Anisakidae and Raphidascarididae larvae parasitizing Selene setapinnis (Mitchill, 1815) in the State of Rio de Janeiro, Brazil / Larvas Anisakidae e Raphidascarididae parasitos de Selene setapinnis (Mitchill, 1815) no Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Between February and August, 2012, thirty specimens of Atlantic moonfish, Selene setapinnis, were purchased in local markets in Niterói, State of Rio de Janeiro, Brazil, with the aim of analyzing the presence of anisakid nematodes, establishing their rates of parasitism and infection sites, due to importance in the sanitary inspection. A total of sixty nematode larvae, belonging to at least two species were found: nine larvae of Terranova sp., Anisakidae, with prevalence (P) of 13.3%, mean intensity (MI) of 2.25, mean abundance (MA) of 0.30 and range of infection intensity (RI) from 1 to 6; and 51 larvae of Hysterothylacium fortalezae, Raphidascarididae, with P = 26.7%, MI = 6.40, MA = 1.70, and RI = 1-17. The infection sites for Terranova sp. were the mesentery and liver serosa; and for H. fortalezae, the infection sites were the mesentery, abdominal cavity and liver serosa. New morphological data from scanning electron microscopy, on the external structures of H. fortalezae (mainly at the posterior end), are presented. This is the first report of H. fortalezae parasitizing S. setapinnis.

De Fevereiro a Agosto de 2012, trinta espécimes de peixe galo, Selene setapinnis, foram adquiridos de mercados locais em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, Brasil, com o objetivo de analisá-los quanto à presença de nematoides anisaquídeos, estabelecendo seus índices parasitários e sítios de infecção, devido a sua importância na inspeção sanitária. Do total de sessenta larvas de nematoides, pelo menos duas espécies foram encontradas: nove larvas de Terranova sp., Anisakidae, com prevalência (P) de 13,3%, intensidade média (IM) de 2,25, abundância média (AM) de 0,30, e amplitude de variação da intensidade de infecção (AI) de 1 a 6; e 51 larvas de Hysterothylacium fortalezae, Raphidascarididae, com P = 26,7%, IM = 6,40, AM = 1,70, e AI = 1 a 17. Os sítios de infecção para Terranova sp. foram o mesentério e a serosa do fígado; e para H. fortalezae, os sítios de infecção foram o mesentério, cavidade abdominal e serosa do fígado. Novos dados morfológicos das estruturas externas, principalmente da extremidade posterior de H. fortalezae, são evidenciados por microscopia eletrônica de varredura. Este é o primeiro relato de H. fortalezae parasitando S. setapinnis.

Community ecology of the metazoan parasites of Atlantic Moonfish, Selene setapinnis (Osteichthyes: Carangidae) from the coastal zone of the state of Rio de Janeiro, Brazil

Eighty-nine specimens of Selene setapinnis (Mitchill, 1815) collected from the coastal zone of the State of Rio de Janeiro (21-23ºS, 41-45ºW and 23º05'S, 44º30'W), Brazil, from August 2001 to May 2002, were necropsied to study their metazoan parasites. Eighty-one (91%) specimens of S. setapinnis were parasitized by one or more metazoan species. Twenty-one species of parasites were collected: 8 digeneans, 3 monogeneans, 2 cestodes, 5 nematodes, and 3 copepods. The endoparasites (digeneans, cestodes, and nematodes) were 74.1% of total number of parasite specimens collected. The monogenean Pseudomazocraes selene (Hargis, 1957) was the most dominant species with the highest prevalence in the parasite community of S. setapinnis. The metazoan parasites of this host species showed the typical aggregated pattern of distribution. Only one parasite species (Acanthocolpoides pauloi Travassos, Freitas & Buhrnheim, 1955) showed positive correlation between the host total length and parasite abundance in S. setapinnis. Caligus robustus Bassett-Smith, 1898, P. selene, and Terranova sp. demonstrated positive correlation between the host total length and prevalence. Larvae of Terranova sp. showed influence of the host sex on its prevalence. A pair of ectoparasite species, P. selene-C. robustus, exhibited positive covariation between their abundances. Two pairs of endoparasite species, L. microstomum-P. merus and A. pauloi-P. merus showed significant covariation among their abundances; and the pair Terranova sp.-Raphidascaris sp. had positive co-ocorrence and covariation in the infracommunities of S. setapinnis. Like the parasite communities of the other carangid fishes from Rio de Janeiro, the parasite community of S. setapinnis is apparently only a slightly ordered species complex, characterized by dominance of endoparasite species.

Foram coletados 89 espécimes de Selene setapinnis (Mitchill, 1815) no litoral do Estado do Rio de Janeiro (21-23ºS, 41-45ºW e 23º05'S, 44º30'W), Brasil, de agosto de 2001 a maio de 2002, os quais foram necropsiados para o estudo de seus metazoários parasitos. Foram encontrados 81 (91%) espécimes de S. setapinnis parasitados por uma ou mais espécies de metazoários parasitos, sendo coletados 21 espécies de parasitos: 8 digenéticos, 3 monogenéticos, 2 cestóides, 5 nematóides e 3 copépodes. Os endoparasitos (digenéticos, cestóides e nematóides) somam 74,1% do número total de espécimes de parasitos coletados. O monogenético Pseudomazocraes selene (Hargis, 1957) foi a espécie mais dominante e com maior valor de prevalência na comunidade parasitária de S. setapinnis. Os metazoários parasitos deste hospedeiro mostraram o típico padrão agregado de distribuição. Apenas uma espécie de parasito (Acanthocolpoides pauloi Travassos, Freitas & Bührnheim, 1955) mostrou correlação positiva entre o comprimento total do hospedeiro e a abundância parasitária. Caligus robustus Bassett-Smith, 1898, P. selene e Terranova sp. tiveram correlação positiva entre o comprimento total do hospedeiro e a prevalência parasitária. Larvas de Terranova sp. mostraram influência do sexo do hospedeiro sobre sua prevalência parasitária. Apenas um par de espécies de ectoparasitos, P. selene-C. robustus, mostraram covariação positiva entre suas abundâncias. Dois pares de espécies de endoparasitos, L. microstomum-P. merus e A. pauloi-P. merus mostraram covariação positiva entre suas abundâncias; e o par Terranova sp.-Raphidascaris sp. teve co-ocorrência e covariação positiva nas infracomunidades de S. setapinnis. Como nas outras comunidades parasitárias de peixes carangídeos do Rio de Janeiro, a comunidade parasitária de S. setapinnis aparentemente é um complexo de espécies pouco ordenado, caracterizado pela dominância de endoparasitos.