RESUMO
Este texto apresenta resultados de uma pesquisa que teve como objetivo compreender a atuação da(o) profissional psicóloga(o) no contexto carcerário brasileiro a partir da literatura produzida e publicada nas principais bases de dados vinculadas ao CNPq. Foi realizado um levantamento nas bases de dados no ano de 2020 e selecionados 7 trabalhos para análise. Identificou-se que a maioria das publicações é de 2015, possuindo concentração geográfica maior na região Sudeste. Predominam discussões sobre o papel que a(o) psicóloga(o) deve exercer nesse espaço e qual a sua real atuação. Constatou-se que as práticas mais exercidas por psicólogas(os) no sistema prisional são os atendimentos individuais, a avaliação psicológica e a elaboração de documentos. Considera-se a necessidade de maiores discussões e pesquisas sobre a atuação de psicólogas no contexto carcerário, bem como a realização destas discussões durante a formação em psicologia.
This text presents the results of a research that aimed to understand the role of professional psychologists in the Brazilian prison context, based on the literature produced and published in the main databases linked to the CNPq. A survey was carried out in the databases in the year 2020 and 7 works were selected for analysis. It was identified that most publications are from 2015, with a greater geographic concentration in the Southeast region. Discussions about the role that (o) psychologist (o) should play in this space and what is her real role prevail. It was found that the practices most exercised by psychologists in the prison system are individual care, psychological assessment and preparation of documents. There is a need for further discussions and research on the role of psychologists in the prison context, as well as these discussions during training in psychology.
Assuntos
Humanos , Prisões , Psicologia Criminal/estatística & dados numéricos , Prisioneiros/psicologia , BrasilRESUMO
Resumo Este artigo tem como proposição discorrer acerca do acolhimento psicológico enquanto uma prática política de afirmação da vida e da saúde no panorama nacional, onde as políticas públicas para tratar a pandemia de Covid-19 tomam rumos distanciados de uma noção mais ampla de cuidado. Inspiradas na vivência de atuar em um dispositivo de acolhimento de uma universidade pública nesse momento de pandemia, nosso objetivo neste texto consiste em discutir os desafios para ultrapassar um modelo clássico de "acolhimento" em psicologia. Fundamentadas na cartografia, percorremos 05 pistas: "a-pandemia-em-nós", "o acolhimento e seus rastros", "contato, contágio e a potência dos encontros", "o cuidado como revolução numa experiência viva de afirmação da vida" e "amparo e afeto numa prática engajada". Tais pistas problematizam a prática do acolhimento psicológico partindo da reconfiguração das fronteiras relacionais em situações extremas, no caso, a pandemia, bem como das afetações que esse intervir produz nesse campo de atuação.
Resumen Este artículo propone hablar de la recepción psicológica como práctica política de afirmación de la vida y la salud en el panorama nacional, donde las políticas públicas para hacer frente a la pandemia Covid-19 se alejan de una noción más amplia de cuidado. Inspirándonos en la experiencia de trabajar en un centro de acogida psicológica de una universidad pública en este momento pandémico, nuestro objetivo en este texto es discutir los desafíos para superar un modelo clásico de "recepción " en psicología. A partir de la cartografía, cubrimos 5 pistas: "la-pandemia-em-nosotros", "la acogida y sus huellas", "contacto, contagio y el poder de los encuentros ", "el cuidado como revolución en una experiencia viva de afirmación de vida" y "apoyo y afecto en una práctica comprometida". Tales pistas problematizan la práctica de la recepción psicológica a partir de la reconfiguración de los límites relacionales en situaciones extremas, en este caso la pandemia, así como de los afectos que esta intervención produce en este campo de acción.
Abstract This article proposes to discuss psychological care as a political practice of affirming life and health in the national scenery, in which public policies to address the Covid-19 pandemic have taken a step away from a broader notion of care. Inspired by the experience of working in a public university psychological care facility during this pandemic, our aim with this text is to discuss the challenges to overcome a classic model of "caring" in psychology. Based on cartography, we follow 5 clues: "the-pandemic-in-us", "the psychological care and its tracks", "contact, contagion and the power of encounters", "caring as a revolution in a living experience of affirmation of life" and "support and affection in a committed practice". Such clues problematize the practice of psychological care starting from the reconfiguration of relational boundaries in extreme situations, in this case, the pandemic, as well as from the affections that this intervention produces in psychology.
Assuntos
Psicologia/organização & administração , Política Pública , Valor da Vida , Acolhimento , Pandemias , COVID-19/psicologia , Universidades , Transmissão de Doença Infecciosa , Equipamentos e Provisões , Mapeamento Geográfico , Política de SaúdeRESUMO
Este artigo apresenta o modo de ser do homem como "existência", tal como elaborado por Heidegger em "Ser e Tempo", como uma das contribuições mais fundamentais da fenomenologia para a psicologia clínica. A noção de "existência", também relacionada às de "ser-aí "(Dasein) e "ser-no-mundo", é compreendida como abertura originária ao ser dos entes, como pré-compreensão do ser enquanto tal, vinculada à condição de "estar-lançada "em uma facticidade temporal. Entende-se que a noção heideggeriana de "existência "demarca uma atitude clínica nitidamente diferenciada e oferece novas possibilidades de tematização dos fenômenos psicológicos e da prática clínica. As práticas psicológicas clínicas de perspectiva fenomenológica existencial, ao tomarem a experiência de si e do outro como "ser-no-mundo-com", apresentam-se como espaços de cuidado/desvelamento dessas possibilidades de "ser-com "e não de um sujeito intrapsíquico.
This essay presents man's way of being as "existence", as formulated by Martin Heidegger in Being and Time, as one of the most fundamental contributions of Phenomenology to Clinical Psychology. The notion of "existence", also related to "being-there "(Dasein) and "being-in-theworld", is understood as the origin of the essence of beings, i.e., a pre-understanding of being itself, linked to the human condition of ´beingthrown´ into a temporal facticity. It is understood that the heideggerian notion of "existence "defines a clearly distinctive clinical attitude and presents new possibilities for thematizing psychological phenomena and clinical practices. Psychological practices of a phenomenological and existential perspective assume the experience of self and others as an experience of "being-in-the-world-with". In this way, they should be understood as spaces for taking care of those possibilities of "being-with "rather than taking care of an intrapsychic subject.