em uma perspectiva histórica. Na cidade do Rio de Janeiro essas transformações são percebidas desde as estalagens de meados do século XIX até os primeiros edifícios de apartamentos, na década de 1930. A leitura que se realiza desse padrão de moradia resgata o conceito de habitação coletiva - que havia sido substituído pelo de habitação multifamiliar - e analisa os seus diferentes tipos em sua materialidade e nas representações que se fizeram deles: cortiços, estalagens, casas de cômodos, avenidas, vilas casas de pensão, casas de apartamentos, edifícios de apartamentos. Sustenta ainda que a habitação coletiva é uma manifestação própria da modernidade, analisando o processo de suas transformações através dos tempos modernos. A trajetória de sua modernização no Rio de Janeiro - de habitação popular a habitação da classe média - se constituiu um processo social complexo, contraditório e excludente. A partir dessa abordagem é proposta uma discussão sobre a modernidade e a aquitetura, trazendo uma contribuição também para a história da arquitetura carioca.