Inibidores epigenéticos como reguladores de linfócitos T CD8+ humanos / Epigenetic inhibitors as regulators of human CD8 T lymphocytes

Linfócitos T CD8 são células chave na resposta antitumoral. Uma vez ativadas, sofrem mudanças epigenéticas, adquirem fenótipos distintos e sua função está ligada ao potencial citotóxico e produção de mediadores inflamatórios. Porém, na resposta antitumoral, tais células encontram-se disfuncionais. Assim, estratégias capazes de reprogramar as células TCD8 podem aumentar sua eficácia. Inibidores epigenéticos são capazes de modular o perfil de células T CD4, mas os efeitos em células T CD8 ainda não estão totalmente esclarecidos. Portanto, buscamos identificar possíveis inibidores epigenéticos que sejam capazes de modular a atividade e o perfil fenotípico de linfócitos T CD8. Para tal, células T CD8 foram isoladas por sorting a partir de PBMC de doadores saudáveis e cultivados em placas de 96 poços na presença de coquetel de ativação (DynaBeads anti-CD3/CD28, IFN- e IL-2 recombinantes) e 1µM de diferentes inibidores epigenéticos (MS023, A485, L-MOSES, A-196, GSKLSD1, A366). Linfócitos T CD8 não estimulados e linfócitos T CD8 ativados na ausência de inibidores epigenéticos foram utilizados como controles. Após 4 ou 8 dias de cultura, as células foram coletadas e analisadas por citometria de fluxo para avaliação de marcadores ligados à ativação (CD69), função (IFN- e granzima B), diferenciação (CCR7, CD45RA) e exaustão (PD-1, TIGIT). As células foram adquiridas no citômetro de fluxo BD FACSymphony A5, e a análise estatística foi feita através do software GraphPad Prism 9. Realizamos ensaios in vitro nos quais células T CD8 foram ativadas na presença ou não de diferentes inibidores, com um deles apresentando intenso potencial de modular células T CD8: o A485, um inibidor seletivo do bromodomínio p300/CBP. Os nossos dados mostram que o A485 aumentou a ativação celular, evidenciado pelo aumento da frequência de células TCD8+CD69+. Este inibidor também foi capaz de modular o fenótipo de memória das células T, polarizando-as para um perfil TN/TSCM, diferentemente do controle e dos outros inibidores, que induziram um perfil TEM (células T efetoras de memória). Após oito dias, o tratamento com o inibidor A485 resultou em menor frequência de células PD-1+ e de células TIGIT+ em comparação com o controle. De relevância clínica, o inibidor A485 foi capaz de modular células CAR-T anti-CD19 isoladas de produtos de infusão, aumentando a frequência do marcador CD69 e modulando seu perfil fenotípico, menos diferenciado, em comparação ao controle. Além disso, o inibidor A485 potencializou a ação antitumoral das células CAR-T anti-CD19 em ensaios de co-cultura com a linhagem celular Daudi CD19+. Em resumo, os nossos dados mostram que a inibição de p300/CBP induz um perfil TN/TSCM em células T CD8 ativadas e em células CAR-T, potencializando as suas atividades antitumorais. Posto que a retenção do perfil TN/TSCM favorece o controle tumoral, esses achados podem ter implicações clínicas para pacientes com doenças hematológicas e com tumores sólidos.

CD8 T lymphocytes are key cells for the induction of antitumor responses. Once activated, these cells undergo epigenetic changes, acquire distinct phenotypes, and their function is linked to the production of cytotoxic and inflammatory mediators. However, these cells are dysfunctional within the tumor microenvironment. Therefore, strategies capable of reprogramming CD8 T cells can enhance their antitumor efficacy. Previous studies have shown that epigenetic inhibitors can modulate the profile of CD4 T cells, but the effects on CD8 T cells are still to be clarified. Thus, we aimed to identify possible epigenetic inhibitors that can modulate the activity and phenotype of CD8 T lymphocytes. To do this, CD8 T lymphocytes were isolated by cell sorting from healthy blood samples and cultured in 96-well plates in the presence of a polyclonal stimulatory cocktail (i.e., anti-CD3/CD28 DynaBeads, recombinant (r)IFN-, and rIL-2) along with 1µM of different epigenetic inhibitors (i.e., MS023, A485, LMOSES, GSKLSD1, and A366). Unstimulated CD8 T lymphocytes and polyclonally-stimulated CD8 T lymphocytes in the absence of epigenetic inhibitors were used as controls. After 4 or 8 days of culture, the cells were analyzed by flow cytometry for the assessment of cell markers related to activation (CD69), function (IFN- and granzyme B), differentiation (CCR7 and CD45RA) and exhaustion (PD-1 and TIGIT). Cells were acquired by the BD FACSymphony A5 cytometer, and statistical analyses were done using the GraphPad Prism 9 software. First, we conducted in vitro assays in which CD8 T cells were activated in the presence or absence of different inhibitors. A485, a p300/CBP bromodomain inhibitor, showed a potent modulatory effect on CD8 T cells. The inhibitor A485 increased T cell activation, observed by the increased frequency of CD69+ CD8 T cells. This inhibitor could also modulate the T cell memory phenotype, polarizing them towards a TN/TSCM profile, unlike the control and the other inhibitors, which polarized them towards to the TEM (effector memory T cells) profile. When the analyses were conducted after eight days of culture, we observed that the treatment with the A485 inhibitor resulted in a lower frequency of PD-1+ and TIGIT+ T cells compared with CD8 T cells activated in the absence of the inhibitor. Of clinical relevance, A485 was able to modulate anti-CD19 CAR-T cells isolated from pre-infusion products by positively regulating the frequency of CD69+ CAR-T cells and modulating their memory phenotype, keeping these cells less differentiated. In addition, A485 potentiated the in vitro antitumor activity of antiCD19 CAR-T cells in co-culture assays with the CD19+ Daudi cell line. In summary, our data show that the p300/CBP inhibition induces the TN/TSCM profile in CD8 T cells and CAR-T cells, thus boosting their antitumor activitiesSince the TN/TSCM phenotype has been shown to be favorable for tumor control, these findings can be of clinical interest for patients with hematological malignancies and solid tumors.

Monitoreo de las insuficiencias orgánicas en pacientes graves con hemopatías malignas por el uso de las células CAR-T / Monitoring of organ failures in critically ill patients with blood malignancies by the use of CAR - T cell

Introducción: La inmunoterapia con células T modificadas con receptor quimérico antígeno específico es un tratamiento prometedor para hemopatías malignas. Sin embargo, la activación dirigida de la respuesta inmunitaria desata en ciertos casos complicaciones específicas graves y mortales. Objetivos: Describir el monitoreo de las complicaciones por el uso de las células T con receptor antígeno quimérico en pacientes graves con hemopatías malignas. Métodos: Se realizó una investigación bibliográfico documental acerca del tema. Se consultaron las bases de datos de SciELO y PubMed de los últimos cinco años. Conclusiones: Se describieron las complicaciones derivadas de la terapia con células inmunoefectoras, que aumentan el desarrollo de insuficiencias orgánicas, a través del síndrome de liberación de citoquinas y el síndrome de toxicidad neurológica. El tratamiento se basó en establecer medidas de monitorización y soporte, tratamiento con anticonvulsivantes, corticosteroides e ingreso en los servicios de medicina intensiva de forma precoz. Se disminuyó el riesgo en la aparición de complicaciones y muerte con un adecuado monitoreo de las insuficiencias orgánicas derivadas de la inmunoterapia de células T con receptor antígeno quimérico.

Introduction: Immunotherapy with T-cells modified with antigen-specific chimeric receptor is a promising treatment for malignant hemopathies. However, the targeted activation of the immune response in certain cases unleashes specific severe and fatal complications. Objectives: To describe the monitoring of complications from the use of CAR T-cells in critically ill patients with blood malignancies. Methods: A bibliographical-documentary research on the subject was carried out. The SciELO and Pubmed databases of the last five years were consulted. Conclusions: Complications derived from the therapy with immunoeffector cells are described, which increase the development of organ failures, through the cytokine release syndrome and the neurological toxicity syndrome. Treatment is based on monitoring and support measures, treatment with anticonvulsants, corticosteroids, and early admission to intensive care. With adequate monitoring of organ failure derived from chimeric antigen receptor T-cell immunotherapy, a decreased risk of complications and death in these patients was carried out.

Imunoterapia com células CAR-T como nova perspectiva de tratamento da leucemia linfoblástica aguda recidivada/refratária / Immunotherapy with CAR-T cells as a new treatment perspective for relapsed/refractory acute lymphoblastic leukemia

Introdução: O tratamento da leucemia linfoblástica aguda (LLA) atualmente baseia-se em quimioterapia e/ou transplante de células tronco hematopoiéticas; entretanto, uma nova terapia vem se tornando promissora: a imunoterapia com células T modificadas geneticamente que expressam um receptor de antígeno quimérico (CAR-T) visando antígenos específicos presente em blastos de LLA, gerando resultados promissores em crianças e adultos com doença recidivada e refratária (r/r). Objetivo: Discorrer sobre a LLA e descrever a imunoterapia com CAR-T, como inovação terapêutica no tratamento da LLA de linhagem B. Método: Foi realizada uma revisão bibliográfica por meio de publicações indexadas nas bases de dados Scielo e Pubmed, utilizando os descritores: leucemia linfoblástica aguda de células B; células CAR-T; receptores de antígeno quimérico, recidivados/refratários; imunoterapia. Resultados: As altas taxas de remissão completa (42% até 100%) e parcial (28,5%) da LLA (r/r) tratadas com CAR-T, possibilitam um aumento considerável da sobrevida geral comparado a outros tratamentos convencionais. Efeitos desfavoráveis, tais como síndrome da liberação de citocinas (CRS) (0 até 90%) e neurotoxicidade (NT) (0 até 29%) podem ser vistos, sendo manejáveis, não prejudicando o desfecho do tratamento. Conclusão: A LLA é uma doença grave, de difícil tratamento e prognóstico reservado. A imunoterapia vêm se mostrando promissora à essa enfermidade, principalmente em casos de doença r/r se mostrado uma ferramenta poderosa que permite o foco específico de células malignas por meio de engenharia de células T

Introduction: The treatment of acute lymphoblastic leukemia (ALL) is currently based on chemotherapy and/or hematopoietic stem cell transplantation; however, a new therapy is becoming promising: immunotherapy with genetically modified T cells that express a chimeric antigen receptor (CAR-T) targeting specific antigens present on ALL blasts, reaching promising results in children and adults with relapsed and refractory disease (r/r). Objective: To discuss ALL and describe immunotherapy with CAR-T as a therapeutic innovation in the treatment of B-lineage ALL. Method: A literature review was carried out through publications indexed in the Scielo and Pubmed databases, using the following descriptors: B-cell acute lymphoblastic leukemia; CAR-T cells; chimeric antigen receptors, relapsed/refractory; immunotherapy. Results: The high rates of complete (42% to 100%) and partial remission (28.5%) of ALL (r/r) treated with CAR-T allows a considerable increase in overall survival compared to other conventional treatments. Unfavorable effects such as cytokine release syndrome (CRS) (0 to 90%) and neurotoxicity (NT) (0 to 29%) can be seen, being manageable, not impairing the treatment outcome. Conclusion: ALL is a serious disease, with a difficult treatment and poor prognosis. Immunotherapy has shown benefits for this disease, especially in cases of r/r ALL, showing itself to be a powerful tool that allows the specific focus of malignant cells through T cell engineering.