RESUMO
No Brasil, benzodiazepínicos são a terceira classe de drogas mais prescrita, e 5,6% da população já os usou na vida. Não há trabalhos brasileiros avaliando a prescrição de benzodiazepínicos na atenção primária, o que não deveria ocorrer em um sistema tão completo e complexo como o Sistema Único de Saúde.O uso de benzodiazepínicos é mais comum em mulheres, de duas a três vezes mais do que em homens, e aumenta conforme a idade.Dentre as prescrições de benzodiazepínicos, 52,7% eram direcionadas para pacientes de 65 anos ou mais e de quantidades duas vezes maiores de medicamento que para adultos de 20 a 29 anos.As chances de prescrição aumentam se o médico é homem, formado como generalista e antes de 1959. O motivo mais citado e comum para a prescrição de benzodiazepínicos em todos os artigos revisados é a falta de tempo, que impediria outras orientações, também importantes, para as queixas de ansiedade e insônia.Clínicos gerais geralmente subestimam a quantidade de seus pacientes que fazem uso de benzodiazepínicos ou a gravidade deste uso, os efeitos colaterais das drogas, ou até mesmo veem a guideline como inadequado à realidade.