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1.
Rev. bras. cir. cabeça pescoço ; 36(2)abr.-jun. 2007. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: lil-482663

RESUMO

Introdução: as alterações vocais decorrentes da laringectomia fronto-lateral (LFL) podem causar impacto na qualidade de vida. Objetivo: avaliar as características vocais e a auto-percepção da desvantagem vocal de pacientes submetidos à LFL com reconstrução pelo retalho do esterno-hióideo. Pacientes e método: Foi realizada a avaliação prospectiva de 12 pacientes, com idade média de 66,5 anos, submetidos à LFL com reconstrução pelo retalho do esterno-hióideo. Seis pacientes (50%) foram submetidos à radioterapia pós-operatória, com dose média de 6006cGy. A avaliação da voz dos pacientes foi realizada através da avaliação perceptivo-auditiva da voz, com a escala GIRBAS. A desvantagem vocal foi mensurada através da aplicação do questionário VHI, sendo que quanto maior for a pontuação, pior a desvantagem vocal. As amostras foram apresentadas de forma cego-aleatória para três fonoaudiólogos com experiência superior a três anos com disfonias decorrentes do tratamento oncológico. Resultados: Um total de 83% dos pacientes apresentou disfonia, sendo 42% de grau severo. A rugosidade estava presente em 100% dos casos. O pitch foi considerado adequado em 58% da amostra e a ressonância foi julgada como laringofaríngea em 67% dos pacientes. A auto-percepção de desvantagem vocal foi referida de impacto discreto nos três domínios e, em relação à pontuação global, foi observado pior impacto no grupo de pacientes com disfonia de grau grave e moderado. Conclusão: Constatamos disfonia de grau severo, porém, com impacto discreto nos domínios avaliados pelo VHI. Esses resultados reforçam a indicação de avaliações com múltiplos enfoques, onde o diagnóstico não seja apenas do clínico especialista, mas, também, do paciente. O VHI é uma ferramenta utilizada internacionalmente que viabiliza a avaliação do ponto de vista do paciente.


Introduction: the vocal changes resulting from the frontolateral laryngectomy (FLL) can cause impact on the quality of life. Objective: to evaluate the vocal characteristics and the voice handicap (VHI) self-perception after FLL with reconstruction with sternumhyoid muscle flap. Patients and methods: we performed the prospective analysis of 12 patients, whose average age was 66.5 years-old, undergoing FLL with reconstruction with sternumhyoid muscle flap. Six patients (50%) were submitted to adjuvant radiation therapy whose average dose was 6006cGy. The vocal evaluation of the patients was done through the perceptual analysis with the GIRBAS scale, whereas the voice handicap was measured through the VHI questionnaire. The higher the score, the worse the voice handicap. The vocal samples were presented in a blind way to 3 Speech-Language Pathologists with experience longer than 3 years in dysphonia due to the oncological treatment. Results: a rate of 83% of the patients presented dysphonia, being 42% in severe grade. The roughness was observed in 100% of the cases. The pitch was considered adequate in 58% and the resonance was laryngopharyngeal in 67% of the patients. The impact of the voice handicap self-perception was considered mild in the three domains. Regarding the global score, the worst impact was observed in the group of patients with moderate to severe dysphonia. Conclusion: The dysphonia grade was severe. However, its impact on the domains evaluated by the VHI was mild. Those results indicate the evaluation under multiple enfoques. Thus, the diagnosis should not be performed exclusively by the specialist clinician, but by the patient himself, as well. The VHI is a toll internationally employed that allows performing the evaluation under the patient point of view.

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