Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 10 de 10
Filtrar
1.
Psicol. clín ; 33(1): 79-94, jan.-abr. 2021.
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1250514

RESUMO

Esta pesquisa buscou estudar, por meio de uma revisão bibliográfica, de que modo as considerações feitas sobretudo por Lawrence Kirmayer, Arthur Kleinman e Joan Kleinman podem trazer contribuições ao campo da saúde mental no Brasil. Com a finalidade de trazer um referencial da saúde global que enriqueça as estratégias utilizadas pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), foi revisto como o cuidado em saúde mental envolve um problema interpretativo, especialmente à luz da diversidade cultural. Como conclusão, verificou-se como essa exploração permitiu a elucidação de características fundamentais para a noção de território, que a fazem se expandir para uma compreensão mais ampla do que a de mera localidade geográfica.


This research aimed to study, through a bibliographical review, how the considerations made mainly by Lawrence Kirmayer, Arthur Kleinman and Joan Kleinman can contribute to the field of mental health in Brazil. For the purpose of bringing a global health referential that would enrich the strategies used by the Psychosocial Care Network (RAPS), it was reviewed how mental health care involves an interpretative problem, especially in the light of cultural diversity. As a conclusion, it was seen how this exploration allowed some light to be shed on fundamental characteristics of the notion of territory, that broadens its comprehension to beyond mere geographic locality.


Esta investigación buscó estudiar, por medio de una revisión bibliográfica, como las consideraciones hechas sobre todo por Lawrence Kirmayer, Arthur Kleinman y Joan Kleinman pueden aportar contribuciones al campo de la salud mental en Brasil. Con el fin de traer un referencial de la salud global que enriquezca las estrategias utilizadas por la Red de Atención Psicosocial (RAPS), se revisó como el cuidado en salud mental involucra un problema interpretativo, especialmente cuando a la luz de la diversidad cultural. Como conclusión, se verificó como esa explotación permitió la elucidación de características fundamentales a la noción de territorio, que la hacen expandirse hacia una comprensión más amplia que la de una mera localidad geográfica.

2.
Physis (Rio J.) ; 30(2): e300219, 2020.
Artigo em Inglês | LILACS | ID: biblio-1125347

RESUMO

Abstract The article was aimed at discussing the centrality of the concept of culture and its implications in the Global Mental Health (GMH) project, not only from a macro perspective, but also at the local level-more specifically in the Brazilian Unified Health System in the relationship between the devices of the Psychosocial Care Network (PCN) and primary health care (PCH). Therefore, the discussion was concentrated in two different blocks: in the first one, we reflected about the GMH project from the perspective of guaranteeing the right to health, considering sociocultural aspects of mental suffering. In the second block, we will discuss how this perspective can contribute to the increase of care practices at the interface between primary health care and mental health in the Unified Health System. We concluded that considering culture is fundamental to conduct good mental health practice, so that GMH is necessarily polyphonic, while guaranteeing and universalizing the right to health, being a powerful ally in the fight for the defense of SUS (Unified Health System).


Resumo O artigo objetivou discutir a centralidade do conceito de cultura e suas implicações no projeto da Saúde Mental Global (SMG), numa perspectiva macro, mas também no âmbito local - mais especificamente no Sistema Único de Saúde (SUS) na relação entre os dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e atenção primária à saúde (APS). Para tanto, concentrou-se a discussão em dois blocos distintos: no primeiro, foi realizada uma reflexão a respeito do projeto da SMG sob a perspectiva da garantia de direito à saúde, considerando aspectos socioculturais do sofrimento mental. No segundo bloco, aborda-se como essa leitura pode contribuir para o incremento das práticas de cuidado na interface entre a atenção primária à saúde e em saúde mental no SUS. Concluiu-se que considerar a cultura é fundamental para a condução da boa prática em saúde mental, de modo que a SMG seja necessariamente polifônica, ao tempo que garanta e universalize o direito à saúde, sendo um potente aliado na luta pela defesa do SUS.


Assuntos
Atenção Primária à Saúde , Sistema Único de Saúde , Saúde Mental/etnologia , Cultura , Transtornos Mentais/etnologia , Brasil , Pessoal de Saúde , Assistência à Saúde Mental , Antropologia Médica , Serviços de Saúde Mental
3.
Interface (Botucatu, Online) ; 23: e170803, 2019. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1002329

RESUMO

Autores da Saúde Mental Global defendem, de um lado, o aumento do acesso aos cuidados de saúde mental, inclusive com o uso de intervenções padronizadas. De outro lado, na Atenção Primária à Saúde no Brasil, a apresentação sintomatológica do sofrimento emocional pelos pacientes dificulta sua identificação pelos profissionais, comprometendo o cuidado e exigindo uma abordagem culturalmente sensível. Objetivando conhecer a percepção de pacientes sobre o sofrimento emocional e seu cuidado na Atenção Primária, adotou-se método qualitativo de abordagem narrativa, com coleta de dados em grupos em salas de espera e roteiro baseado no instrumento McGill Ilness Narrative Interview. As narrativas foram tratadas por Análise de Conteúdo e revelaram que limitar a comunicação do sofrimento é negar o acesso ao cuidado. Contrapondo tal limitação, apontaram-se estratégias para nortear a estruturação de um cuidado que seja integral e culturalmente sensível.


Autores de la Salud Mental Global defienden, por un lado, el aumento del acceso a los cuidados de salud mental, incluso con el uso de intervenciones estandarizadas. Por el otro, en la Atención Primaria de la Salud en Brasil, la presentación sintomatológica del sufrimiento emocional por parte de los pacientes dificulta su identificación por parte de los profesionales, comprometiendo el cuidado y exigiendo un abordaje culturalmente sensible. Con el objetivo de conocer la percepción de pacientes sobre el sufrimiento emocional y su cuidado en la Atención Primaria, se adoptó el método cualitativo de abordaje narrativo, con colecta de datos en grupos en salas de espera y guion basado en el instrumento McGill Ilness Narrative Interview. Las narrativas se trataron por Análisis de contenido y revelaron que limitar la comunicación del sufrimiento es negar el acceso al cuidado. Contraponiéndose a tal limitación, se señalaron estrategias para nortear la estructuración de un cuidado que sea integral y culturalmente sensible.


Global Mental Health authors advocate on the one hand, for increased access to mental health care, including the use of standardized interventions. On the other, patients' symptomatic expression of emotional distress hampers its identification by Primary Care professionals in Brazil. This affects the provision of care and demands culturally sensitive approaches. In order to understand patients' perception of their emotional distress and of the care provided in Primary Health Care, a narrative qualitative method was adopted, involving data collection in groups in waiting rooms and the use of a script based on the McGill Illness Narrative Interview. We performed content analysis and found out that restricting communication of distress is associated with limited access to care. To face this limitation, strategies are suggested to guide the structuring of care that is both comprehensive and culturally sensitive.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Atenção Primária à Saúde , Estresse Psicológico , Saúde Mental , Empatia
4.
Rio de Janeiro; s.n; 2019. 117 f p.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-1047574

RESUMO

Neste trabalho, analiso as práticas e os discursos de profissionais de saúde de uma unidade da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município do Rio de Janeiro - RJ em relação ao uso de álcool. Realizei uma pesquisa etnográfica nessa unidade de saúde ao longo de cinco meses, de agosto a dezembro de 2018, que incluiu observação-participante na unidade, nas salas de reuniões, nas consultas e no território adscrito, além de entrevistas semiestruturadas com nove profissionais de saúde dessa unidade. O uso de álcool é um ato social muito difundido e aceito em diversos contextos. Pela sua variabilidade social, podemos nos referir no plural a usos de álcool. Determinados padrões desses usos são considerados como problema de saúde, caracterizando o diagnóstico de uso problemático de álcool. Este foi escolhido como recorte para compreender as moralidades que atravessam as práticas dos profissionais da unidade onde realizei esta pesquisa. O uso problemático de álcool contempla uma ampliação da classificação médica relacionada ao uso de álcool considerado desviante, que foi definido anteriormente, de forma mais restrita, como alcoolismo. Diversas publicações na área da saúde assinalam que, considerando as estimativas epidemiológicas, o uso problemático de álcool é pouco diagnosticado e, consequentemente, uma proporção significativa de pessoas que poderiam ser classificadas de acordo com esse diagnóstico não estão recebendo o tratamento que seria indicado. Nesta pesquisa, busquei problematizar a produção de conhecimento hegemônica no campo da saúde e estranhar práticas que eram familiares para mim. Os dados produzidos referem-se às especificidades da realidade do local onde realizei a pesquisa e foram contextualizados em relação às políticas de saúde do SUS e da Estratégia Saúde da Família, as publicações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e no campo da Saúde Mental Global (SMG). Esses dados foram analisados a partir de dois eixos temáticos e suas subdivisões. O primeiro dele refere-se à interface do controle e do cuidado nos seguintes níveis: individual, familiar e comunitário. O segundo eixo temático contempla uma compreensão dessas moralidades a partir dos conceitos de desvio (BECKER, 2008), acusação (VELHO, 2003), estigma (GOFFMAN, 2002) e medicalização (CONRAD, 2007)


In this work, I analyze the practices and speeches of health professionals from a unit of the Family Health Strategy of the municipality of Rio de Janeiro - RJ in relation to alcohol use. I carried out an ethnographic research in this health unit over a period of five months, from August to December 2018, which included participant observation in the unit, in the meeting rooms, in the consultations and in the assigned territory, as well as semi-structured interviews with nine health professionals of this unit. The use of alcohol is a very widespread and accepted social act in many contexts. By its social variability, we can refer in the plural to uses of alcohol. Certain patterns of these uses are considered as a health problem, characterizing the diagnosis of problematic alcohol use. This was chosen as a category to understand the moralities that cross the practices of the professionals of the unit where I carried out this research. The problematic alcohol use contemplates an amplification of the medical classification related to the use of alcohol considered deviant, which was previously defined, more restrictively, as alcoholism. Several publications in the health area indicate that, considering epidemiological estimates, the problematic alcohol use is poorly diagnosed and, consequently, a significant proportion of people that could be classified according to this diagnosis is not receiving the treatment that would be indicated. In this research, I tried to problematize the production of hegemonic knowledge in the field of health and to describe, from another perspective, practices that were familiar to me. The data produced refer to the specificity of the reality of the place where the research was carried out and were contextualized in relation to the Brazilian National Health System (SUS) and Family Health Strategy (FHS) policies, World Health Organization (WHO) publications and in the field of Global Mental Health (GMH). These data were analyzed on two thematic axes and their subdivisions. The first one refers to the interface of control and care at the following levels: individual, family and community. The second thematic axis contemplates an understanding of these moralities from the concepts of deviance (BECKER, 2008), accusation (VELHO, 2003), stigma (GOFFMAN, 2002) and medicalization (CONRAD, 2007)


Assuntos
Humanos , Atenção Primária à Saúde , Brasil , Saúde Mental , Adolescente , Pessoal de Saúde , Estratégias de Saúde Nacionais , Alcoolismo/etnologia
5.
Rio de Janeiro; s.n; 2018. 211 f p. tab, fig.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-966918

RESUMO

Esta pesquisa tem como foco o sofrimento emocional e o acesso a seu respectivo cuidado na Atenção Primária no âmbito local, e busca dialogar com o panorama do campo da Saúde Mental Global. Ao redor do mundo, milhões de pessoas padecem de problemas de saúde mental, mas cerca de 75% não recebem o tratamento de que precisam, principalmente em países de média e baixa renda. No Brasil, frequentemente, muitas buscam auxílio na Estratégia de Saúde da Família manifestando sofrimento por meio de queixas somáticas difusas, associadas ou não a doenças físicas e/ou mentais. Porém, o índice de reconhecimento do sofrimento por médicos generalistas ainda é baixo. Considerando que não há saúde sem saúde mental e a precariedade do cuidado de saúde mental, objetiva-se investigar a percepção de pacientes sobre o sofrimento emocional e o acesso a seu cuidado na Atenção Primária. A relevância desta pesquisa se deve a: escassez de pesquisas no tema, alta prevalência do sofrimento emocional e alto impacto socioeconômico, lacuna de tratamento. Adotando perspectiva qualitativa, foram realizados dois estudos. Um estudo empírico com grupos focais sobre sofrimento e cuidado e outro teórico-conceitual com revisão bibliográfica sobre os termos "acesso" e "treatment gap". Os grupos focais com pacientes em sala de espera ocorreram em unidades com serviços de Atenção Primária na Área Programática 2.2 no Município do Rio de Janeiro. Foi criado um roteiro de perguntas baseado no instrumento McGill MINI Narrativa de Adoecimento. As narrativas foram interpretadas com o método de Análise de Conteúdo e resultou em cinco categorias: 1) Explicação do Sofrimento; 2) Comunicação do Sofrimento ao Médico; 3) Comunicação da Estruturação do Cuidado; 4) Comunicação do Sofrimento no Contexto Assistencial; 5) Facilitadores e Barreiras. As barreiras envolvem crenças intrínsecas ao paciente, atitudes do médico e um contexto assistencial tumultuado, que interagem formando um looping antiterapêutico, o qual compromete o acesso ao cuidado. Analisando as barreiras segundo modelo multidimensional de acesso, constatou-se que as mesmas se correlacionam principalmente às dimensões simbólica, técnica e organizacional, mas não deixam de refletir também a conjuntura das dimensões econômico-social e política do acesso. Foram discutidas estratégias para contornar as barreiras e nortear o desenvolvimento de abordagens culturalmente sensíveis e socialmente relevantes que facilitem o acesso ao cuidado do sofrimento na APS brasileira


This research focuses on the emotional suffering and access to their respective care in Primary Care at the local level, and seeks to dialogue with the panorama of the field of Global Mental Health. Around the world, millions of people suffer from mental health problems, but about 75% do not receive the treatment they need, especially in middle- and low-income countries. In Brazil, frequently, many seek assistance in the Family Health Strategy by expressing emotional distress through somatic complaints, which may be associated or not with physical and/or mental illnesses. However, the rate of recognition of suffering by general practitioners is still low. Considering there is no health without mental health and also the precariousness of mental health care, the objective is to investigate the patients' perception of emotional distress and access to their care in Primary Care. The relevance of this research is due to: lack of research on the theme, high prevalence of emotional distress and high socioeconomic impact, treatment gap. Adopting a qualitative perspective, two studies were carried out. An empirical study with focus groups and another theoretical-conceptual study by literature review on the terms "access" and "treatment gap". Focus groups with patients in waiting rooms occurred in units with Primary Care services in 2.2 Catchment Area in the Municipality of Rio de Janeiro. A questionnaire was created based on the instrument McGill Narrative Interview (MINI). The narratives were interpreted using the Content Analysis method and resulted in five categories: 1) Explanation of Emotional Distress; 2) Communication of Emotional Distress to the Physician; 3) Communication of the Structure of Care; 4) Communication of Emotional Distress and Services Context; 5) Facilitators and Barriers. The barriers involve intrinsic patient beliefs, physician attitudes and a tumultuous care contexto. These barriers interact and shape an antitherapeutic looping, which compromises access to care. Analyzing the barriers according to a multidimensional model of access, it was verified that these correlate to the symbolic, technical and organizational dimensions, but they also reflect the conjuncture of the economic-social and political dimensions of access. Strategies to overcome barriers and guide the development of socially sensitive and culturally relevant approaches that facilitate access to the care of emotional distress in Brazilian PHC were discussed


Assuntos
Humanos , Relações Médico-Paciente , Atenção Primária à Saúde/estatística & dados numéricos , Estresse Psicológico/psicologia , Sistema Único de Saúde , Brasil , Saúde Mental , Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Serviços de Saúde Mental
6.
Rio de Janeiro; s.n; 2017. 280 f p. il.
Tese em Português | LILACS | ID: biblio-905380

RESUMO

Esta tese é um estudo de caso etnográfico sobre a abordagem de pessoas com sintomas depressivos por residentes de medicina de família e comunidade na cidade do Rio de Janeiro. Os resultados da experiência de campo foram analisados em diálogo com a "crítica cultural" à Saúde Mental Global (SMG). Através de uma revisão narrativa de literatura, identifiquei quatro usos da categoria "cultura" presentes em estudos críticos da SMG: a cultura como dimensão não biológica da realidade, como território das gramáticas morais humanas, como sistemas simbólicos não ocidentais e como estrutura social. Propus deixar de lado as falsas oposições que permeiam esses usos e reconfigurá-los a partir de uma conceituação semiótica de cultura e da investigação da circulação de "economias morais" na forma de fenômenos "culturais" e "sociais". Dessa forma, desenvolvi uma interface teórica para o diálogo entre o campo empírico da pesquisa e a SMG. Ao longo de três meses, acompanhei os atendimentos de seis residentes de medicina de família em uma unidade da Estratégia Saúde da Família na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, com interesse específico de investigar como abordavam pacientes que apresentassem sintomas que pudessem ser diagnosticados com depressão. Pacientes e residentes, sem deixar de haver referências à categoria diagnóstica convencional da psiquiatria, faziam reinvenções locais da "depressão" e dos "sintomas depressivos" como idiomas de sofrimento. Os residentes trabalhavam com uma categorização da depressão entre "morro" e "asfalto", cuja correspondência ou não com as experiências dos pacientes se tornou um dos focos do estudo. Entrevistei e acompanhei os atendimentos de 22 pacientes, 12 moradoras do "morro" e 10 moradores do "asfalto". Embora tenha identificado indícios de padrões de manifestações vinculados à categorização morro/asfalto, o estudo das trajetórias individuais apresentou diversos elementos que contradisseram uma replicação homogênea desses padrões. A "vida" emergiu como uma categoria capaz de aglutinar os sentidos e significados tanto das "vidas em sofrimento" dos pacientes quanto das práticas clínicas de "reengajamento com a vida" dos residentes. A categorização "morro" e "asfalto" se mostrou produtora de tensões no campo, principalmente, quando ficavam evidentes as apostas morais de médicos e pacientes em torno dessas categorias. Essas "economias morais" eram reconfiguradas em diferenças nas abordagens dos sintomas depressivos de moradores do "morro" e do "asfalto". As diferenças, por sua vez, se desdobravam em "afinidades eletivas" entre residentes e moradores do "morro" e maior comedimento na atenção à população do "asfalto". São debatidos os impactos dessas questões na vida dos residentes e nos atendimentos aos pacientes. Esta pesquisa apontou para a necessidade de, por um lado, desviar das falsas oposições presentes nos usos da "cultura" na Saúde Mental Global e, por outro, explorar a circulação de orientações epistêmicas, determinações sociais e valorações morais como fenômenos indissociáveis quando "está em jogo" o sofrimento humano. Dessa forma, foi possível mapear tanto potências quanto dificuldades experimentadas por pacientes e profissionais em um cenário de expansão dos cuidados públicos à saúde mental no Brasil


Assuntos
Humanos , Antropologia Cultural , Depressão , Estratégias de Saúde Nacionais , Saúde Mental , Atenção Primária à Saúde , Pesquisa Qualitativa , Brasil , Sistema Único de Saúde
7.
Physis (Rio J.) ; 26(4): 1409-1428, Out.-Dez. 2016.
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-842081

RESUMO

Resumo Desde sua emergência em 2007, o campo da Saúde Mental Global se depara com críticas que costumam advir das Ciências Sociais e Psiquiatria Transcultural. Um ponto criticado, que se supõe caracterizar o campo, é sua tendência a se pautar em explicações biológicas para problemas de saúde mental, que teriam assim quaisquer outras dimensões relegadas a segundo plano. A fim de analisar o quanto o movimento do Global Mental Health se baseia em explicações biológicas de transtornos mentais, no período de 2014 foi realizada uma pesquisa cruzando expressões ligadas à biologia e a de “global mental health” na base de dados PubMed, além de publicações mais recentes associadas ao movimento. No presente artigo, são apresentadas as conclusões sobre a incorporação de referências biológicas em textos recentes associados ao campo da Saúde Mental Global. Embora haja poucos textos com referências diretas à biologia, nota-se que elas parecem ocorrer para justificar a necessidade de políticas de saúde mental.


Abstract Since its emergence in 2007, the field of Global Mental Health has faced constant criticism by Transcultural Psychiatry and the Social Sciences. A main issue is the field's supposed tendency to make use of biological explanations so as to explain mental disorders, which would then have any other dimensions relegated to background. In order to analyze to what extent Global Mental Health relies on biological explanations, we searched during July of 2014 for expressions related to biology and “global mental health” in PubMed database and in recent publications associated with the field. In this article we present some conclusions about the incorporation of biological references in recent publications associated with Global Mental Health. Although there are very few explicit biological references in those texts, they seem to be used in order to justify the need for mental health policy. We also make some remarks about a context-specific view of biology.


Assuntos
Humanos , Biologia/tendências , Genética , Transtornos Mentais/etiologia , Saúde Mental , Neurociências
8.
Acta bioeth ; 22(1): 9-14, jun. 2016.
Artigo em Inglês | LILACS | ID: lil-788880

RESUMO

This paper aims at presenting a perspective on a global ethics useful for conducting and evaluating research on global mental health. It includes the proposal of expanding the scope of "global" to include different aspects of cultural diversity and a plea for a "differential ethics" approach that accepts diversity and sociocultural determinants of health. The contention is advanced that ethics is a linguistic justification of moral norms based on customs, beliefs, and traditions. Besides its foundation on rational or religious beliefs, ethics should also be conceived of as a way of attaining human fulfillment of interests and expectations in the context of different forms of humanity.


Este texto se propone presentar una perspectiva sobre una ética global útil para conducir y evaluar investigaciones sobre salud mental global. Incluye la propuesta de expandir el significado de "global" para incluir la diversidad cultural y la demanda por una "ética diferencial" que acepte la diversidad y considere los determinantes socioculturales de la salud. Se sugiere que la ética constituye una justificación lingüística de las normas morales basadas en costumbres, creencias y tradiciones. Además de fundarse en convicciones religiosas o racionales, la ética también debe concebirse como una forma de alcanzar plenitud humana en intereses y expectativas en el contexto de diversas formas de humanidad.


Este texto se propõe apresentar uma perspectiva sobre uma ética global útil para conduzir e avaliar pesquisas sobre saúde mental global. Inclui a proposta de expandir o significado de "global" para incluir a diversidade cultural e a demanda por uma "ética diferenciada" que aceite a diversidade e considere as determinantes socioculturais da saúde. É sugerido que a ética constitui uma justificação linguística das normas morais baseadas em costumes, crenças e tradições. Além de fundamentar-se em convicções religiosas ou racionais, a ética também deve ser concebida como uma forma de alcançar a plenitude humana em interesses e expectativas no contexto de diversas formas de humanidade.


Assuntos
Humanos , Saúde Mental/ética , Saúde Global/ética , Internacionalidade
9.
Acta bioeth ; 22(1): 15-25, jun. 2016. ilus
Artigo em Inglês | LILACS | ID: lil-788881

RESUMO

Historical and conceptual aspects of Global Health and Global Mental Health are examined and topics such as resources, professional and social attitudes toward mental disorders, the multidimensional experience of getting ill and the presence of world systems of psychiatric diagnosis and classification, are reviewed. The application of these areas of knowledge in medical practice require the integrated use of clinical and socio-cultural perspectives whose precise alignment is an essential component of accurate diagnoses, successful treatments and a consistent improvement of mental health as a component of public health. The latter includes preventive measures applicable to general populations, communities and health care proper. Management of socio-cultural aspects of diagnosis and treatment is imperative as is that of the growing relationship between mental health and neurosciences. The operationalization of this series of interactive processes must be part of legislations which, in turn, can make training, research and dissemination of the resulting data, possible.


Se examinan aspectos históricos y conceptuales de Salud Global y Salud Mental Global, formulándose temas de revision sobre recursos, actitudes profesionales y sociales o colectivas en torno a la enfermedad mental, las varias dimensiones de la experiencia de enfermar y la vigencia de sistemas diagnósticos y de clasificación psiquiátrica a nivel mundial. Las aplicaciones de estas áreas de conocimiento en la práctica médica requieren el uso integrado de perspectivas clínicas y socio-culturales cuyo alineamiento preciso es componente esencial de un diagnóstico acertado, un tratamiento exitoso y una mejoría consistente de la salud mental como componente de la salud pública. Esta última incluye medidas preventivas aplicables en niveles de población general, comunitario y de atención en salud propiamente tal. El manejo de aspectos socio-culturales de diagnóstico y tratamiento es imperativo, al igual que el de la creciente relación entre salud mental y neurociencias. La operacionalización de estos procesos interactivos debe ser materia de legislaciones que posibiliten, a su vez, programas de adiestramiento profesional, investigación y difusión adecuada de la información resultante.


São examinados aspectos históricos e conceituais de Saúde Global e Saúde Mental Global, formulando-se temas de revisão sobre recursos, atitudes profissionais e sociais ou coletivas em torno da enfermidade mental, as várias dimensões da experiência de enfermar e a vigência de sistemas diagnósticos e de classificação psiquiátrica em nível mundial. As aplicações destas áreas de conhecimento na prática médica requerem o uso integrado de perspectivas clínicas e socioculturais cujo alinhamento preciso é componente essencial de um diagnóstico acertado, um tratamento exitoso e uma melhoria consistente da saúde mental como componente da saúde pública. Esta última inclui medidas preventivas aplicáveis em níveis de população geral, comunitário e de atenção em saúde propriamente dita. O manejo de aspectos socioculturais de diagnóstico e tratamento é imperativo, igual ao da crescente relação entre saúde mental e neurociências. A operacionalização destes processos interativos deve ser matéria de legislações que possibilitem, por sua vez, programas de adestramento profissional, pesquisa e difusão adequada da informação resultante.


Assuntos
Humanos , Saúde Mental , Transtornos Mentais/classificação , Transtornos Mentais/diagnóstico , Saúde Global , Assistência Integral à Saúde , Características Culturais , Transtornos Mentais/epidemiologia
10.
Interface comun. saúde educ ; 19(55): 1121-1132, out.-dez. 2015.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-763395

RESUMO

Este artigo apresenta uma análise teórica sobre a integração da saúde mental na atenção primária sob a perspectiva dos objetivos e estratégias da Saúde Mental Global (Global Mental Health - GMH). Esta tarefa é dividida em duas partes. A primeira parte é dedicada a estudos internacionais de revisão sobre o tema, e a segunda trata de publicações normativas e científicas brasileiras que tocam a questão. Os estudos internacionais ratificam a integração da saúde mental na atenção primária à saúde como estratégia fundamental para o alcance dos objetivos do GMH. No cenário brasileiro, o tema é relevante para as políticas e pesquisas em saúde mental, porém, os objetivos desta integração e suas formas de operacionalização demandam melhor definição. Nas conclusões, apontamos obstáculos para que a APS possa ocupar um papel estratégico para as ações de saúde mental no Sistema Único de Saúde...


Este artículo presenta un análisis teórico sobre la integración de la salud mental en la atención primaria bajo la perspectiva de los objetivos y estrategias de la Salud Mental Global (Global Mental Health - GMH). Esta tarea se divide en dos partes. La primera de ellas dedicada a estudios internacionales de revisión sobre el tema y la segunda trata sobre publicaciones normativas y científicas brasileñas que tocan el tema. Los estudios internacionales ratifican la integración de la salud mental en la atención primaria de la salud como estrategia fundamental para el alcance de los objetivos del GMH. En el escenario brasileño, el tema es relevante para las políticas e investigaciones de salud mental; sin embargo, los objetivos de esta integración y sus formas de puesta en operación exigen una mejor definición. En las conclusiones, señalamos obstáculos para que la APS pueda ocupar un papel estratégico en las acciones de salud mental en el Sistema Único de Salud...


This paper presents a theoretical analysis on the integration of mental health within primary care from the perspective of the objectives and strategies of Global Mental Health (GMH). This task is divided into two parts. The first part is dedicated to international review studies on the subject and the second deals with Brazilian regulatory and scientific publications about the issue. The international studies corroborate the integration of mental health within primary health care (PHC) as a fundamental strategy for reaching the goals of GMH. In the Brazilian scenario, this topic is important for policies and research within mental health, but the objective of this integration and the ways in which it is put into operation require better definition. We conclude by pointing out some obstacles that prevent PHC from occupying a strategic role regarding mental health actions within the Brazilian National Health System (SUS)...


Assuntos
Humanos , Estratégias de Saúde Nacionais , Saúde Mental , Atenção Primária à Saúde , Sistema Único de Saúde
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA