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1.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 28(4): 1241-1251, abr. 2023. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1430172

RESUMO

Resumo O objetivo deste artigo é investigar a prevalência de relação sexual forçada na vida e suas possíveis consequências na saúde mental e sexual em acadêmicos de cursos de graduação de uma universidade pública no Brasil. Estudo transversal quantitativo com 996 estudantes de graduação. A amostragem realizada de forma sistemática por conglomerados. Foi usado o modelo de Regressão de Poisson, e foram calculadas as frações etiológicas das consequências de relação sexual forçada. A prevalência de relação sexual forçada ao longo da vida foi de 12,1%. Sexo feminino, orientação sexual não heterossexual, primeira relação sexual antes de 14 anos de idade, insegurança alimentar e violência no contexto doméstico na infância foram associados à maior prevalência do desfecho. Indivíduos que sofreram relação sexual forçada foram mais propensos a apresentar diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis e de ter risco de suicídio. O estudo evidenciou a problemática da violência sexual no contexto universitário.


Abstract The scope of this article is to investigate the prevalence of the experience of forced sexual intercourse on life and its possible consequences on mental and sexual health among undergraduate students at a public university in Brazil. It is a quantitative cross-sectional study with 996 undergraduate students. Sampling was carried out systematically by single-stage clusters. Descriptive, bivariate and multivariate analyses were performed using the Poisson Regression model, and the etiological fractions of the consequences of forced sexual intercourse were calculated. The lifetime prevalence of forced sexual intercourse was 12.1%. Female sex, non-heterosexual sexual orientation, first sexual intercourse before the age of 14, child food insecurity and domestic violence were associated with a higher prevalence of the outcome. Individuals who experienced forced sexual intercourse were more likely to be diagnosed with sexually transmitted infections and to represent a potential suicide risk. The study revealed the problems of sexual violence in the university context.

2.
Rev. bras. ginecol. obstet ; 45(11): 661-675, 2023. tab, graf
Artigo em Inglês | LILACS | ID: biblio-1529890

RESUMO

Abstract Objective To assess the loss to follow-up after emergency care and during 6-months of outpatient follow-up, and the associated variables, among adolescent sexual violence survivors. Methods This is a retrospective study with review of the medical records of 521 females, aged 10 to 18 years, who received emergency care in a referral service in São Paulo, Brazil. The variables were sociodemographic; personal history; characteristics of abuse, disclosure, and reactions triggered after abuse (physical and mental disorders as well as social changes), psychotropic prescription needs, and moment of abandonment: after emergency care and before completing 6 months of outpatient follow-up. To compare groups of patients lost to follow-up at each time point, we used the Chi-square and Fisher exact tests followed by multiple logistic regression with stepwise criterion for selection of associated variables. We calculated the odds ratio with confidence interval (OR, CI 95%). The level of significance adopted was 5%. Results A total of 249/521 (47.7%) adolescents discontinued follow-up, 184 (35.3%) after emergency care and 65 (12.4%) before completing outpatient follow-up. The variables of living with a partner (OR = 5.94 [CI 95%; 2.49-14.20]); not having a religion (OR = 2.38 [CI 95%;1.29-4.38)]), having a Catholic religion [OR = 2.11 (CI 95%; 1.17-3.78)]; and not disclosing the abuse [OR = 2.07 (CI 95%; 1.25-3.44)] were associated with loss to follow-up after emergency care. Not needing mental disorder care (OR = 2.72 [CI 95%; 1.36-5.46]) or social support (OR = 2.33 [CI 95%; 1.09-4.99]) were directly associated with loss to outpatient follow-up. Conclusion Measures to improve adherence to follow-up should be aimed at adolescents who live with a partner and those who do not tell anyone about the violence.


Resumo Objetivos Avaliar a perda de seguimento de adolescentes vítimas de violência sexual após o atendimento de emergência, durante o seguimento ambulatorial e as variáveis associadas. Métodos Estudo retrospectivo com a revisão de prontuários de 521 mulheres de 10 a 18 anos, que buscaram atendimento de emergência em um serviço de referência em São Paulo, Brasil. As variáveis foram sociodemográficas; antecedentes pessoais; características do abuso, atitude de revelação e reações desencadeadas após o abuso (distúrbios físicos, mentais e mudanças sociais), necessidades de prescrição de psicotrópicos e momento do abandono: após atendimento de emergência e antes de completar 6 meses de seguimento ambulatorial. Para comparar os grupos de perda de seguimento em cada momento, foram utilizados os testes do qui-quadrado e exato de Fisher, seguidos de regressão logística múltipla com critério stepwise para seleção das variáveis associadas. Calculamos a razão de probabilidade com intervalo de confiança (RP, IC 95%). O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados Um total de 249 (47,7%) das adolescentes descontinuaram o acompanhamento, 184 (35.3%) após o atendimento de emergência e 65 (12.4%) antes de completar o seguimento ambulatorial. As variáveis de viver com companheiro [RP = 5,94 (IC 95%; 2,49-14,20]; não ter religião [RP = 2,38 (IC 95%;1,29-4,38)], ter religião católica [RP = 2,11 (IC 95%; 1,17-3,78)] e não revelar o abuso [RP = 2,07 (IC 95%; 1,25-3,44)] foram associadas à perda de seguimento após o atendimento de emergência. Não necessitar de cuidados de saúde mental (RP = 2,72 [IC 95%; 1,36-5,46]) ou apoio social (RP = 2,33 [IC 95%; 1,09-4,99]) foram as variáveis associadas à perda do seguimento ambulatorial. Conclusão Medidas para melhorar a adesão ao seguimento devem ser direcionadas às adolescentes que vivem com parceiro e às que não revelam a violência sofrida.


Assuntos
Humanos , Feminino , Adolescente , Estupro , Delitos Sexuais , Estudos Retrospectivos , Perda de Seguimento
3.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1443404

RESUMO

Objetivos: apresentar resultados do eixo 2 do projeto Diagnóstico da Violência Fatal e Não Fatal no Estado de Alagoas (DVEAL). Neste artigo é comparado o padrão epidemiológico do estupro de crianças e adolescentes em relação aos adultos. Métodos: delineou-se uma investigação observacional e retrospectiva incluindo 380 registros de violência sexual no Instituto Médico Legal, entre 2016 e 2018. Por meio de regressão logística binária e múltipla calculou-se a chance de violência por faixa etária, associando os possíveis fatores relacionados. Resultados: metade das vítimas estupradas possuíam até 13 anos de idade, com média de 14 anos, e 9 em cada 10 casos eram de mulheres/meninas vitimadas. O padrão do estupro identificado foi de vítimas: em situação conjugal solteira; estudantes, abusadas por conhecidos; que realizaram exame pericial entre 1-7 dias; abusadas durante a madrugada; e em região genital. Cerca de 8 em cada 10 casos foram estupros confirmados pela perícia, o restante foi via relato oral. O modelo final identificou dois fatores mais associados à violência sexual em crianças/adolescentes. Conclusão: o padrão de vitimização sexual no estado impacta significativamente crianças e adolescentes e, principalmente, o gênero feminino


Aims: to present the results of axis 2 of the Diagnosis of Fatal and Non-Fatal Violence in the State of Alagoas (DVEAL) project. This article compares the epidemiological pattern of rape involving children/adolescents in relation to adults. Methods: an observational and retrospective investigation was designed, including 380 records of sexual violence at the Instituto Médico Legal, between 2016 and 2018. Through binary and multiple logistic regression, the chance of violence by age group was calculated, associating the possible related factors. Results: half of the raped victims were up to 13 years old, with an average of 14 years old, and 9 out of 10 cases were victimized women/girls. The pattern of rape identified was of victims: single marital status; students, abused by acquaintances; who underwent an expert examination between 1-7 days; abused during the dawn; and in the genital region. About 8 out of 10 cases were rapes confirmed by forensics, the rest were via oral report. The final model identified two factors most associated with sexual violence in children/adolescents. Conclusions: the pattern of sexual victimization in the state significantly impacts children and adolescents, especially the female gender


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Adulto Jovem , Estupro/estatística & dados numéricos , Abuso Sexual na Infância/estatística & dados numéricos , Violência contra a Mulher , Brasil , Modelos Logísticos , Fatores Sexuais , Estudos Retrospectivos , Fatores Etários , Fatores Sociodemográficos
4.
Psicol. rev ; 35(2): 385-411, 22/12/2022.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1443154

RESUMO

A presença da violência sexual nas universidades tem afetado diferentes esferas da vida de estudantes, inclusive a saúde mental. O artigo teve como objetivo investigar e categorizar os efeitos da violência sexual sobre a saúde mental de alunos/as, bem como identificar possíveis estratégias para lidar com o problema. Foi realizada uma sistematização da literatura brasileira dos últimos dez anos. Identificou-se que grande parte dos textos define a violência como um fenômeno sociocultural, e alguns explicam a violência a partir de definições jurídicas. Além disso, constatou-se que a violência sexual produz efeitos prejudiciais de ordem psicológica, física, acadêmica e inter-pessoal. Sobre as ações de enfrentamento, foi verificado que a maioria das intervenções mencionadas é remediativa. Por já estar instaladas e apresentar efeitos prejudiciais aos estudantes, as estratégias remediativas são necessárias para lidar com os problemas gerados na saúde mental das vítimas. No entanto, como a violência sexual foi considerada majoritariamente um fenômeno de natureza sociocultural, intervenções preventivas também são requeridas para que os determinantes responsáveis pela violência sexual sejam modificados. (AU)


The presence of sexual violence in universities has affected different spheres of students' lives, including their mental health. This paper aims to investigate and categorize the effects of sexual violence on the mental health of students and identify possible strategies for dealing with this problem. A systematic review of Brazilian literature from the past ten years was carried out. It was found that a large part of the texts defines violence as a sociocultural phenomenon, and some explain violence from legal definitions. In addition, it was found that sexual violence produces detrimental effects of a psychological, physical, academic, and interpersonal nature. As for the coping actions, it was found that most of the interventions mentioned are remedial. Because this type of violence is already installed and presents detrimental effects to students, reme-dial strategies are necessary to deal with the problems generated in the mental health of victims. However, as sexual violence was considered predominantly a sociocultural phenomenon, preventive interventions are also required so that the determinants responsible for sexual violence can be modified. (AU)


La presencia de la violencia sexual en las universidades ha afectado a diferentes ámbitos de la vida estudiantil, incluida la salud mental. El artículo tuvo como objetivo investigar y categorizar los efectos de la violencia sexual sobre la salud mental de los/las alumnos/as, así como identificar posibles estrategias para hacer frente al problema. Se realizó una sistematización de la literatura brasi-leña de los últimos diez años. Se identificó que la mayoría de los textos definen la violencia como un fenómeno sociocultural y algunos explican la violencia a partir de definiciones legales. Además, se ha constatado que la violencia sexual produce efectos perjudiciales de orden psicológico, físico, académico e interpersonal. Sobre las acciones de enfrentamiento, la mayoría son interven-ciones de remediación. Debido a los efectos nocivos de la violencia sexual en los estudiantes, son necesarias estrategias de remediación para hacer frente a los diversos problemas que se generan en la salud mental de las víctimas. Sin embargo, como la violencia sexual fue considerada mayoritariamente un fenómeno de carácter sociocultural, también se requieren intervenciones preventivas para que se modifiquen los determinantes responsables de la violencia sexual. (AU)


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Delitos Sexuais/psicologia , Estudantes/psicologia , Universidades , Delitos Sexuais/prevenção & controle , Saúde Mental , Análise Documental
5.
Rev. bras. ginecol. obstet ; 44(1): 47-54, Jan. 2022. tab, graf
Artigo em Inglês | LILACS | ID: biblio-1365667

RESUMO

Abstract Objective To evaluate the assistance provided to women victims of sexual violence and their participation in the follow-up treatment after the traumatic event, presenting a sociodemographic profile, gynecological background, and circumstances of the event, and reporting the results, acceptance, and side effects of prophylaxis for sexually transmitted infections (STIs) and pregnancy. Methods A retrospective cohort study comprising the period between 2007 and 2016. All women receiving medical care and clinical follow-up after a severe episode of sexual violence were included. Records of domestic violence, male victims, children, and adolescents who reported consensual sexual activity were excluded. The present study included descriptive statistics as frequencies and percentages. Results A total of 867medical records were reviewed and 444 cases of sexual violence were included. The age of the victims ranged from10 to 77 years old, most of them selfdeclared white, with between 4 and 8 years of education, and denying having a sexual partner. Sexual violence occurred predominantly at night, on public thoroughfare, being committed by an unknown offender. Most victims were assisted at the referral service center within 72 hours after the violence, enabling the recommended prophylaxis. There was high acceptance of antiretroviral therapy (ART), although half of the users reported side effects. Seroconversion to human immunodeficiency virus (HIV) or to hepatitis B virus (HBV) was not detected in women undergoing prophylaxis. Conclusion In the present cohort, the profile of victims of sexual violence was loweducated, young, white women. The traumatic event occurred predominantly at night, on public thoroughfare, being committed by an unknown offender. Assistance within the first 72 hours after sexual violence enables the healthcare center to provide prophylactic interventions against STIs and unwanted pregnancies.


Resumo Objetivo Avaliar a assistência prestada às mulheres vítimas de violência sexual e seu acompanhamento após o evento traumático, caracterizando o perfil sociodemográfico, antecedentes ginecológicos e circunstâncias do evento, além de relatar a aceitação e os efeitos colaterais da profilaxia para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e a ocorrência de gravidez resultante da violência sexual. Métodos Estudo de coorte retrospectivo compreendendo o período entre 2007 e 2016. Foram incluídas todas as mulheres em acompanhamento médico e clínico após episódio de violência sexual. Foram excluídos registros de violência doméstica, vítimas do sexo masculino e crianças e adolescentes que relataram atividade sexual consensual. O estudo incluiu estatísticas descritivas, com frequências e percentuais. Resultados Foram revisados 867 prontuários e 444 casos de violência sexual foram incluídos. A faixa etária foi 10 a 77 anos; a maioria das vítimas se autodeclarou branca, com entre 4 e 8 anos de escolaridade, e negou ter um parceiro sexual fixo. A violência sexual ocorreu predominantemente à noite, em via pública, por um agressor desconhecido. A maioria foi atendida no serviço de referência em até 72 horas após a violência, possibilitando profilaxias preconizadas. Houve alta aceitação da terapia antirretroviral (TARV), embora metade das usuárias relatasse efeitos colaterais. A soroconversão para o vírus da imunodeficiência humana (HIV, na sigla em inglês) ou para o vírus da hepatite B (HBV, na sigla em inglês) não foi detectada entre as vítimas. Conclusão Nesta coorte, o perfil das vítimas de violência sexual foi de mulheres brancas, de baixa escolaridade, e jovens. O evento traumático ocorreu predominantemente à noite, em via pública, por um agressor desconhecido. A assistência nas primeiras 72 horas após a violência sexual permite que o serviço de saúde realize intervenções profiláticas contra ISTs e gravidez indesejada.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez não Desejada , Delitos Sexuais , Doenças Bacterianas Sexualmente Transmissíveis , Violência contra a Mulher
6.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 38(10): e00105022, 2022. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1404024

RESUMO

O aborto legal nos casos de gravidez resultante de estupro é previsto no Brasil desde 1940. No entanto, o acesso a esse direito ainda é muito restrito, havendo inúmeras barreiras que dificultam o acesso das mulheres aos serviços de referência que realizam o procedimento. Este artigo discute a trajetória das mulheres que realizaram aborto por estupro entre 2000 e 2018 em um hospital público de referência na cidade de Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brasil). Trata-se de um estudo qualitativo, documental e retrospectivo, que utilizou o conceito das Rotas Críticas para compreender as dificuldades enfrentadas, as decisões tomadas diante da violência sexual e da descoberta da gravidez e as consequências oriundas dessa situação. Os dados foram coletados dos prontuários clínicos das mulheres, totalizando 127 casos. A partir da análise de conteúdo, foram traçadas três categorias que se inter-relacionam, sendo ordenadas de modo a explicitar a sequência de fatos, ações e intercorrências na vida das mulheres, de acordo com a dinâmica das rotas críticas produzidas: entre o segredo da violência e o silenciamento do direito; o adoecimento psíquico e a desorganização social; fluxos institucionais: validação da palavra e objeção de consciência. Percebeu-se que existe um silenciamento diante da violência sexual, sendo que a realização do aborto legal se mostrou um problema invisibilizado e cercado de estigmas. A desorganização psicossocial decorrente da violência foi agravada pela desinformação, pela precariedade das redes de atendimento e pela objeção de consciência dos profissionais.


Se admite el aborto legal en casos de embarazo resultante de violación en Brasil desde 1940. Sin embargo, el acceso a este derecho sigue siendo muy restringido, con muchas barreras que dificultan el acceso de las mujeres a los servicios de referencia que realizan el procedimiento. Este artículo discute la trayectoria de las mujeres que tuvieron abortos por violación entre 2000 y 2018 en un hospital público de referencia en la ciudad de Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brasil). Se trata de un estudio cualitativo, documental y retrospectivo, que utilizó el concepto de Rutas Críticas para comprender las dificultades enfrentadas, las decisiones que se adoptaron ante la violencia sexual, el descubrimiento del embarazo y las consecuencias derivadas de esta situación. Se recogieron datos de los historiales clínicos de las mujeres, con un total de 127 casos. A partir del análisis de contenido, se delinearon tres categorías que se interrelacionan, ordenándose para explicar la secuencia de hechos, acciones y complicaciones en la vida de las mujeres, de acuerdo con la dinámica de las rutas críticas: entre el secretismo de la violencia y el silenciamiento de la ley; la enfermedad psíquica y la desorganización social; y los flujos institucionales: validación de la palabra y objeción de conciencia. Se notó que hay un silenciamiento frente a la violencia sexual, y la realización del aborto legal demostró ser un problema invisibilizado y rodeado de estigmas. La desorganización psicosocial derivada de la violencia se agravó por la desinformación, las redes de atención precarias y la objeción de conciencia de los profesionales.


Legal abortion in cases of pregnancy resulting from rape has been provided for in Brazil since 1940. However, access to this right is still very restricted, and there are numerous barriers that hinder women's access to referral services that perform the procedure. This article discusses the trajectory of women who had an abortion due to rape from 2000 to 2018 at a public referral hospital in the city of Porto Alegre (Rio Grande do Sul State, Brazil). This is a qualitative, documentary, and retrospective study that used the concept of Critical Paths to understand the difficulties encountered by the women, the decisions made in the face of sexual violence and the discovery of pregnancy, as well as, the consequences resulting from this situation. Data were collected from women's medical records, totaling 127 cases. Based on the content analysis, three interrelated categories were identified and subsequently ordered to explain the sequence of facts, actions, and complications in women's lives, according to the dynamics of the critical paths produced: Between the secrecy of violence and the silencing of rights; Psychological illness and social disorganization; Institutional flows: validation of the word and conscientious objection. We noticed that there is a silencing in the face of sexual violence, and the performance of legal abortion proved to be an invisible problem surrounded by stigmas. The psychosocial disorganization resulting from violence was aggravated by misinformation, the precariousness of the service networks, and the professionals' conscientious objection.

7.
RECIIS (Online) ; 15(3): 580-596, jul.-set. 2021. ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1342671

RESUMO

Neste artigo, investigamos os modos como o jornalismo enquadra narrativas testemunhais de estupro publicadas na última década na seção 'Eu, leitora' da revista Marie Claire brasileira. A partir de uma análise textual narrativa, cotejada com estudos de trauma e testemunho e com estudos feministas, buscamos problematizar a maneira como o jornalismo lida com o testemunho. Dialogamos com o conceito de fait divers e sua presença no jornalismo dito feminino para compreender os modos como Marie Claire enquadra esses relatos. Concluímos que a revista opera ambiguamente em relação à verdade testemunhal das feridas traumáticas dessas mulheres, ao mesmo tempo se aproximando e se afastando delas, por meio de estratégias narrativas e editoriais.


In this article, we investigate how the journalism frames narratives of testimonies about rapes published in the last decade in the 'Eu, leitora' section of the Brazilian Marie Claire magazine. By means of a narrative textual analysis, compared with testimony and trauma studies as well as feminist studies, we seek to problematize the way journalism deals with testimony. We dialogue with the concept of fait divers and its presence in so-called female journalism to understand how Marie Claire frames these reports. We conclude that the magazine operates ambiguously with regard to the testimony truth of the traumatic wounds of these women, at the same time approaching and moving away from them, through narrative and editorial strategies.


En este artículo investigamos cómo el periodismo encuadra las narrativas testimoniales de violación publicadas en la última década en la sección de 'Eu, leitora' de la revista brasileña Marie Claire. A partir de un análisis textual narrativa, comparado con estudios del trauma y del testimonio y con estudios feministas, buscamos problematizar la forma cómo el periodismo aborda el testimonio. Dialogamos con el concepto de fait divers y su presencia en el llamado periodismo femenino para entender las formas cómo Marie Claire enmarca esas narraciones. Concluimos que la revista opera de manera ambigua con relación a la verdad testimonial de las heridas traumáticas de esas mujeres, al mismo tiempo acercándose y alejándose de ellas, a través de estrategias narrativas y editoriales.


Assuntos
Humanos , Publicações Periódicas como Assunto , Estupro , Jornalismo , Estudos de Gênero , Relatos de Casos , Vítimas de Crime , Violência contra a Mulher , Violência de Gênero
8.
RECIIS (Online) ; 15(3): 614-635, jul.-set. 2021. ilus
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1342682

RESUMO

Este artigo se propõe a analisar a representação e repercussão do estupro na minissérie brasileira Justiça (2016), produzida e exibida pela Rede Globo e de autoria de Manuela Dias. O artigo discute o papel que a representação tem na construção do imaginário coletivo em relação a esse crime, abordando a noção de cultura do estupro, o modo como o crime de estupro é representado na mídia, bem como os mitos perpetuados pelas abordagens feitas. A presente pesquisa apresenta então três momentos de análise: 1) análise da representação do estupro na série; 2) análise da repercussão de tal representação; 3) análise da presença ou ausência dos chamados mitos da cultura do estupro na trama de Justiça.


This article aims to analyze the representation and repercussion of rape in the Brazilian miniseries Justiça (2016), produced and aired by Rede Globo and written by Manuela Dias. The article discusses the role that representation plays in the construction of the collective imagination concerning this crime, addressing the notion of rape culture, the way this crime is represented in the media, as well as the myths perpetuated by the approaches made. This research then presents three moments of analysis: 1) analysis of the representation of rape in the series; 2) analysis of the repercussion of such representation; 3) analyzes the presence or absence of the so-called myths of the culture of rape in the plot of Justiça.


Este artículo tiene como objetivo analizar la representación y repercusión de la violación en la miniserie brasileña Justiça (2016), producida y televisada por Rede Globo y escrita por Manuela Dias. El artículo discute el papel que juega la representación en la construcción del imaginario colectivo en relación a este delito, abordando la noción de cultura de la violación, la forma en que el delito de violación es representado en los medios de comunicación, así como los mitos perpetuados por los enfoques adoptados. A continuación, la presente investigación presenta tres momentos de análisis: 1) análisis de la representación de la violación en la serie; 2) análisis de la repercusión de dicha representación; 3) análisis de la presencia o ausencia de los llamados mitos de la cultura de la violación en la trama de Justiça.


Assuntos
Humanos , Estupro , Violência contra a Mulher , Obras de Ficção como Assunto , Delitos Sexuais , Meios de Comunicação , Vítimas de Crime , Sistema de Justiça , Narração
9.
Rev. crim ; 63(2): 115-130, mayo-ago. 2021. tab, graf
Artigo em Espanhol | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1365780

RESUMO

Resumen En investigación social existe una importante línea de estudios que intentan comprender el fenómeno de la violencia sexual. Un constructo que ha centrado el interés de no pocos investigadores corresponde al de "mitos de violación". Este concepto agrupa creencias erróneas respecto a la atribución de culpabilidad del agresor y la responsabilidad de la víctima en caso de violación sexual. El objetivo del presente artículo fue realizar una revisión sistemática de los estudios empíricos que reportan evidencia acerca de la relación entre la aceptación de mitos de violación y variables psicosociales. Las bases de datos consultadas fueron, ProQuest, Web of Science, Scopus, PsycINFO, EBSCOhost y JSTOR. Se seleccionaron estudios empíricos en español e inglés publicados entre los años 2009 y 2019. Se encontraron 96 artículos que cumplían con los criterios de selección. Dentro de los resultados el 63,4 % de las investigaciones se desarrollaron en Estados Unidos, 24,7 % en países de Europa y solo 1 % en América Latina. Los hallazgos muestran que los hombres son los que mantienen mayores niveles de aceptación de los mitos de violación en la mayoría de los estudios. Además, se encontraron relaciones con variables como violencia interpersonal y violencia sexual, rasgos de personalidad, variables ideológicas, psicosociales, sexuales y de género. Finalmente se discute sus implicancias y limitaciones.


Abstract In social research, there is an important line of studies that try to understand the phenomenon of sexual violence. A construct that has focused the interest of not a few researchers corresponds to that of "rape myths". This concept brings together a set of erroneous beliefs regarding the attribution of guilt of the aggressor and the responsibility of the victim in case of rape. The objective of this study was to conduct a systematic review of empirical studies that have reported evidence about the relationship between the acceptance of rape myths and psychosocial variables. The databases consulted were, ProQuest, Web of Science, Scopus, PsycINFO, EBSCOhost, JSTOR. We selected empirical studies in Spanish and English that have been published between 2009 and 2019. We found 96 articles that met the selection criteria. Within the results, 63.4% of the studies have been developed in the United States, 24.7% in European countries and only one in Latin America (1.0%). The findings show that men maintain the highest levels of acceptance of rape myths in most studies. In addition, relationships have been found with variables such as interpersonal violence and sexual violence, personality traits, ideological, psychosocial, sexual and gender variables. Finally, its implications and limitations are discussed.


Resumo Na pesquisa social, há uma importante linha de estudos que tentam entender o fenômeno da violência sexual. Uma construção que tem focado o interesse de poucos pesquisadores corresponde à de "mitos do estupro". Esse conceito reúne um conjunto de crenças errôneas sobre a atribuição de culpa do agressor e a responsabilidade da vítima em caso de estupro. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática de estudos empíricos que relataram evidências sobre a relação entre a aceitação de mitos de estupro e variáveis psicossociais. As bases de dados consultadas foram: ProQuest, Web of Science, Scopus, PsycINFO, EBSCOhost, JSTOR. Selecionamos estudos empíricos em espanhol e inglês que foram publicados entre 2009 e 2019. Encontramos 96 artigos que atenderam aos critérios de seleção. Dentro dos resultados, 63,4% dos estudos foram desenvolvidos nos Estados Unidos, 24,7% em países europeus e apenas um na América Latina (1,0%). Os achados mostram que os homens mantêm os mais altos níveis de aceitação dos mitos do estupro na maioria dos estudos. Além disso, têm sido encontradas relações com variáveis como violência interpessoal e violência sexual, traços de personalidade, variáveis ideológicas, psicossociais, sexuais e de gênero. Finalmente, suas implicações e limitações são discutidas.

10.
RECIIS (Online) ; 15(2): 346-361, abr.-jun. 2021.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1254702

RESUMO

Este artigo realiza aproximações conceituais da epistemologia feminista, considerando a teoria crítica do jornalismo como forma de conhecimento social, com o objetivo de discutir a importância da perspectiva de gênero em reportagens sobre a cultura do estupro. Como corpus de análise, selecionamos o livro-reportagem Ela Disse: os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo, que retrata a produção das notícias do New York Times sobre abusos sexuais contra atrizes e funcionárias da indústria cinematográfica de Hollywood. Sistematizamos as teorias levantadas para apontar parâmetros do jornalismo com perspectiva feminista. Definimos, como aspectos e categorias de análise das reportagens, a contextualização, os desafios e estratégias de apuração da violência de gênero e cultura do estupro como formas de organização social e questões de saúde pública. Como resultados, reforçamos a necessidade da abordagem feminista no jornalismo para gerar a reflexão pela sociedade, o enfrentamento da violência e da desigualdade de gênero.


This article deals with conceptual approaches of feminist epistemology, bearing in mind the critical theory of journalism as a form of social knowledge, aiming to discuss the importance of the gender perspective in reports on the rape culture. As a corpus of analysis, we selected a book written by two investigative reporters, She said: breaking the sexual harassment story that helped ignite a movement, which portrays the New York Times production of news regarding sexual abuse and harassment of actresses and women employees by their bosses in Hollywood film industry. We have systematized the theories raised to point out parameters of journalism with a feminist perspective. We defined, as aspects and categories of analysis of the reports, the contextualization, challenges and strategies for investigating gender violence and rape culture as forms of social organization and public health issues. As a result of the study, we reinforce the need for a feminist approach in journalism to generate a reflection on these problems by society, and to confront the gender violence and inequality.


Este artículo realiza aproximaciones conceptuales de la epistemología feminista, teniendo em cuenta la teoría crítica del periodismo como forma de conocimiento social, con el objetivo de discutir la importancia de la perspectiva de género en los reportajes sobre la cultura de la violación. Como corpus de análisis, seleccionamos el libro-reportaje Ela disse: os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo [Ella ha dicho: los bastidores del reportaje que ha impulsionado el movimiento #MeToo], que retrata la producción de noticias del New York Times sobre acosos sexuales sufridos por actrices y empleadas de la industria cinematográfica de Hollywood. Hemos sistematizado las teorías planteadas para señalar parámetros del periodismo con una perspectiva feminista. Definimos, como aspectos y categorías de análisis de los reportajes, la contextualización, los desafíos y algunas estrategias de investigación de la violencia de género y la cultura de la violación como formas de organización social y cuestiones de salud pública. Como resultado, reforzamos la necesidad de un enfoque feminista en el periodismo para generar reflexión por la sociedad, y más el enfrentamiento de la violencia y de la desigualdad de género.


Assuntos
Humanos , Estupro , Feminismo , Jornalismo , Violência contra a Mulher , Perspectiva de Gênero , Delitos Sexuais , Notícias
11.
Psico (Porto Alegre) ; 52(2): 36079, 2021.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1291320

RESUMO

Foram realizados dois estudos com estudantes universitários a fim de reunir evidências psicométricas da adaptação da Escala de Percepção de Causas do Estupro (EPCE) ao contexto brasileiro. O Estudo 1 contou com 220 pessoas com idade média de 23,5 anos (DP = 7,56; variaram de 18 a 63 anos) (64,5% do sexo feminino), enquanto no Estudo 2 participaram 203 indivíduos com idade média de 21,4 anos (DP = 5,17; variaram de 18 a 51 anos) (54,2% do sexo feminino), todos responderam perguntas demográficas, a EPCE e uma medida de atitudes negativas frente a vítimas de estupro. As análises corroboraram a estrutura fatorial de 5 componentes, com índices de consistência interna variando entre 0,92 e 0,70. Ademais, observou-se uma correlação positiva da EPCE com atitudes negativas frente a vítimas (validade convergente). Concluindo, esta escala apresentou evidências de validades fatorial e convergente, além de consistência interna, apoiando seu uso em estudos futuros.


Two studies with university students were conducted with the objective of adapting to the Brazilian context the Rape Causes Perception Scale (RCPS), gathering evidence of its factorial and convergent validities and reliability. Study 1 had 220 people with a mean age of 23.5 years old (SD = 7.56; ranged from 18 to 63 years) (64.5% female), while in Study 2 participants were 203 individuals with a mean age 21.4 years old (SD = 5.17; ranged from 18 to 51 years) (54.2% female), all having answered demographic questions, the RCPS and a measure of negative attitudes towards rape victims. The analyzes corroborated its theoretical structure of five components, presenting reliability coefficients ranging from 0.70 to 0.92. In addition, a positive correlation between RCPS and negative attitudes towards victims was observed (convergent validity). In conclusion, this scale showed evidence of factorial and convergent validity, as well as reliability, supporting its use in future studies


Se realizaron dos estudios con estudiantes universitarios con el fin de reunir evidencia psicométrica de la adaptación de la Escala de percepción de causa de violación (EPCV) al contexto brasileño. El Estudio 1 tuvo 220 personas con una edad promedio de 23.5 años (DE = 7.56; rango de 18 a 63 años) (64.5% mujeres), mientras que en el Estudio 2, 203 individuos con una edad promedio 21.4 años (DE = 5.17; rango de 18 a 51 años) (54.2% mujeres), todas respondieron preguntas demográficas, EPCV y una medida de actitudes negativas hacia las víctimas de violación. Los análisis corroboraron la estructura factorial de 5 componentes, con índices de consistencia interna que varían de 0,92 a 0,70. Además, hubo una correlación positiva de EPCV con actitudes negativas hacia las víctimas (validez convergente). En conclusión, esta escala mostró evidencia de validez factorial y convergente, así como de consistencia interna, apoyando su uso en futuros estudios.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Estupro , Culpa , Estupro/psicologia , Delitos Sexuais
12.
Femina ; 49(10): 622-630, 2021. graf, ilus, tab
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1358196

RESUMO

Objetivo: Determinar o perfil ético profissional dos obstetras do serviço de aborto legal no estado de Alagoas (Brasil) e delinear um protocolo e fluxograma para auxiliar no atendimento de mulheres estupradas. Métodos: Realizamos um estudo observacional-transversal, prospectivo e descritivo, incluindo todos os 26 obstetras do serviço de aborto legal. Na fase 1, investigaram-se o conhecimento legal e a posição ética, enquanto na fase 2 foram construídos um protocolo e um fluxograma para guiar o serviço nos casos de aborto legal. Resultados: Na fase 1, identificamos que a maioria dos obstetras não conhecia os aspectos legais sobre o aborto, não se sentiam confortáveis em estar no serviço e apontaram várias limitações no funcionamento dele. Na fase 2, foram desenvolvidos um protocolo e um fluxograma aplicados aos casos em que uma mulher estuprada deseja abortar por métodos legais. Conclusão: O perfil dos obstetras do serviço de aborto legal é insuficiente para lidar com a complexidade do aborto no estado. O protocolo e o fluxograma delineados tiveram o propósito de ajudar o serviço de aborto legal do estado a lidar com esse problema público/social.(AU)


Objective: To determine the professional ethical profile of obstetricians from the legal abortion service in Alagoas state (Brazil) and to design a protocol and flowchart to help the attendance of raped woman. Methods: We performed an observational- -sectional, prospective and descriptive study including all 26 obstetricians from the legal abortion service. Phase 1 investigated the legal knowledge and ethical position, while phase 2 was the construction of a protocol and flowchart to guide the service in cases of legal abortion. Results: In the phase 1 we identified that most obstetrician did not know the legal aspects about abortion; did not few comfortable to be in the service and they pointed out several limitations of how service works. Phase 2 of the study was the development of a protocol and flowchart applied to the cases which a raped woman wants to abort by legal methods. Conclusion: The profile of obstetrician from the legal abortion service is insufficient to deal with the complexity of abort in the state. The protocol designed have the purpose to help the state legal abortion service to deal with this public/social problem.(AU)


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Aborto Legal/legislação & jurisprudência , Aborto Legal/ética , Violência contra a Mulher , Ética Médica , Obstetrícia/estatística & dados numéricos , Obstetrícia/ética , Estupro/legislação & jurisprudência , Brasil , Serviços de Saúde da Mulher , Epidemiologia Descritiva , Estudos Prospectivos , Saúde da Mulher , Estudos Observacionais como Assunto/métodos , Fluxo de Trabalho
13.
Rev. saúde pública (Online) ; 55: 1-14, 2021. tab
Artigo em Inglês, Português | LILACS, BBO | ID: biblio-1352154

RESUMO

ABSTRACT OBJECTIVE: To characterize sexual violence cases suffered by women notified by the Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Information System for Notifiable Diseases) in the city of Rio Branco (AC - Brazil) from 2011 to 2016. METHODS: Descriptive study based on information from the Notifiable Diseases Information System. The study population consisted on women victims of sexual violence reported in the city of Rio Branco (AC), from 2011 to 2016. RESULTS: The results show a higher number of notifications during 2012, especially among single, brown, and aged between 10 and 14 years victims; usually they have 5 to 8 years of schooling. Normally violence occurred in residences and by a single aggressor, male and non-alcoholic. DISCUSSION: The large number of notifications of pregnant women aged 10 to 14 years corresponds to the compulsory notification of rape of a vulnerable person, identified at the time of prenatal care or childbirth. CONCLUSION: We confirm the susceptibility to sexual violence of young women in Rio Branco, raising the issue of child marriage and teenage pregnancy.


RESUMO OBJETIVO: Caracterizar os casos de violência sexual sofridos por mulheres notificadas pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação no município de Rio Branco (AC) no período de 2011 a 2016. MÉTODOS: Estudo descritivo com base nas informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A população do estudo foi constituída por mulheres vítimas de violência sexual notificadas no município de Rio Branco (AC), de 2011 a 2016. RESULTADOS: Os resultados da investigação apresentam maior número de notificação durante o ano de 2012, se destacando entre as vítimas aquelas com idade entre 10 e 14 anos, solteiras, pardas e com 5 a 8 anos de formação educacional. O local de ocorrência mais notificado foi a residência, predominando agressor único, do sexo masculino e não alcoolizado. DISCUSSÃO: O grande número de notificações de gestantes na faixa etária de 10 a 14 anos corresponde à notificação compulsória do estupro de vulnerável, identificado no momento de realização do pré-natal ou parto. CONCLUSÃO: Confirmou-se a suscetibilidade à violência sexual de mulheres jovens de Rio Branco, levantando a problemática do casamento infantil e da gravidez na adolescência.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Criança , Adolescente , Estupro , Delitos Sexuais , Cuidado Pré-Natal , Violência , Brasil/epidemiologia
14.
Rev. saúde pública (Online) ; 55: 1-9, 2021. tab
Artigo em Inglês, Português | LILACS, BBO | ID: biblio-1352189

RESUMO

ABSTRACT OBJECTIVE Compare official data on notifications of sexual violence against girls aged 10 to 13 years with data on pregnancy for the same age group between 2012 and 2018. METHODS This is an epidemiological, descriptive, cross-sectional study with data from the Department of Informatics of the Unified Health System (DATASUS) on violence against and pregnancy of girls aged 10 to 13 years from 2012 to 2018. Data on sexual violence were accessed in the Health Information System (SINAN); on pregnancy, in the Live Births Information System (SINASC), on fetal deaths, in the Mortality Information System (SIM), and on abortions, in the Hospital Admission System (SIH). RESULTS Between 2012 and 2018, out of 136,387 pregnancies, there were 120,185 live births and 15,402 interrupted pregnancies by abortions or fetal deaths of mothers who became pregnant aged 13 years or younger. In the same period, SINAN received 46,548 notifications of sexual abuse against girls aged 10 to 13 years. The number of girls who became pregnant before the age of 14, victims of statutory rape, was 2.9 times higher than the number of cases notified to SINAN. CONCLUSION The lack of adequate notification of statutory rapes in Brazilian official statistics leads to the underestimation of its magnitude.


RESUMO OBJETIVO Comparar dados oficiais notificados de violência sexual contra meninas de 10 a 13 anos com dados sobre gravidez nessa mesma faixa etária entre 2012 e 2018. MÉTODOS estudo epidemiológico, descritivo, de corte transversal, com dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) sobre violência e gestação de meninas com idades entre 10 e 13 anos, dos anos de 2012 a 2018. Os dados sobre violência sexual foram acessados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados sobre gravidez foram buscados em três Sistemas de Informação: o de Nascidos Vivos (SINASC), o de Mortalidade (SIM), para os óbitos fetais e o de Internações hospitalares (SIH), para os de aborto. RESULTADOS No período de 2012 a 2018 houve 136.387 gestações, sendo 120.185 nascimentos e 15.402 gestações interrompidas por aborto ou óbito fetal de mães que engravidaram com 13 anos ou menos. No mesmo período foram notificados ao SINAN 46.548 casos de abuso sexual de meninas com idades entre 10 e 13 anos. O número de meninas que engravidaram antes dos 14 anos, vítimas de estupro de vulnerável, foi 2,9 vezes maior do que o número de casos notificados ao SINAN. CONCLUSÃO A falta de registro adequado do estupro de vulnerável nas estatísticas oficiais no Brasil leva a subestimativa de sua magnitude.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Estupro , Delitos Sexuais , Violência , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais
15.
Ciênc. cuid. saúde ; 20: e57373, 2021.
Artigo em Português | LILACS, BDENF | ID: biblio-1339636

RESUMO

RESUMO Objetivo: refletir sobre as vulnerabilidades de mulheres ao estupro marital durante a pandemia da Covid-19. Método: estudo teórico-reflexivo realizado em maio de 2020 a março de 2021 para fundamentação teórica de uma tese de doutorado estruturado a partir dos aportes teóricos de Heleieth Saffioti, que versam sobre gênero e violência, e José Ricardo Ayres para embasar as análises a partir da perspectiva de vulnerabilidade. Resultados: a vulnerabilidade de mulheres ao estupro marital pode estar acentuada em virtude da intensificação do convívio do casal no período pandêmico. Pode-se, a partir dessa perspectiva, identificar o caráter individual, social e programático do fenômeno, incluindo situações como as mulheres não se reconhecem nessa vivência; a escassez de emprego nesse período e a dificuldade de acesso à rede de apoio. As construções sociais de gênero amparam as práticas de violência nas relações conjugais quando naturalizam as posturas machistas e patriarcais. Considerações Finais: as vulnerabilidades enfrentadas por essas mulheres são reflexo da perpetuação de comportamentos desiguais de gênero, os quais podem se apresentar de uma forma mais incisiva na pandemia da Covid-19. Nesse sentido, profissionais de diversas áreas devem utilizar novas tecnologias para o acesso, como o atendimento remoto e uso de mídias sociais online.


RESUMEN Objetivo: reflexionar sobre las vulnerabilidades de mujeres a la violación marital durante la pandemia del Covid-19. Método: estudio teórico-reflexivo realizado en mayo de 2020 a marzo de 2021 como fundamento teórico de una tesis de doctorado estructurado a partir de los aportes teóricos de HeleiethSaffioti, que tratan sobre género y violencia, y José Ricardo Ayres para basar los análisis a partir de la perspectiva de vulnerabilidad. Resultados: la vulnerabilidad de mujeres a la violación marital puede acentuarse en virtud de la intensificación del convivio de la pareja en el período pandémico. Se puede, a partir de esta perspectiva, identificar el carácter individual, social y programático del fenómeno, incluyendo situaciones tales como: las mujeres no se reconocen en esta vivencia; la escasez de empleo en este período y la dificultad de acceso a la red de apoyo. Las construcciones sociales de género amparan las prácticas de violencia en las relaciones conyugales cuando naturalizan las posturas machistas y patriarcales. Consideraciones Finales: las vulnerabilidades enfrentadas por estas mujeres derivan de la perpetuación de comportamientos desiguales de género, que pueden presentarse de una manera más incisiva en la pandemia del Covid-19. En este sentido, profesionales de diversas áreas deben utilizar nuevas tecnologías para el acceso, como la atención remota y el uso de redes sociales online.


ABSTRACT Objective: To reflect on women's vulnerabilities to marital rape during the Covid-19 pandemic. Method: Theoretical-reflective study built from May 2020 to March 2021, for the theoretical foundation of a doctoral thesis structured from the theoretical contributions of Heleieth Saffioti that deal with gender and violence and José Ricardo Ayres to support the analysis from the vulnerability perspective. Results: The vulnerability of women to marital rape may be accentuated due to the intensification of the couple's coexistence in the pandemic period. From this perspective, we can identify the individual, social and programmatic character of the phenomenon, including situations such as women do not recognize themselves in this experience; the lack of employment during this period, and the difficulty in accessing the support network. The social constructions of gender support the practices of violence in marital relationships when they naturalize sexist and patriarchal postures. Final Considerations: The vulnerabilities faced by these women are a reflection of the perpetuation of unequal gender behaviors, which may be more incisive in the Covid-19 pandemic. In this sense, professionals from different areas must use new technologies for access, such as remote service and the use of online social media.


Assuntos
Humanos , Feminino , Estupro , Mulheres , Vulnerabilidade a Desastres , COVID-19 , Delitos Sexuais , Isolamento Social , Tecnologia , Violência , Casamento , Pessoal de Saúde , Violência contra a Mulher , Pandemias , Rede Social , Mídias Sociais , Acesso à Internet , Identidade de Gênero
16.
Aletheia ; 53(2): 90-105, jul.-dez. 2020. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1278247

RESUMO

Pesquisas com vitimizadores sexuais infantis são escassas, especialmente em contexto nacional. Objetivou-se descrever o perfil sociodemográfico, judicial e as experiências na família de origem de homens condenados pelo crime de estupro de vulnerável. Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado com 49 homens em cumprimento de pena. Foi realizado levantamento documental dos processos judiciais e aplicação de questionário de dados sociodemográficos e judiciais, além do Family Background Questionnaire. Análises estatísticas descritivas e inferenciais revelaram predomínio de vitimizadores solteiros (53,1%), mas com filhos (82,2%). Somente 6,1% tinham diagnóstico de transtorno pedofílico. Os crimes ocorreram preponderantemente em contexto intrafamiliar (54,5%) e com vítimas do sexo feminino (74,3%). Mais de 30% revelaram contato sexual indesejado ao longo da vida. Os vitimizadores de contextos extrafamiliares vivenciaram significativamente mais negligência na família de origem (M=22,71) do que os intrafamiliares (M=14,66). Ressalta-se a necessidade de novos estudos para compreender com mais abrangência o perfil desta população.


Research on sex offenders is scarce, especially in Brazil. This study aims to describe the socio-demographic and judicial profile of men convicted for statutory rape and their experiences in family of origin. It is a descriptive cross-sectional study performed with 49 men serving time. A documentary survey of their lawsuits was performed and the administration of a socio-demographic and judicial data questionnaire, as well as the Family Background Questionnaire. Descriptive and inferential statistical analyzes revealed a predominance of single victimizers (53.1%), with children (82.2%). Only 6.1% had a diagnosis of pedophilic disorder. The crimes occurred predominantly inside the family (54.5%) and with female victims (74.3%). More than 30% revealed unwanted sexual contacts throughout their lives. Extra familiar victimizers had significantly higher levels of neglect in their family of origin (M = 22.71) than intrafamiliar (M = 14.66). Further studies are necessary to understand the profile of this population more comprehensively.

17.
Saude e pesqui. (Impr.) ; 13(3): 653-663, jul.-set. 2020.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1121805

RESUMO

Buscou-se identificar o grau de adesão dos hospitais de referência ao Protocolo de atendimento às mulheres em situação de violência sexual no Paraná-Brasil, entre 2009 e 2015, associando aos perfis sociodemográficos e às categorias de adesão. Estudo observacional transversal, população composta por todas as mulheres em situação de violência sexual, atendidas por 28 Hospitais do Paraná. Analisaram-se dez itens sobre a taxa de adesão: desde o acolhimento, profilaxias, até encaminhamentos posteriores ao trauma. Encontrou-se que todos os Hospitais fizeram o atendimento agudo às mulheres: 50% aderiram às Profilaxias ISTs, AIDS e hepatites, coletas de secreção e exames sanguíneos; 63% ofereceram contracepção de emergência; 69% encaminharam para acompanhamento ambulatorial. Houve associação entre idade, etnia, escolaridade e estado civil com melhores taxas de adesão ao Protocolo. Entendeu-se que Hospitais de referência se preocupam com atendimentos agudos, mas não aderem integralmente às medidas profiláticas, multidisciplinares e continuadas.


The adhesion rate of reference hospitals to the Protocol of Attendance for women in situations of sexual violence in the state of Paraná, Brazil, between 2009 and 2015, is provided, associating it with sociodemographic profiles and adhesion categories. Current transversal observational study comprised an all-female population in situations of sexual violence attended by 28 hospitals in the state of Paraná. Ten items were analyzed, including reception of patient, prophylaxis and posttrauma referrals. All hospitals performed primary care for victims; 50% adhered to STIs, AIDS and hepatitis prophylaxis, secretion collection and blood tests; 63% offered emergency contraception; 69% forwarded them to outpatient follow-up. There was an association between age, ethnicity, education and marital status with better rates of adherence to the Protocol. Although reference hospitals are concerned with total care, they do not fully adhere to prophylactic, multidisciplinary and continuous measures.

18.
Rev. bras. ginecol. obstet ; 42(9): 547-554, Sept. 2020. tab, graf
Artigo em Inglês | LILACS | ID: biblio-1137876

RESUMO

Abstract Objective To characterize the sociodemographic profile of women victims of sexual violence treated at a university hospital in southern Brazil. Method The present cross-sectional study included all female victims of sexual violence who attended the sexual violence unit at the Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA, in the Portuguese acronym) from April 18, 2000 to December 31, 2017.Data were extracted from the electronic record of the patients and stored in a standardized questionnaire database with epidemiological aspects of the victim, the perpetrators and the type of aggression. Statistical analysis was performed using the chi-squared test for trend and descriptive statistics with 95% confidence interval (CI). Results During the length of the study, 711 women victims of sexual violence were treated. The mean age of the patients was 24.4 (±10) years old (range from 11 to 69 years old) and most of the victims were white (77.4%), single (75.9%) and sought care at the unit within 72 hours after the occurrence (80.7%). In most cases, violence was exerted by a single perpetrator (87.1%), who was unknown in 67.2% of cases. Victims < 19 years old showed a higher risk of not using contraception (relative risk [RR] = 2.7; 95% CI = 1.9-3.6). Conclusion Most victims of sexual violence were treated within 72 hours of the occurrence. The majority of these victims were white and young, and those < 19 years old had a higher risk of not using contraception and to know the sexual perpetrator.


Resumo Objetivo Caracterizar o perfil sociodemográfico de mulheres vítimas de violência sexual atendidas em um hospital universitário da região Sul do Brasil. Métodos Estudo transversal de todas as mulheres atendidas na unidade de vítimas de violência sexual do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) entre 18 de abril de2000 a 31 de dezembro de 2017. Os dados foram extraídos a partir do registro eletrônico de um questionário padronizado envolvendo aspectos epidemiológicos da vítima, do agressor e do tipo de agressão. O teste qui-quadrado foi empregado para tendência e estatística descritiva com 95% de intervalo de confiança (IC) foram utilizados para análise estatística. Resultados Foram atendidas 711 mulheres vítimas de violência sexual. A média da idade das pacientes foi de 24,4 (±10) anos, sendo que a maioria das vítimas era branca (77,4%), solteira (75,9%) e buscou atendimento na unidade dentro de 72 horas após a ocorrência (80,7%). Na maioria dos casos, a violência foi exercida por agressor único (87,1%), sendo este desconhecido em 67,2% dos casos. As vítimas < 19 anos mostraram um maior risco de não estarem usando algum método contraceptivo (risco relativo [RR] = 2,7; IC95% = 1,9-3,6). Conclusão A maioria das vítimas de violência sexual foi atendida dentro de 72 horas da ocorrência. As vítimas sexuais eram, na sua maioria, brancas e jovens, sendo que as < 19 anos apresentavam um maior risco de não estarem utilizando algum método contraceptivo e de conhecerem o seu agressor.


Assuntos
Humanos , Feminino , Criança , Adolescente , Adulto , Idoso , Adulto Jovem , Delitos Sexuais/estatística & dados numéricos , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Pessoa de Meia-Idade
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