RESUMO
Desde a segunda metade do século XX as grandes alterações na estrutura econômico-social do Brasil resultaram em mudanças nos hábitos alimentares de crianças, adolescentes e seus familiares. Estas mudanças nutricionais levaram a importante redução da desnutrição, mas ao mesmo tempo em aumento do sobrepeso e da obesidade em crianças, que muitas vezes permanecem na adolescência e na idade adulta. Por outro lado, a incidência de anemia ferropriva também se mantém como distúrbio nutricional, além da deficiência de outros nutrientes, como vitamina A e cálcio. Esses fatores decorrem de erros alimentares, desde a interrupção precoce do aleitamento materno até hábitos dietéticos inadequados segundo idade e qualidade, como a ingestão comum de alimentos industrializados, com elevados teores de sódio, açúcares e gordura, particularmente saturadas. Erros alimentares ocorrem do recém-nascido ao adolescente, afetando as idades pré-escolar e escolar. Neste momento histórico em que a longevidade aumentou, graças à melhora da qualidade de vida das pessoas e dos progressos da medicina, farmácia, biologia etc., é dever do pediatra conhecer e orientar outros profissionais da saúde, familiares e educadores de crianças e adolescentes sobre os riscos a que eles estão expostos em consequência desses erros alimentares, não apenas na infância e na adolescência, mas por toda a vida...