RESUMO
Trata-se de pesquisa descritiva e qualitativa, cujo objetivo foi descrever os significados atribuídos à vacinação contra HPV por responsáveis legais de meninas, a partir do processo de interação social no contexto do câncer do colo do útero. Realizada em locais próximos a escolas, ruas, praças, residências, no período entre maio e julho de 2018. Foram entrevistadas 10 responsáveis legais de meninas. Foram atendidas as exigências do Conselho Nacional de Saúde e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro sob o n.º 2.449.934. A análise foi baseada nos pressupostos da Grounded Theory, por oferecer elementos para a discussão dos dados de modo comparativo constante dos resultados, e do interacionismo simbólico, que possibilita que a pesquisa qualitativa atinja o objetivo de pesquisar o sentido que os indivíduos propõem aos objetos, pessoas e símbolos com os quais interagem no meio social. Emergiram cinco categorias: Categoria 1 Aderindo à vacinação contra HPV, Categoria 2 Sentindo preocupação e medo em relação a comentários sobre reações adversas pela vacina contra HPV, Categoria 3 Considerando escassas as informações veiculadas sobre a vacinação contra HPV, Categoria 4 Preferindo vacinar por conhecer a gravidade da doença, e Categoria 5 - Escolhendo esperar a criança amadurecer para tratar de assuntos relacionados ao sexo, assim como, optar pela vacinação contra HPV. Evidenciou-se que a vacinação contra HPV causa preocupações e inseguranças nas pessoas por a considerarem uma vacina recente, o que gera muita especulação social, contribuindo para veiculação de boatos. Observou-se também a carência de informações que os responsáveis legais de meninas alegam ter acerca da vacinação no contexto do câncer uterino, trazendo à tona diversas solicitações de mais informação sobre o tema. Trata-se de um assunto delicado, pois se refere a prevenção de uma doença sexualmente transmissível em crianças e adolescentes, o que é tabu para alguns responsáveis legais. Evidenciou se maior dificuldade de articulação do diálogo e de adesão na idade de 9 anos, pois os responsáveis legais consideram suas crianças muito jovens para tratar assuntos inerentes ao sexo. Por outro lado, muitos responsáveis legais mantiveram a decisão de vacinar suas filhas, referindo satisfação da implementação da campanha pelo Ministério da Saúde.
This is a descriptive and qualitative research, whose objective was to describe the meanings attributed to HPV vaccination by legal guardians of girls, from the process of social interaction in the context of cervical cancer. Held in places close to schools, streets, squares, residences, in the period between May and July 2018. Ten legal guardians of girls were interviewed. The requirements of the National Health Council were met, and the project was approved by the Research Ethics Committee of the State University of Rio de Janeiro under Number 2,449,934. The analysis was based on the Grounded Theory assumptions, as it offers elements for the discussion of data in a constant comparative way of results, and symbolic interactionism, which enables qualitative research to reach the objective of researching the sense that individuals propose to objects, people and symbols with which they interact in the social environment. Five categories emerged: Category 1 adhering to HPV vaccination, Category 2 feeling concern and fear in relation to comments on adverse reactions by HPV vaccine, Category 3 Considering scarce the information conveed about the Vaccination against HPV, category 4 preferring to vaccinate for knowing the severity of the disease, and category 5-choosing to wait for the child to mature to deal with sex-related subjects, as well as , opt for HPV vaccination. It was evidenced that vaccination against HPV causes concerns and insecurities in people because they consider it a recent vaccine, which generates a lot of social speculation, contributing to the dissemination of rumors. It was also observed the lack of information that legal guardians of girls claim to have about vaccination in the context of uterine cancer, bringing to the fore several requests for more information on the subject. This is a delicate matter, as it refers to the prevention of a sexually transmitted disease in children and adolescents, which is taboo for some legal guardians. It was evidenced that greater difficulty in articulating dialogue and adherence at the age of 9 years, because legal guardians consider their children to be very young to treat issues inherent to sex. On the other hand, many legal guardians maintained the decision to vaccinate their daughters, referring to the satisfaction of the implementation of the campaign by the Ministry of Health