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Assunto principal
Intervalo de ano
1.
Psicol. rev. (Belo Horizonte) ; 15(1): 232-245, abr. 2009.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-572811

RESUMO

Reconhecer a diferença do Outro é o fundamento da etnopsiquiatria, que é necessariamente múltipla e portadora de nuances e de diferenças. É com base na prática clínica no Serviço de Auxílio Psicológico Especializado aos Imigrantes e Refugiados - Sapsir, em Quebec, Canadá, que os autores propõem outro olhar sobre essa disciplina, levando em consideração a dimensão cultural e psíquica da pessoa; apoiam-se também sobre os universos existenciais e humanistas como a necessidade de sentido, de continuidade de si mesmo e de coerência, assim como sobre as diversas dimensões da identidade. O dispositivo clínico proposto, de acordo com os princípios da etnopsiquiatria, articula-se em três eixos: trabalho sobre as relações, trabalho sobre as diferentes dimensões da identidade, trabalho sobre a coerência e o sentido das situações vividas. Essa abordagem permite acompanhar e facilitar as elaborações essenciais implicadas no trabalho psíquico dos refugiados e das pessoas que foram expostas a situações extremas, como a tortura.


Acknowledging the Other's difference is the basis of ethno-psychiatry, which is necessarily multiple and bears subtleties and variations. Based on their practice at the Service d'aide psychologique spécialisée aux immigrants et réfugiés - SAPSIR, Quebec/Canada, the authors propose another perspective for this discipline, taking into account the individual's cultural and psychological features, the various dimensions of identity, as well as existential and humanistic universals such as the self's need for meaning, continuity and coherence. The proposed clinical approach, according to the principles of ethno-psychiatry, is structured around three axes: working on links, working on different dimensions of identity, and working on the coherence and meaning of experienced situations. This approach allows following and facilitating essential elaborations involved in the psychological care to refugees and individuals exposed to extreme situations such as torture.


El reconocimiento de la diferencia del Otro es la base de la etnopsiquiatría, la cual es necesariamente múltiple y en sí portadora de sutilezas y diferencias. Es a partir de su práctica en el Servicio de Ayuda Psicológica Especializada para los Inmigrantes y Refugiados - SAPSIR, Quebec/Canadá que los autores proponen otra visión acerca de esta disciplina. Se apoyan en los universales esenciales y humanistas, tales como la necesidad de sentido, de continuidad de sí y de coherencia, así como en el sentido de las situaciones vividas. El dispositivo clínico propuesto se articula alrededor de tres ejes: el trabajo en los enlaces, en las diferentes dimensiones de la identidad y en la coherencia y el sentido de las situaciones vividas. Este paso permite acompañar y facilitar las elaboraciones esenciales implicadas en el trabajo psíquico de los refugiados y de las personas que han sido expuestas a situaciones extremas, tales como la tortura.


Assuntos
Humanos , Psiquiatria
2.
Psicol. teor. prát ; 11(3): 224-236, 2009.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: lil-591802

RESUMO

O corpus teórico da clínica intercultural (etnopsiquiatria) e a prática clínica que a sucede esclarecem certas analogias entre os mecanismos psicológicos, presentes tanto na tortura quanto no terrorismo, particularmente, em sua dinâmica de ação (a intrusão), como em alguns de seus efeitos (o traumatismo). O acompanhamento psicológico de refugiados e vítimas de tortura, realizado no Service d'Aide Psychologique Spécialisée aux Immigrants et Réfugiés (Sapsir) da Universidade Laval, no Canadá, ilustrado nesse artigo por meio de um estudo de caso, demonstrou que alguns pacientes não apresentavam os sintomas teoricamente esperados das violências vividas. Diversos fatores de proteção foram identificados como, particularmente, o enraizamento em uma identidade cultural definida, um forte sentimento de pertencimento, ainda ativo, ao grupo de referência. Tais elementos culturais contribuem para garantir a proteção psicológica do indivíduo e a manutenção de sua segurança interna, inscrevendo-se em um universo de significações e no lugar de sujeito-ativo e não de vítima-objeto.


Both the theoretical corpus of intercultural clinical psychology (ethnopsychiatry) and its clinical practice have identified certain analogies between torture and terrorism, particularly in the action dynamic and in certain effects such as traumatism. And yet, at the Sapsir (Service d’Aide Psychologique Spécialisée aux Immigrants et Réfugiés at Université Laval, Canada) refugees and torture victims often do not show the expected symptoms of exposure to extreme situations. The case study related in this paper, show that important variables appear to be a strong attachment to a cultural identity and an active sense of belonging to the reference group. These cultural elements favour the psychological protection of the individual and maintain an internal sense of security by placing the individual in a rich, meaningful cultural universe, and giving him the status of an active subject rather than a passive victim.


El cuerpo teórico de la clínica intercultural (etnopsiquiatría) y la práctica clínica que resulta de éste resaltan analogías entre los mecanismos psicológicos presentes tanto en la tortura como en el terrorismo, especialmente en su dinámica de acción (efracción) y en algunos de sus efectos (trauma). El apoyo que se le brinda a los refugiados y a las víctimas de tortura en el Servicio de Ayuda Psicológica Especializado en Inmigrantes y Refugiados, Universidad Laval, Canadá, como el estudio de caso lo ilustra en el artículo, se demostró que algunos de los pacientes no tuvieron síntomas que teóricamente se esperan de la violencia vivida. Factores de protección han sido identificados, especialmente el arraigamiento en una identidad cultural. Estos elementos culturales contribuyen a la protección psicológica del individuo y el mantenimiento de la seguridad interior, inscribiéndolo así en un universo de significados y en un estado de sujeto-activo y no de víctima-objeto.

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