RESUMO
OBJETIVOS: avaliar o grau de percepção do desvio de linha média superior e da angulação incisal do arco superior entre ortodontistas e leigos, assim como a influência da visualização clínica do filtro labial como referência morfológica para esse diagnóstico. MÉTODOS: foi utilizada a fotografia do sorriso de um indivíduo do gênero feminino, na qual foram produzidas alterações na linha média dentária, de 1 em 1 milímetro, até 4mm, e na angulação incisal, de 5 em 5 graus, até 15 graus, ambas para o lado esquerdo, com o auxílio de um programa de manipulação de imagens (Adobe Photoshop 7.0®).As imagens obtidas foram recortadas,formando um grupo com e outro sem a visualização do filtro labial e,em seguida,foram organizadas aleatoriamente e avaliadas por 24 ortodontistas e 24 indivíduos leigos com nível superior. RESULTADOS: os resultados obtidos revelaram que os ortodontistas foram capazes de detectar desvios da linha média a partir de 2mm (p < 0,05) e da angulação incisal a partir de 5 graus (p < 0,05), enquanto leigos só detectaram como inaceitáveis desvios a partir de 3 ou 4mm (dependendo da presença do filtro labial na imagem analisada) e 10 graus de alteração angular dos incisivos. A visualização do filtro labial na fotografia influenciou, embora suavemente, somente a avaliação dos examinadores leigos. CONCLUSÕES: conclui-se, portanto, que ortodontistas são mais críticos a pequenas variações da linha média superior e da angulação incisal do que indivíduos leigos,e que a visualização do filtro labial superior tem importância secundária como elemento de diagnóstico do desvio da linha média superior para leigos.
AIM: The present study evaluated the perception degree of the upper midline deviation and crown incisor angulation among orthodontists and lay people, as well as the influence of the labial philtrum visualization as a morphological reference of the facial midline during smile examination. METHODS: in a smile picture taken from a 23 year old female, 10 year after orthodontic retention, changes were made in the upper midline, from 1mm to 4mm, and in the crown incisor angulation, from 5º to 15º, both for left side, using a image manipulation software (Adobe Photoshop 7.0). The pictures were cut out forming a group with and another without the visualization of the labial philtrum. The images obtained were examined by 24 orthodontists and 24 graduated lay people. RESULTS: Results showed that orthodontists were less tolerant to discrepancies of midline than lay people, as well as to changes in the crown incisor angulation. The orthodontists were able to observe midline deviations of 2mm and crown incisor angulation deviations starting from 5º. The lay people examiners considered as unacceptable only midline deviations starting from 3 or 4mm, depending on the labial philtrum visualization, and angulation deviations of the incisor crown starting from 10º. Labial philtrum visualization had influenced only to lay people examiners. CONCLUSIONS: It can be concluded that orthodontists are more critic when examining midline deviations and crown angulation changes than lay people examiners. The visualization of the philtrum has no influence for the orthodontist group, but had slight influence on the lay people examiners.