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1.
Estud. pesqui. psicol. (Impr.) ; 23(4): 1384-1404, dez. 2023.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1537983

RESUMO

A identidade é um tema de grande relevância política e social na atualidade, seja quando tratamos de movimentos minoritários que buscam reconhecimento e direitos, seja pelo crescimento de movimentos reacionários que se fundam em identidades que excluem a diferença e promovem comportamentos sociais hostis a sujeitos alterizados. No campo psicanalítico, por vezes, se trata a questão identitária como alheia às nossas discussões, utilizando-se o argumento de que trabalhamos com identificações em vez de identidades e encerrando-se, apressadamente, o debate. Com este artigo, pretendemos afirmar a importância do tema da identidade para a psicanálise e discutir, junto aos estudos decoloniais, maneiras de pensar a questão que levem em conta os seus aspectos problemáticos e, ao mesmo tempo, coloquem em evidência modos de relação com as identidades que se direcionam para a relacionalidade e para o enfrentamento dos mecanismos de dominação do mundo contemporâneo. Buscamos, para tanto, tocar nas especificidades dos processos identitários nos contextos marcados pelos efeitos da colonialidade do poder e investigar como as obras freudiana e lacaniana podem fornecer caminhos para pensar a identidade de acordo com o direcionamento proposto por este estudo.


Identity is a highly relevant political and social theme in contemporary times, whether we are discussing minority movements seeking recognition and rights, or the growth of reactionary movements that are founded on identities that exclude difference and promote social behaviors hostile to marginalized subjects. In the psychoanalytic field, the issue of identity is sometimes treated as irrelevant to our discussions, using the argument that we work with identifications instead of identities and hastily ending the debate. With this article, we intend to assert the importance of the theme of identity for psychoanalysis and discuss, together with decolonial studies, ways of thinking about the issue that take into account its problematic aspects while highlighting modes of relationship with identities that are directed towards relationality and confronting the mechanisms of domination in the contemporary world. To this end, we aim to touch on the specificities of identity processes in contexts marked by the effects of the coloniality of power and to investigate how the works of Freud and Lacan can provide pathways for thinking about identity in accordance with the direction proposed by this study.


La identidad es un tema de gran relevancia política y social en la actualidad, ya sea cuando tratamos de movimientos minoritarios que buscan reconocimiento y derechos, o por el crecimiento de movimientos reaccionarios que se basan en identidades que excluyen la diferencia y promueven comportamientos sociales hostiles hacia sujetos alterizados. En el campo psicoanalítico, a veces se trata la cuestión de la identidad como ajena a nuestras discusiones, utilizando el argumento de que trabajamos con identificaciones en lugar de identidades y cerrando el debate precipitadamente. Con este artículo, pretendemos afirmar la importancia del tema de la identidad para el psicoanálisis y discutir, junto con los estudios decoloniales, maneras de pensar la cuestión que tengan en cuenta sus aspectos problemáticos y, al mismo tiempo, pongan en evidencia modos de relación con las identidades que se dirigen hacia la relacionalidad y hacia el enfrentamiento de los mecanismos de dominación del mundo contemporáneo. Buscamos abordar las especificidades de los procesos identitarios en los contextos marcados por los efectos de la colonialidad del poder e investigar cómo las obras freudiana y lacaniana pueden proporcionar caminos para pensar la identidad de acuerdo con la orientación propuesta por este estudio.


Assuntos
Psicanálise , Identificação Social , Colonialismo
2.
Physis (Rio J.) ; 33: e33024, 2023.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1431080

RESUMO

Resumo Com o advento da aids, uma articulação discursiva jornalística-biomédica-midiática contribuiu para acentuar a estigmatização sobre determinadas populações implicando uma colonização do HIV em que o vírus atingiria algumas pessoas enquanto outras estariam livres. Através de uma Análise do Discurso Crítica (ADC) realizou-se uma análise de retórica de algumas rupturas e continuidades discursivas nas áreas acadêmica-jurídica-midiática a partir de uma revisão narrativa de literatura (RNL). Os referenciais teóricos, éticos e políticos dos estudos decoloniais foram utilizados para a presente análise por entenderem que a colonialidade se reproduz em uma tripla dimensão: a do poder, do saber e do ser. Estes estudos foram articulados à uma crítica interseccional em que múltiplas formas de discriminação podem se sobrepor e serem experimentadas em intersecção tendo a contextualização sobre o que representou a aids, no Haiti, como eixo central comparativa para análise. Interessou-nos pensar a contribuição dessas perspectivas para lançar algumas provocações às respostas ao HIV/aids numa tentativa de superação de uma visão reducionista propagada por discursos morais e criminalizantes que, ao se posicionarem através de uma suposta neutralidade, dissimulam a interseccionalidade de gênero, classe, raça e sexualidade, levantando barreiras para as políticas e estratégias de promoção da saúde e prevenção ao HIV/aids.


Abstract With the advent of AIDS, a discursive journalistic-biomedical-mediatic articulation contributed to accentuate stigmatization on certain populations, implying a colonization of HIV in which the virus would reach some people while others would be free. Through a Critical Discourse Analysis (CDA), a critical literature review was carried out in some academic-legal-media areas from a narrative literature review (NLR). The theoretical, ethical and political references of decolonial studies were used for the present analysis because they understand that coloniality is reproduced in a triple dimension: that of power, knowledge and being. These studies were linked to an intersectional criticism in which multiple forms of discrimination can overlap and be experienced in intersection having the contextualization about what aids represented, in Haiti, as a comparative central axis for analysis. We were interested in thinking about the contribution of these perspectives to launch some provocations to the responses to HIV/AIDS in an attempt to overcome a reductionist view propagated by moral and criminalizing discourses that, by positioning themselves through supposed neutrality, conceal the intersectionality of gender, class, race and sexuality, raising barriers to health promotion and HIV/AIDS prevention policies and strategies.

3.
Salud colect ; 18: e3850, 2022.
Artigo em Espanhol | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1365986

RESUMO

RESUMEN Los sectores dominantes de la sociedad describen las favelas a partir de definiciones negativas a priori, que han sido cuestionadas por diversos actores colectivos. A partir de una iniciativa conjunta de la comunidad académica y quienes residen en las favelas, se crea el Diccionario de Favelas Marielle Franco como una plataforma en línea que, a través de la construcción colectiva del conocimiento, busca difundir diferentes narrativas sobre estos territorios y sus poblaciones. En este artículo, discutimos cómo se produjeron los acuerdos y divergencias entre el conocimiento de la comunidad académica, activistas y habitantes de barrios marginalizados; y presentamos la trayectoria de la construcción del Diccionario, que busca superar tensiones y así incorporar otros lenguajes y registros capaces de sustentar las producciones y memorias de las favelas.


ABSTRACT: Dominant social groups describe favelas based on negative stereotypes, which are increasingly being challenged by various collective actors. Originating from a collaborative effort carried out by academics and favela residents, the Marielle Franco Favela Dictionary is an online platform that aims to spread alternative narratives regarding these territories and their populations through collective knowledge building. This article discusses the common ground and points of contention regarding the different forms of knowledge held by academics, activists, and favela residents. Furthermore, we reconstruct the trajectory of the Dictionary's creation, and in so doing overcome certain tensions and incorporate other languages and registers able to support the production of memory in favelas.

4.
Rev. psicol. polit ; 17(40): 454-469, set.-dez. 2017.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-985810

RESUMO

O objetivo deste artigo é discutir metodologias críticas para pesquisa tomando como eixo de análise contribuições de estudos feministas e pós-coloniais e decoloniais sobre a ciência em relação à violência epistemológica. Esta perspectiva faz com que o entendimento da inclusão e o reconhecimento de relações de poder em pesquisa sejam vistos como fundamentais tanto para epistemologia quanto para metodologias e métodos de pesquisa. Estudos feministas desenvolveram aspectos-chave sobre as reflexões das relações de poder em pesquisa. Neste artigo, focarei nas noções de situacionalidade, interseccionalidade e reflexividade, que serão debatidos com exemplos focados nos dilemas e paradoxos deflagrados em pesquisas críticas. Os aspectos levantados neste artigo apontam para elementos que permitem considerar grupos tradicionalmente excluídos, mal representados ou sub-representados em pesquisas.


This article aims to provide a debate on critical methodologies for research. For this debate I centre on contributions from feminist research and post-colonial and decolonial studies on science concerning epistemological violence. In this sense, the understanding of inclusion and the acknowledgement of power relations in research are seen as key for epistemology, methodology and methods for research. Feminist studies developed key-aspects on power relations. In this article I will focus on the notions of situationality, interseccionality and reflexivity, which will be seen alongside dilemmas and paradoxes seen in examples of critical research. These aspects bring aspects regarding the inclusion of traditionally excluded, mis-represented or under-represented groups in research.


El objetivo de este artículo es promover el debate sobre las metodologías críticas para investigación. Para ese debate, el foco será en las contribuciones de estudios feministas y pos-coloniales y decoloniales sobre la ciencia en relación a los aspectos entendidos como violencia epistemológica. Así, los aspectos como inclusión y el reconocimiento de las relaciones de poder en investigación son vistos como fundamentales para la epistemología y metodología y métodos de investigación. Estudios feministas han desarrollado aspectos importantes sobre las reflexiones acerca de las relaciones de poder en investigación. En el artículo el foco será en las nociones de situacionalidad, interseccionalidad y reflexividad, que serán debatidos con ejemplos de dilemas y paradojas vistos en pesquisas críticas. Los aspectos debatidos aquí invitan para un análisis de la inclusión de grupos tradicionalmente excluidos, mal representados o sub-representados en investigaciones.


Le but de cet article est d'attirer le débat sur les methodologies critiques pour la recherché. Pour ce débat, centre de contribution des études féministes, post-coloniales et décoloniales sur la science par rapport à la violence épistomologique. Dans ce sens la compréhension de l'inclusion et la reconnaissance des rapports de pouvoir sont considérés fondamentaux pour l'épistomologie et méthodes de recherches. Les études féministes ont développé des aspects-clés sur les réflexions des rapports de pouvoir en recherches. Dans cet article je me baserai sur les notions de situationnalité, intersection et réflexivité qui seront discutées comme exemple dans les dilemmes et paradoxes déflagrés en recherches critiques. Les aspects suscités dans cet article apportent des éléments visant l'inclusion de groupes traditionnellement exclus, mal représentés ou sous-représentés en recherches.

5.
Rev. psicol. polit ; 15(34): 647-661, dez. 2015.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-961936

RESUMO

O início dos estudos sobre subjetividade e identidade no mundo ocidental é concomitante ao início das Ciências Humanas e, como consequência, da Psicologia. Tradicionalmente, originaram-se a partir de um desenrolar histórico com sede na Europa, em que o desenvolvimento do pensamento e a crescente ênfase na razão trazem o ser humano para o centro das atenções das ciências. Entretanto, vozes dissonantes têm surgido, problematizando o eurocentrismo dessa visão de mundo, de história e de ser humano, que esconde determinações político-econômicas. Uma perspectiva contra-hegemônica tem sido desenvolvida por um pensamento crítico denominado decolonial. Apresentamos as ideias de autores como Spivak, Bhabha, Dussel e Mignolo, que defendem uma outra visão de identidade e subjetividade modernas e contemporâneas. Interessa-nos, por fim, pensar a contribuição desses argumentos à Psicologia Política, no combate a uma visão de sujeito que, ao pretender-se neutra, posiciona-se majoritariamente ao lado do discurso colonial hegemônico.


Studies on subjectivity and identity in the Western world began at the same time as the birth of the Human Sciences, and thus of Psychology. Traditionally, such studies are seen to resultfrom a historical unfolding in Europe, where the development of human thought and thegrowing emphasis on reason bring humanity under the spotlight of science. However, dissident voices are emerging, questioning the Eurocentrism of this view of the world, historyand human beings, a Eurocentrism which hides political-economic interests. A counterhegemonic perspective is being developed by the current of critical thinking named decolonial studies. We present here the ideas of authors such as Bhabha, Spivak, Mignolo and Dussel,who advocate a different view of modern and contemporary subjectivity and identity. Our aimis to present the contribution of these arguments to Political Psychology, in order to combat a view of the subject, which, by intending to be neutral, is in fact in support of hegemoniccolonial discourse.


El surgimiento de los estudios acerca de la subjetividad y de la identidad en el mundooccidental es concomitante al surgimiento de las denominadas Ciencias Humanas y, consecuentemente, también del inicio de la Psicología. Tradicionalmente, ellas son vistas como subordinadas a un despliegue histórico con domicilio en Europa, donde el desarrollo del pensamiento humano y el creciente énfasis en la razón llevan el hombre al centro de las atenciones de las ciencias. Sin embargo, voces disonantes han surgido, problematizando eleurocentrismo de esa visión de mundo, de la historia y del ser humano, que escondedeterminaciones político-económicas. Una perspectiva contra-hegemónica ha sido externada por un grupo de opinión crítica apodada de estudios decoloniales. Presentamos el pensamiento de autores como Bhabha, Spivak, Dussel y Mignolo, que defienden otra visión de subjetividad y de identidad moderna y contemporánea. Nos interesa, por tanto, pensar lacontribución de eses argumentos a la Psicología, en el combate a la visión del sujeto que, al pretenderse neutra, se posiciona políticamente al lado del discurso colonial hegemónico.


L'émergence des études sur la subjectivité et l'identité dans le monde occidental se produit en même temps que le début des sciences humaines et, en conséquence, de la psychologie. Traditionnellement, ils proviennent d'un cours d'histoire basé en Europe, où le développementde la pensée et l'importance croissante accordée à la raison amennent l'être humain au centrede l'attention de la science. Cependant, les voix dissidentes ont émergé en questionnant l'eurocentrisme de cette vision du monde, l'histoire et l'être humain, qui cache les déterminations politiques et économiques. Une perspective de contre-hégémonique a été développée par une pensée critique appelée décoloniale. Voici les idées a été développée comme Spivak, Bhabha, Dussel et Mignolo, qui détiennent une autre vue de l'identité et de la subjectivité modernes et contemporaines. Nous nous intéressons, enfin, à penser lacontribution de ces arguments à la psychologie politique, dans la lutte contre une vision dusujet qui, prétendant être neutre, est positionné principalement à côté du discours colonialhégémonique.

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