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1.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e243741, 2023.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1431125

RESUMO

Este artigo reflete sobre os modos como a cisnormatividade, conceito impulsionado pelos transfeminismos, tem auxiliado na composição da psicologia de maneira histórica. Ao elaborar uma crítica sobre como a violência de gênero está expressivamente presente no território brasileiro, discute-se como tem sido pensada a saúde mental, esfera que, uma vez inserida nesse contexto mais amplo, está sendo convocada a produzir saídas criativas em relação aos sujeitos que são alvo de discriminações transfóbicas. Na busca de deslocar o olhar do indivíduo para o social, foi realizado um estudo bibliográfico para investigar os diferentes impactos que a cisnormatividade opera em nossos currículos psicológicos, gerando efeitos na prática e na própria profissão. A aposta está em reconhecer outras epistemologias como projetos éticos e políticos a uma psicologia contemporânea, e a contribuição transfeminista a "outra" clínica. É nesse sentido que este trabalho se destina a pensar um modo de cuidado que esteja baseado na singularidade, mas que, ao mesmo tempo, seja capaz de dedicar alguma atenção ao paradigma normativo que nos guia como terapeutas.(AU)


This article reflects on the ways that cisnormativity, a concept boosted by transfeminisms, has played a historical role in the composition of psychology. Elaborating a criticism on how gender violence is expressively present in the Brazilian territory, we discuss how mental health is conceived, a sphere that, inserted in this wider context, is invited to create creative solutions related to the subjects who are the target of transphobic discrimination. Trying to shift the focus from the individual to the collective, a bibliographical study was conducted to recognize the different impacts that cisnormativity has in our psychological curriculums, having effects on the practice and on the profession itself. The goal is to recognize other epistemologies as ethical and political projects for contemporary psychology and the transfeminist contribution to "another" clinic. It is in this sense that this work aims to think about a form of care that is based on singularity, but that can also pay attention to the normative paradigm that guides us as therapists.(AU)


Este artículo reflexiona sobre las formas en que la cisnormatividad, un concepto impulsado por los transfeminismos, ha tenido un papel en la composición de la psicología de manera histórica. Al elaborar una crítica sobre como la violencia de género está expresamente presente en el territorio brasileño, se discute cómo se ha pensado la salud mental, dominio que, una vez insertado en este contexto más amplio, es convocado a producir soluciones creativas con relación a los sujetos que son objeto de discriminación transfóbica. Al desviar el enfoque del individuo hacia lo social, se realizó un estudio bibliográfico para investigar los diferentes impactos que tiene la cisnormatividad en nuestros planes de estudios psicológicos, generando efectos en la práctica y en la propia profesión. El foco está en reconocer otras epistemologías como proyectos éticos y políticos para la psicología contemporánea y la contribución transfeminista a una "otra" clínica. En este sentido, este trabajo pretende pensar en una forma de cuidado que se basa en la singularidad, al mismo tiempo que sea capaz de dedicar cierta atención al paradigma normativo que a nosotras nos guía como terapeutas.(AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Psicologia , Feminismo , Sexismo , Hospitais , Ansiedade , Preconceito , Psiquiatria , Psicanálise , Psicologia Social , Desenvolvimento Psicossexual , Religião , Reprodução , Fenômenos Fisiológicos Reprodutivos e Urinários , Ciência , Autoimagem , Sexo , Comportamento Sexual , Delitos Sexuais , Ajustamento Social , Mudança Social , Justiça Social , Problemas Sociais , Terapêutica , Transexualidade , Travestilidade , Comportamento e Mecanismos Comportamentais , Biologia , Imagem Corporal , Adaptação Psicológica , Caracteres Sexuais , Direitos Civis , Diversidade Cultural , Sexualidade , Discurso , Heterossexualidade , Desumanização , Agressão , Grupos Raciais , Desenvolvimento Sexual , Direitos Sexuais e Reprodutivos , Saúde de Gênero , Assistência à Saúde Mental , Existencialismo , Feminilidade , Masculinidade , Procedimentos de Readequação Sexual , Cirurgia de Readequação Sexual , Saúde Sexual , Homofobia , Pessoas Transgênero , Normas Sociais , Comportamento de Busca de Ajuda , Disforia de Gênero , Minorias Sexuais e de Gênero , Construção Social do Gênero , Pessoas Cisgênero , Binarismo de Gênero , Androcentrismo , Estereotipagem de Gênero , Estudos de Gênero , Liberdade , Respeito , Angústia Psicológica , Empoderamento , Pessoas Intersexuais , Intervenção Psicossocial , Equidade de Gênero , Papel de Gênero , Genitália , Minorias Desiguais em Saúde e Populações Vulneráveis , Cidadania , Culpa , Ódio , Hostilidade , Crise de Identidade , Individuação , Moral
2.
Interdisciplinaria ; 39(2): 229-248, ago. 2022. tab, graf
Artigo em Espanhol | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1385928

RESUMO

Resumen Debido al arquetipo tradicional del género como una construcción binaria, la visibilidad emergente de la comunidad trans sigue siendo una cuestión social cargada de mitos y actitudes discriminatorias. El objetivo de este trabajo fue construir y validar dos escalas, una de actitudes negativas hacia las personas transexuales y transgénero y otra sobre la interiorización de mitos sobre las personas trans. Se trabajó con una muestra aleatoria estratificada de 302 mujeres de la Facultad de Trabajo Social de la Universidad Autónoma de Nuevo León (UANL) en Monterrey (México). La escala de actitudes está conformada por 26 ítems agrupados en tres dimensiones y la escala de interiorización de mitos hacia la transexualidad, por 25 ítems agrupados en cuatro dimensiones. Ambos instrumentos se diseñaron con formato de respuesta tipo Likert con puntajes de 1 a 5. El ajuste de ambas escalas se probó mediante indicadores de consistencia interna, con valores satisfactorios de alfa de Cronbach en cuanto a la escala de actitudes (transfobia institucional: .878, malestar personal: .882, desviación/cambiabilidad: .745) y para la escala de mitos (conducta y orientación sexual: .739, sistema sexo/género: .638, relacional: .769, aspectos psicológicos y medicalización: .835). Por otro lado, se realizó el análisis de modelamiento por ecuaciones estructurales y se obtuvieron índices de ajuste satisfactorios y relaciones aceptables entre las escalas. Se encontraron puntuaciones más altas en la escala de mitos que en la escala de actitudes; esto se explica en parte por la reproducción de acciones estigmatizantes hacia las personas trans. Se corrobora que las actitudes y los mitos se correlacionan de forma directa entre sí.


Abstract Due to the traditional archetype of gender as a binary construction, the emerging visibility of the transgender community (transsexuals, transgender and transvestites) remains as a social issue with myths and discriminatory attitudes. Also, it is generally accepted that social attitudes toward minority groups are related to opinions about policy affecting those groups. After reviewing past literature and existing measures about attitudes towards transgendered people, it is well-known that their construction includes items referring to attitudes, myths and stereotypes. This study aimed to develop and validate two scales: (1) Attitudes toward transgender scale (attitudes scale); and (2) Myths about transgender individuals (myths scale). Quantitative analysis comes from a stratified random sampling of Social Work undergraduate female students (n = 302) at the Faculty of Social Work of the Universidad Autónoma de Nuevo León (UANL), in Mexico (95 % confidence level and 5 % margin of error). The attitudes scale evaluates the responses for a total of 38 items (14 inverted) divided into 3-item subscales: institutional transphobia, personal discomfort, and deviance/changeability. The myths scale includes a total of 39 items (13 inverted) grouped into 4-item subscales: sexual behavior and orientation, the sex/gender system, relational aspects (labor issues and social influence), and psychological aspects and medicalization. In this study, undergraduate students completed a survey containing both scales and a number of validity-testing variables. Each item took the form of a statement with which participants were asked to rate their agreement on a 5-point Likert-type scale from 1 (strongly disagree) to 5 (strongly agree). Within each half of the questionnaire, items were rotated randomly to minimize potential order effects in participant's responses. Higher scores indicated greater anti-transgender prejudice, while lower scores indicated less prejudice. Items in which saturation is similar in two or more factors are excluded from the analysis, and items with greater relevance in the attitudinal scale and better theoretical dimension are maintained. The attitudes scale consists of 26 items and the myths scale, 25 items. Initial test of the scale's Cronbach's alpha(s) indicated that sub-scales are highly reliable as follows: for the attitude scale's alpha(s) (institutional transphobia: .878, personal discomfort: .882, deviation/changeability: .745); and for the myths scale alpha(s) (sexual behavior and orientation: .739, sex/gender system: .638, relational: .769, psychological aspects and medicalization: .835). Next, the hypothesized structural model was tested to evaluate the unique relationships of each scale and its subscales. Overall, fit index values of the structural model were found for the myths scale and the attitudes scale. These results explain the reproduction of stigmatizing actions towards transgender people. Also, it is confirmed that attitudes and myths are directly correlated with each other. In methodological terms, the results demonstrate that the attitudes scale and myths scale, as well as its subscales independently, offer a consistent, valid and useful measure of attitudes toward transgender community. Based on the results, it is confirmed that ignorance about transsexual and transgender people represent an influential factor for discriminatory attitudes; the deepness of the myths about transgender people are outlined as means of production of stereotypes. Taking into consideration the intolerance towards LGTBI community and especially towards transsexual people, the use of scales to determine the level of aversion and the internalization of myths is particularly important to prevent situations of victimization. This study contributes to research on anti-transgender prejudice by examining the relations of such prejudice with a number of theoretically relevant constructs. Results from this study suggest that anti-transgender prejudice is more closely related to sexual orientation and gender role-specific attitudes. Future studies are seeking to address other populations such as education and labor institutions, in order to design preventive engagements concerning attitudes about transphobia, transmission of erroneous information and actions to prevent the re-victimization of transgender people in different contexts.

3.
Salud colect ; 18: 4136-4136, 2022. tab
Artigo em Espanhol | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1424454

RESUMO

RESUMEN La cisnormatividad en el ámbito de la salud ha implicado la patologización de identidades que no se identifican con los criterios de la lógica binaria del género. El objetivo de este estudio fue analizar el alcance y la influencia que los discursos cisnormativos tienen en el cuidado y la salud de las y los jóvenes trans. Entre marzo de 2021 y mayo de 2022, se llevaron a cabo entrevistas semiestructuradas que se analizaron a la luz de la perspectiva socioconstruccionista. Participaron cinco jóvenes trans (dos mujeres trans y tres varones trans), de entre los 20 y 29 años. Los resultados mostraron la incorporación en sus relatos de aspectos del discurso cisnormativo del género; no obstante, a la par generan narrativas alternativas, en las que el cuidado psicoemocional y del cuerpo les lleva a posicionarse lejos de tropos narrativos como la disforia y "el cuerpo equivocado". Concluimos que este trabajo contribuye a desmantelar la visión médica de las personas trans, mostrando cómo a través de sus recursos, adoptan prácticas de autocuidado. Asimismo, refleja la importancia de construir diálogos con las personas trans que permitan generar más y mejores estrategias de atención.


ABSTRACT Cisnormativity in the health field has involved the pathologization of identities that do not align with gender binaries. The aim of this study was to analyze the scope and influence of cisnormative discourses on the care and health of trans youth. Semi-structured interviews were carried out between March 2021 and May 2022, and results were analyzed from a social constructivist approach. Five young trans people between 20 and 29 years old participated in the study (2 trans women and 3 trans men). Results showed that aspects of cisnormative gender discourse were evident in their narratives; however, at the same time they generated alternative narratives, where psycho-emotional and bodily care led them to position themselves outside of common tropes such as dysphoria and "the wrong body". We conclude that this study contributes to dismantling the medical view of trans people by showing how they adopt self-care practices by mobilizing their own resources. Furthermore, it reflects the importance of building dialogues with trans people that will allow more and better care strategies to be generated.

4.
Sex., salud soc. (Rio J.) ; (38): e22305, 2022.
Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-1390427

RESUMO

Resumen La bibliografía especializada ha presentado objeciones éticas a la exclusión de las mujeres embarazadas en los ensayos clínicos y ha llamado a cambiar de paradigma. Aunque indudablemente se trata de una causa justa, esta iniciativa está vertebrada por una compren- sión cisnormativa del género y, por consiguiente, reproduce sus problemas. En este artículo breve desplegamos estos problemas, que incluyen el borramiento epistémico e institucional de las personas trans, aplicándonos particularmente a la investigación en salud y la clínica médica, y defendemos que las iniciativas de cambio de paradigma se verían beneficiadas si adoptaran una noción de género más robusta y empíricamente informada.


Resumo A literatura levantou objeções éticas à exclusão de mulheres grávidas de ensaios clínicos e exigiu uma mudança de paradigma. Embora seja sem dúvida uma causa justa, esta iniciativa é sustentada por uma compreensão cisnormativa do gênero e reproduz assim seus problemas. Neste breve artigo desdobramos estes problemas, que incluem o apagamento epis- têmico e institucional das pessoas trans, aplicando-se particularmente à pesquisa em saúde e à clínica médica, e argumentamos que iniciativas de mudança de paradigma se beneficiariam da adoção de uma noção de gênero mais robusta e empiricamente informada.


Abstract Specialized literature has raised ethical objections to the exclusion of pregnant women in clinical trials and has called for a paradigm shift. While undoubtedly a just cause, this initiative is rooted in a cisnormative understanding of gender and therefore reproduces its problems. In this brief article we unfold these problems, which include the epistemic and institutional erasure of trans people, applying particularly to health research and medical clinic, and argue that paradigm-shift initiatives would benefit from adopting a more robust and empirically informed notion of gender.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Ética , Sexismo , Pessoas Transgênero , Identidade de Gênero
5.
Psicol. soc. (Online) ; 33: e220944, 2021.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1250535

RESUMO

Resumo O objetivo neste artigo é aproximar a discussão sobre as questões de gênero que constituem o campo de saber da psicologia e as críticas dos saberes transfeministas às práticas e discursos normativos e patologizantes sobre as vivências de pessoas trans. Utiliza-se para tal análise as noções de cisgeneridade, como forma de nomear um lugar a partir do qual as identidades trans são enunciadas, e da cisnormatividade como dispositivo que regula e determina sentidos de coerência para os processos de constituição de gênero. Esses conceitos funcionam como operadores analíticos e políticos que fazem contraponto à naturalização da cisgeneridade como pressuposto fundante das verdades do gênero e dos modos de subjetivação. Problematiza-se, portanto, como a psicologia participa dos arranjos cisnormativos relacionados aos modos de reconhecimento das pessoas trans e às possibilidades de enunciação sobre suas vivências.


Resumen El objetivo de este artículo es aproximar la discusión sobre las cuestiones de género que constituyen el campo del saber de la psicología, así como las críticas de los saberes transfeministas, a las prácticas y discursos normativos y patologizantes sobre las vivencias de las personas trans. Para el análisis se utilizan las nociones de cisgeneridad como forma de nombrar un lugar a partir del cual las identidades trans son enunciadas, y de cisnormatividad como dispositivo que regula y pauta un sentido de coherencia a los procesos de constitución de género. Estos conceptos funcionan como operadores analíticos y políticos que generan un contrapunto a la naturalización de la cisgeneridad como presupuesto instituyente de las verdades del género y los modos de subjetivación. Se problematiza, por tanto, cómo la psicología participa de los acuerdos cisnormativos relacionados con los modos de reconocimiento de las personas trans, así como de las posibilidades de enunciación de sus vivencias.


Abstract This article aims to articulate the discussion about the gender issues that constitute psychology's knowledge field and the critiques of the trans-feminist knowledge to normative and pathological practices and discourses about the experiences of trans people. The notion of cisgenerity is used for such analysis as a way of naming a place from which trans identities are enunciated. Moreover, the notion of cis-normativity is used as an apparatus that regulates and determines meanings of coherence to the processes of gender constitution. These concepts function as analytical and political operators that make a counterpoint to the naturalization of cisgenerity as a founding presupposition of the truths of gender and the modes of subjectivation. Therefore, it is problematized how psychology participates in the cis-normative arrangements related to the modes of recognition of trans people and to the possibilities of enunciation about their experiences.


Assuntos
Psicologia , Sexismo , Identidade de Gênero , Transexualidade/psicologia , Normas Sociais , Binarismo de Gênero
6.
São Paulo; s.n; 2019. 171 p
Tese em Português | LILACS, BDENF | ID: biblio-1397466

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa orientada pelo Interacionismo Simbólico enquanto referencial teórico e pela Teoria Fundamentada nos Dados como abordagem metodológica, com o objetivo de compreender o processo de transição de gênero no contexto da família. Utilizou-se a técnica snow ball sampling para o recrutamento de pessoas trans e familiares, agregando um total de 20 participantes. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas individuais em profundidade e submetidos à análise comparativa, o que possibilitou identificar significados e estratégias que compõem a experiência da família que vivencia o processo de transição de gênero. Esta experiência é composta por seis subprocessos: deparando-se com a transexualidade; vivendo um paradoxo presença/ausência; buscando um sentido para a transição de gênero; vivendo os efeitos do preconceito; desenvolvendo estratégias protetivas e redesenhando relacionamentos. A articulação destes subprocessos permitiu identificar a categoria central Transitando entre o íntimo e o social na contramão da cisnormatividade, a partir da qual é proposto um modelo teórico representativo do processo de transição de gênero no contexto da família. O modelo indica um processo de interação dinâmica e não linear entre elementos intrapessoais, interpessoais e relacionais ao longo do tempo, em um contexto de estresse familiar. A adaptabilidade e a comunicação são fatores determinantes para a reconstrução de significados e crenças, o que facilita a elaboração de perdas vivenciadas ao longo do processo e promove a movimentação familiar em direção ao acolhimento da pessoa trans. Os resultados trazem avanços para o campo da saúde ao destacar a transição de gênero enquanto processo sistêmico, possibilitando que o profissional reconheça nuances socioculturais que exercem influência nas vivências trans e, consequentemente, na saúde destas pessoas e seus familiares. Conhecer os aspectos familiares da transexualidade permite integrar, estrategicamente, a qualidade interacional deste grupo social ao espectro dos cuidados de saúde integral, reconhecendo o caráter protetivo do acolhimento familiar para a saúde da pessoa trans, com destaque para a potência de atitudes maternas como agentes multiplicadoras de transformação social. Os dados revelam ainda a relevância das intervenções realizadas por psicólogos, médicos e enfermeiros, ao executar estratégias de comunicação responsável, educativa e não violenta, para os desfechos do processo de ressignificação de crenças cisnormativas, que são limitantes à compreensão e ao acolhimento familiar. Conclui-se que o profissional de saúde diante da transexualidade deve reconstruir as bases que orientam suas intervenções para além das concepções cisnormativas e alargar o reconhecimento de fatores socioculturais como geradores de sofrimento na experiência da transexualidade vivenciada pelo sistema familiar.


This is a qualitative research oriented by Symbolic Interactionism as a theoretical framework and by the Theory Grounded as a methodological approach, aiming to understand the process of gender transition in the context of the family. The snowball sampling technique was used for the recruitment of trans and family persons, gathering a total of 20 participants. Data collection was obtained through in-depth individual interviews and submitted to constant comparison analysis, which made it possible to identify the meaning-making strategies family members develop while experiencing a loved ones gender transition. This experience is composed of six subprocesses: encountering transsexuality; living a presence/absence paradox; seeking meaning for the gender transition; living the effects of prejudice; developing protective strategies and redesigning relationships. The articulation of these subprocesses allowed to identify the ceore category "Transiting between individual and social events while moving against cisnormativity. A theoretical model, representative of the process of gender transition in the context of the family is proposed. The model indicates a dynamic and non-linear process of interaction between intrapersonal, interpersonal and relational domains over time, in a context of family stress. Adaptability and communication were identified as determining factors for the reconstruction of meanings and belief systems, which facilitates the elaboration of ambiguous losses experienced throughout the process and promotes the family attunement towards the acceptance of the trans person. The results bring advances for the health care field by highlighting the gender transition as a systemic process, thus, enabling health care professionals to recognize sociocultural factors that impact the health and well-being of trans persons and their families. Knowing the family experiences regarding gender transition allows professionals to strategically integrate the interactional aspects of family relations to the spectrum of health care promotion by recognizing the protective character of family acceptance for the transgender person health. Findings also reveal the relevance of interventions performed by psychologists, physicians and nurses, when implementing strategies of responsible, educational and non-violent communication, for the outcomes of the process of resignification of cisnormative beliefs. In conclusion, health care professionals caring for transgender care must reconstruct the bases that guide interventions, extending their understanding to cisnormatives and socialcultural factors as main elements originating possible experiences of ambiguous loss in gender transitioning.


Assuntos
Família , Enfermagem , Identidade de Gênero , Psicologia , Transexualidade , Assistência Integral à Saúde
7.
Ribeirão Preto; s.n; 2019. 171 p. ilus.
Tese em Português | LILACS, BDENF | ID: biblio-1426574

RESUMO

Trata-se de uma pesquisa qualitativa orientada pelo Interacionismo Simbólico enquanto referencial teórico e pela Teoria Fundamentada nos Dados como abordagem metodológica, com o objetivo de compreender o processo de transição de gênero no contexto da família. Utilizou-se a técnica snow ball sampling para o recrutamento de pessoas trans e familiares, agregando um total de 20 participantes. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas individuais em profundidade e submetidos à análise comparativa, o que possibilitou identificar significados e estratégias que compõem a experiência da família que vivencia o processo de transição de gênero. Esta experiência é composta por seis subprocessos: deparando-se com a transexualidade; vivendo um paradoxo presença/ausência; buscando um sentido para a transição de gênero; vivendo os efeitos do preconceito; desenvolvendo estratégias protetivas e redesenhando relacionamentos. A articulação destes subprocessos permitiu identificar a categoria central Transitando entre o íntimo e o social na contramão da cisnormatividade, a partir da qual é proposto um modelo teórico representativo do processo de transição de gênero no contexto da família. O modelo indica um processo de interação dinâmica e não linear entre elementos intrapessoais, interpessoais e relacionais ao longo do tempo, em um contexto de estresse familiar. A adaptabilidade e a comunicação são fatores determinantes para a reconstrução de significados e crenças, o que facilita a elaboração de perdas vivenciadas ao longo do processo e promove a movimentação familiar em direção ao acolhimento da pessoa trans. Os resultados trazem avanços para o campo da saúde ao destacar a transição de gênero enquanto processo sistêmico, possibilitando que o profissional reconheça nuances socioculturais que exercem influência nas vivências trans e, consequentemente, na saúde destas pessoas e seus familiares. Conhecer os aspectos familiares da transexualidade permite integrar, estrategicamente, a qualidade interacional deste grupo social ao espectro dos cuidados de saúde integral, reconhecendo o caráter protetivo do acolhimento familiar para a saúde da pessoa trans, com destaque para a potência de atitudes maternas como agentes multiplicadoras de transformação social. Os dados revelam ainda a relevância das intervenções realizadas por psicólogos, médicos e enfermeiros, ao executar estratégias de comunicação responsável, educativa e não violenta, para os desfechos do processo de ressignificação de crenças cisnormativas, que são limitantes à compreensão e ao acolhimento familiar. Conclui-se que o profissional de saúde diante da transexualidade deve reconstruir as bases que orientam suas intervenções para além das concepções cisnormativas e alargar o reconhecimento de fatores socioculturais como geradores de sofrimento na experiência da transexualidade vivenciada pelo sistema familiar


This is a qualitative research oriented by Symbolic Interactionism as a theoretical framework and by the Theory Grounded as a methodological approach, aiming to understand the process of gender transition in the context of the family. The snowball sampling technique was used for the recruitment of trans and family persons, gathering a total of 20 participants. Data collection was obtained through in-depth individual interviews and submitted to constant comparison analysis, which made it possible to identify the meaning-making strategies family members develop while experiencing a loved ones gender transition. This experience is composed of six subprocesses: encountering transsexuality; living a presence/absence paradox; seeking meaning for the gender transition; living the effects of prejudice; developing protective strategies and redesigning relationships. The articulation of these subprocesses allowed to identify the ceore category "Transiting between individual and social events while moving against cisnormativity. A theoretical model, representative of the process of gender transition in the context of the family is proposed. The model indicates a dynamic and non-linear process of interaction between intrapersonal, interpersonal and relational domains over time, in a context of family stress. Adaptability and communication were identified as determining factors for the reconstruction of meanings and belief systems, which facilitates the elaboration of ambiguous losses experienced throughout the process and promotes the family attunement towards the acceptance of the trans person. The results bring advances for the health care field by highlighting the gender transition as a systemic process, thus, enabling health care professionals to recognize sociocultural factors that impact the health and well-being of trans persons and their families. Knowing the family experiences regarding gender transition allows professionals to strategically integrate the interactional aspects of family relations to the spectrum of health care promotion by recognizing the protective character of family acceptance for the transgender person health. Findings also reveal the relevance of interventions performed by psychologists, physicians and nurses, when implementing strategies of responsible, educational and non-violent communication, for the outcomes of the process of resignification of cisnormative beliefs. In conclusion, health care professionals caring for transgender care must reconstruct the bases that guide interventions, extending their understanding to cisnormatives and socialcultural factors as main elements originating possible experiences of ambiguous loss in gender transitioning


Assuntos
Humanos , Transexualidade , Prestação Integrada de Cuidados de Saúde , Relações Familiares , Sexismo , Profissionais de Enfermagem/psicologia
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