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1.
Belo Horizonte; s.n; 2023. 165 p. ilus, tab.
Tese em Português | LILACS, BDENF | ID: biblio-1518131

RESUMO

Introdução: O Brasil tem uma elevada prevalência de uso de contraceptivos entre mulheres em idade reprodutiva. No entanto, observa-se que persistem desigualdades, tanto no acesso quanto em relação ao tipo de método usado, o que pode contribuir para as altas taxas de gestações não planejadas e abortos induzidos no país. Outro fator que contribui para esses desfechos é a descontinuidade contraceptiva, porém este indicador não é monitorado no país desde 1996, dificultando dimensionar a magnitude do problema. Objetivos: Estimar fatores individuais e contextuais associados ao uso de contraceptivos de acordo com a paridade das mulheres brasileiras em idade reprodutiva; estimar os fatores associados ao tipo de método contraceptivo usado pelas brasileiras; e estimar a magnitude da descontinuidade contraceptiva na literatura mundial a partir de uma meta-análise. Métodos: Foram utilizados dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 e 2019 para responder aos dois primeiros objetivos da tese. Os desfechos principais foram o uso de métodos contraceptivos (MC) e o tipo de método classificado quanto ao tempo de ação: contraceptivos reversíveis de curta duração (SARCs) e contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs), e MC permanentes. Os fatores individuais foram características da história reprodutiva, do acesso aos serviços de saúde e sociodemográficas; e os contextuais: Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Índice Sociodemográfico (SDI), Rendimento Mensal Médio e Cobertura da Atenção Primária (APS). Primeiramente, utilizou-se modelos de regressão logística multinível para estimar os fatores individuais e contextuais associados ao uso de MC, estratificados por paridade. Em seguida, para estimar os fatores associados ao tipo de MC usado pelas mulheres foram utilizados modelos de regressão logística multinomial, cuja categoria de referência foram as usuárias de SARC. Por último, foi conduzida uma revisão sistemática com meta-análise para estimar a magnitude da descontinuidade contraceptiva (abandono e troca) na literatura mundial, que também considerou a classificação dos métodos em SARCs e LARCs. Resultados: A prevalência do uso de MC foi superior a 80% em 2013 e 2019, e menor entre nulíparas. Entre 2013 e 2019, observou-se uma redução da variabilidade da chance de usar MC entre as Unidades Federativas (UFs) para nulíparas. Mesmo assim, nulíparas que residiam em UFs com melhores indicadores socioeconômicos, tais como maior IDH e SDI, tinham mais chance de uso de MC. Por outro lado, a cobertura da APS foi a única variável que permaneceu associada a maior probabilidade de uso de MC em 2019 entre primíparas/multíparas. Quanto ao tipo de MC, mais de 70% das mulheres usavam SARCs. Mulheres com melhores condições socioeconômicas tinham mais chance de usar LARCs e menos chance de usar métodos permanentes quando comparados aos SARCs. Por outro lado, mulheres com maior idade, paridade e que viviam com companheiro tinham maior chance de usar métodos permanentes em relação aos SARCs. Ao realizar a meta-análise dos dados identificou-se que a taxa de descontinuidade de SARCs foi de 56,8%, enquanto para LARCs foi de 17,8%. Para as usuárias de SARCs, a chance de abandono foi quase 7 vezes maior que a de troca. Das mulheres que descontinuaram, a maioria abandonou o uso de MC devido a efeitos colaterais. Conclusão: Existem desigualdades individuais e contextuais em relação ao acesso à contracepção no país, segundo a paridade das mulheres. Além disso, mulheres com melhores condições socioeconômicas têm mais acesso aos MC mais eficazes, como os LARCs. Destaca-se ainda as elevadas taxas de descontinuidade encontradas na meta-análise, principalmente para os SARCs, MC mais usados pelas brasileiras. Nossos achados indicam a necessidade de retomar a discussão da contracepção no país com políticas e programas voltados ao enfrentamento das iniquidades, à qualificação do acesso, à promoção da equidade, tendo em vista grupos mais alijados, bem como retomar o monitoramento da descontinuidade contraceptiva em âmbito nacional, além de incluir aspectos assistenciais que deem conta de manejar melhor esse fenômeno.


Brazil has a high prevalence of contraceptive use among women of reproductive age. However, it is observed that inequalities persist, both in access and in relation to the type of method used, which may contribute to the high rates of unplanned pregnancies and induced abortions in the country. Another factor that contributes to these outcomes is contraceptive discontinuity, but this indicator has not been monitored in the country since 1996, making it difficult to measure the magnitude of the problem. Objectives: To estimate individual and contextual factors associated with the use of contraceptives according to the parity of Brazilian women of reproductive age; to estimate the factors associated with the type of contraceptive method used by Brazilian women; and to estimate the magnitude of contraceptive discontinuity in the world literature based on a meta-analysis. Methods: Data from the National Health Survey of 2013 and 2019 were used to answer the first two objectives of the thesis. The main outcomes were the use of contraceptive methods (CM) and the type of method classified according to the time of action: short-acting reversible contraceptives (SARCs) and long-acting reversible contraceptives (LARCs), and permanent CM. Individual factors were reproductive history, access to health services and sociodemographic characteristics; and the contextual ones: Human Development Index (HDI), Sociodemographic Index (SDI), Average Monthly Income and Primary Care Coverage (PHC). First, multilevel logistic regression models were used to estimate the individual and contextual factors associated with CM use, stratified by parity. Then, to estimate the factors associated with the type of CM used by women, multinomial logistic regression models were used, whose reference category was users of SARCs. Finally, a systematic review was conducted with meta-analysis to estimate the magnitude of contraceptive discontinuity (abandonment and switch) in the world literature, which also considered the classification of methods in SARCs and LARCs. Results: The prevalence of MC use was greater than 80% in 2013 and 2019, being lower among nulliparous women. Between 2013 and 2019, there was a reduction in the variability of the chance of using CM between the Federative Units (FUs) for nulliparous women. Even so, nulliparous women residing in FUs with better socioeconomic indicators, such as higher HDI and SDI, were more likely to use MC. On the other hand, PHC coverage was the only variable that remained associated with a greater chance of CM use in 2019 among primiparous/multiparous women. As for the type of CM, more than 70% of the women used SARCs. Women with better socioeconomic conditions were more likely to use LARCs and less likely to use permanent methods when compared to SARCs. On the other hand, women of greater age, parity and who lived with a partner were more likely to use permanent methods in relation to SARCs. When performing a meta-analysis of the data, it was identified that the discontinuity rate for SARCs was 56.8%, while for LARCs it was 17.8%. For users of SARCs, the chance of dropping out was almost 7 times greater than switching. Of the women who discontinued, most discontinued MC use due to side effects. Conclusion: There are individual and contextual inequalities regarding access to contraception in the country, according to women's parity. In addition, women with better socioeconomic conditions have more access to the most effective CM, such as LARCs. Also noteworthy are the high rates of discontinuity found in the meta-analysis, especially for SARCs, the MC most used by Brazilian women. Our findings indicate the need to resume the discussion of contraception in the country with policies and programs aimed at confronting inequities, qualifying access, promoting equity, with a view to more marginalized groups, as well as resuming the monitoring of contraceptive discontinuity in nationwide, in addition to including assistance aspects that manage this phenomenon better.


Assuntos
Paridade , Planejamento Familiar , Contracepção Hormonal , Desigualdades de Saúde , Estudos Epidemiológicos , Dissertação Acadêmica
2.
São Paulo; s.n; 2017. 277 p
Tese em Inglês | LILACS, BDENF | ID: biblio-1379994

RESUMO

Introdução: A dinâmica do uso dos métodos contraceptivos é importante entre os universitários, pois estes apresentam altas aspirações educacionais e profissionais, o que afeta a intenção reprodutiva. Ainda, por serem na maioria solteiros, os jovens alternam os métodos de acordo com o tipo de relacionamento. Neste contexto, a anticoncepção de emergência é uma opção, sobretudo nos casos de descontinuidades. Porém, pouco se sabe sobre as descontinuidades e sua relação com o uso da anticoncepção de emergência no Brasil. Objetivo: Analisar a frequência e os determinantes da descontinuidade contraceptiva em um período de 12 meses; avaliar o uso da anticoncepção de emergência após as descontinuidades, e avaliar as descontinuidades após o uso da anticoncepção de emergência. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, realizado com amostra probabilística de mulheres universitárias da Universidade de São Paulo. As alunas foram selecionadas por amostragem aleatória simples sem reposição (n=1.679). Os dados foram coletados através de um questionário de autopreenchimento respondido online. No Stata 14.2, os dados foram analisados por meio de regressão logística multinomial e multivariada, e equações de estimação generalizadas. Resultados: Primeiro, observou-se que as jovens com relacionamentos casuais, com menor nível socioeconômico, matriculadas nos cursos de Humanas e Ciências da Saúde, com menos anos de experiência sexual, com múltiplos parceiros sexuais e que usavam métodos menos eficazes, apresentaram maior probabilidade de descontinuar uma ou várias vezes. Segundo, as usuárias de pílula e preservativo que tinham relacionamentos casuais, com menor nível socioeconômico e que tiveram gravidez anterior, foram mais propensas a descontinuar, abandonar ou mudar para um método menos eficaz. Terceiro, uma proporção significativa de mulheres não usou anticoncepção de emergência após descontinuarem ou abandarem o método. Quarto, a anticoncepção de emergência foi mais utilizada após inconsistências no uso do método. Quinto, as jovens que usaram um método antes do uso da anticoncepção de emergência, sem religião, com um relacionamento estável, e que tiveram um parceiro sexual na vida, foram mais propensas a usar contracepção após a anticoncepção de emergência. Sexto, as jovens com relacionamento estável, de nível socioeconômico mais baixo, matriculadas nos cursos de Humanas e que tiveram um parceiro sexual na vida tiveram maior probabilidade de mudar para um método menos eficaz após o uso da anticoncepção de emergência. Por fim, poucas jovens apresentaram descontinuidades dentro de 30 dias após o uso da anticoncepção de emergência. Conclusões: A descontinuidade contraceptiva difere por tipo de método. A anticoncepção de emergência é subutilizada após as descontinuidades. A parceria influência na dinâmica do uso de contraceptivos. Ainda, aspectos educacionais, nível socioeconômico e número de parceiros sexuais são características importantes a serem consideradas na implementação de programas de planejamento familiar focados em mulheres jovens.


Introduction: Contraceptive use dynamics is relevant to undergraduate students as they present high educational and professional aspirations, which affects reproductive intention. Also, they are mostly single, so they alternate the contraception according to their relationships. In that case, emergency contraception is an option, mainly in situations of discontinuation. However, little is known about discontinuation and its relation to the use of emergency contraception in Brazil. Objective: To analyze the frequency and correlates of contraceptive discontinuation within 12-months; to assess emergency contraception use after discontinuation, and evaluate dicontinuation after emergency contraception use. Methods: We conducted a 12-month retrospective cohort study on a sample of undergraduate women at University of São Paulo, Brazil. Students were selected by simple random sampling without replacement (n=1,679). Data were collected online using a self-administered questionnaire. In Stata 14.2, we used multinomial and multivariate logistic regression, and generalized estimating equation to analyze the data. Results: First, we observed that women with casual relationships, lower socioeconomic status, enrolled in Human and Health Sciences programs, with less years of sexual experience, with multiple sexual partners in lifetime, and who use less effective method were more likely to discontinuation one or several times. Second, pill and condom users who had casual relationships, with lower socioeconomic status, and who had previous pregnancy were more likely to discontinue and to abandon or switch to a less effective method. Third, a significant proportion of women did not use emergency contraception after discontinuing or abandoning contraception. Fourth, emergency contraception was mostly used after inconsistent use of contraception. Fifth, women who used contraception prior to emergency contraception use, had no religion, were in stable relationships, and had only one sexual partner were more likely to use contraception after emergency contraception. Sixth, women with stable relationships, from lower socioeconomic status, enrolled in Human Sciences programs, and who had one sexual partner were more likely to switch to a less effective method after emergency contraception use. Lastly, few women presented gaps in contraception within 30- days after emergency contraception use. Conclusions: Discontinuation does differ by type of method. Emergency contraception is underutilized after discontinuation. Partnership has an important influence on contraceptive use dynamics. Also, educational background, socioeconomic status, and number of lifetime sexual partners are important characteristics that should be considered when implementing family planning programs focused on young women.


Assuntos
Estudantes , Anticoncepção Pós-Coito , Enfermagem , Anticoncepção
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