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1.
Rev. Subj. (Impr.) ; 15(1): 84-94, abril - 2015.
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-2111

RESUMO

Com este artigo tem-se por objetivo analisar como os diferentes atores envolvidos em um processo tramitado no âmbito da justiça do trabalho interpretam os sentidos atribuídos à violência. Para tanto, optou-se pela abordagem teórico-metodológica sócioconstrucionista e tomaram-se como objeto de análise as narrativas processuais registradas pelo processo trabalhista em foco. Para fins deste trabalho, considerou-se como atores do processo a trabalhadora (reclamante nominada de modo fictício de Maria) e seu advogado de defesa, o juiz do trabalho que julgava o processo e o advogado que representava os interesses do Banco H, considerado no processo como reclamado. O protocolo de análise das narrativas contidas no processo seguiu o seguinte percurso metodológico: descrição sintética das especificidades do processo trabalhista, destacando as experiências de violência vividas pela reclamante; seleção de extratos das narrativas que expressavam as "vozes" e interpretações dos atores envolvidos no processo, sobre os atos de violência retratados pelo processo trabalhista; e agrupamento das narrativas registradas no processo em três categorias que abrigam as produções discursivas dos atores, ou seja, Acusação, Defesa e Juiz do trabalho. Finalmente, foram identificadas diferentes subcategorias que pudessem revelar os sentidos da violência sob a ótica dos atores acima mencionados. A releitura e análise das práticas discursivas registradas pelo processo evidenciaram que Maria vivenciou, ao longo de sete anos de trabalho em uma organização bancária, diversos eventos cotidianos que foram reconhecidos pela justiça do trabalho como atos de violência. As análises das práticas discursivas registradas no processo judicial em foco revelaram que os atos de violência vivenciados por Maria foram interpretados de modo diferente pelos diferentes atores envolvidos. A interpretação e compreensão desses diferentes sentidos sinalizam que, dependendo dos interesses e do processo de subjetivação em jogo, a violência pode ser naturalizada, banalizada, repudiada e até mesmo admitida no contexto do trabalho.


The objective of this article is to analyze how different actors involved in a Labor JudicialProcess, which took place at a Labor Justice Court interpret meanings attributed to violence at work. The social constructionist theoretical-methodological approach was chosenin order to reach this objective, and the objects of analysis were the processual narratives recorded during the labor judicial process in focus. For the purposes of this study, the actors of the process were the worker (the complainant, fictitiously named Maria) and her defense attorney; the judge; and the lawyer who represented the interests of the Bank H, considered the claimed in the process. The protocol for analyzing the narratives contained in the judicial process followed the subsequentmethodological route: (1) a short description of the specifics of the labor judicialprocess, highlighting the complainant experiences of violence; (2) the selection of extracts from the narratives that expressed the "voices " and interpretations of the actors involved in the judicialprocess about the violence depictedin the process; and (3)the grouping of narrative extracts recorded in the judicialprocess into three categories that contained the discursive production of the three different actors, i.e. Prosecution, Defense and Judge. Finally, different subcategories were devised in order to reveal the violence meanings from the perspective of the aforementioned actors. The retelling and analysis of the discourse practices recorded during the judicial process showed that Maria experienced many everyday events, recognized by the labor justice court as acts of violence,during more than seven years of work in the bank organization. The analysis of the discoursepractices recorded in the judicial process in focus also showthat the discourse practices revealed that the violence experienced by Maria were interpreted differently by the different actors involved. The interpretation and understanding of these different meanings indicate that, depending on the interests and the subjectivation process in play, violence can be naturalized, trivialized,rejected, and even admitted in work.


Con este artículo se objetivó analizar cómo los diferentes actores involucrados en un marco de justicia llevados ante el proceso de trabajo interpretan los significados atribuidos a la violencia. Para ello se optó por el enfoque teórico-metodológico construccionista social y fue tomado como objeto de análisis las narrativas procesales registradas durente el proceso de trabajo en el enfoque. Para efectos de este estudio, se consideró como actores en el proceso de trabajo la trabajadora (llamadade denunciante, ficticiamente María) y su abogado defensor, el juez del proceso de trabajo y el abogado que representaba a los intereses del Banco H, considerado en el proceso como el denunciado. El protocolo metodológico de análisis de los relatos contenidos en el proceso siguió la siguiente ruta: breve descripción de los detalles del proceso de trabajo, destacando las experiencias de violencia experimentada por la demandante, la selección de los extractos de las narrativas que expresavan las "voces" y las interpretaciones de los actores involucrados en el proceso acerca de la violencia retratada por el proceso de trabajo, y la agrupación de las narraciones grabadas en el proceso en tres categorías que albergan la producción discursiva de los actores, es decir, la Denunciante, la Defensa y el Juez. Por último, se identificaron diferentes subcategorías que podrían revelar los significados de la violencia desde la perspectiva de los actores antes mencionados. El recuento y análisis de las prácticas discursivas registrados por el proceso mostraron que María experimentó durante más de siete años de trabajo en una entidad bancaria, muchos acontecimientos cotidianos que fueron reconocidos por el tribunal laboral como actos de violencia. El análisis de las prácticas discursivas registradas en el proceso judicial en atención reveló que la violencia experimentada por María fue interpretada de maneras diferentes por los diferentes actores involucrados en el proceso. La interpretación y la comprensión de estos diferentes sentidos indican que, en función de los intereses y del proceso desubjetivación puestos en juego, la violencia puede ser naturalizada, trivializada, rejitada y ate mismo admitida en el trabajo.


Avec cet article a été d'analyser comment les différents acteurs impliqués dans un cadre de justice portées devant le processus de travail interpréter les significations attribuées à la violence. Pour ce faire, nous avons opté pour l'approche théorique et méthodologique socio-constructiviste et a été considérée comme l'objet de récits de procédure d'analyse enregistrés par le processus de travail mis au point. Aux fins de cette étude, il a été considéré comme des acteurs dans le processus de travail (appelé le plaignant fictivement Marie) et son avocat de la défense, le juge a estimé que le processus de travail et l'avocat qui représentait les intérêts de la Banque H, considéré dans le processus selon. L'analyse de protocole des récitscontenusdans le processus méthodologique suivil'itinérairesuivant: brève description des détails du processus de travail, en soulignant les expériences de la violencesubie par le requérant, la sélectiond'extraits des récits qui expriment les «voix¼ et les interprétations des acteur simpliqués dans le processus sur la violence dépeinte par le processus de travail, et le regroupement des récitsen registrés dans le processus en trois catégoriesqui abritent la production discursive des acteurs, à savoir l'Accusation, la Défense et la Justicetravail. Enfin, différentessous-catégoriesqui pour raientrévéler la signification de la violence du point de vue des acteurs mentionnés ci-dessusontété identifiés. Le récit et l'analyse des pratiques discursivesen registrés par le processusont montré que Marie a connu plus de sept années de travaildans un organisme bancaire, de nombreux événementsquoti diensquiontétére connus par les tribunaux du travail que les actes de violence. L'analyse des pratiques discursivesen registrés dans le processus judiciaire au point a révélé que la violence subie par Maria ontété interprétés différemment par les différentes parties prenantes. L'interprétation et la compréhension de ces différents sensindiquent que, en fonction des intérêts et de la subjectivité dans le processus de jeu, la violence peutêtre naturalisé, banalisée, divorcée et a mêmead mis dans le travail.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Estresse Psicológico , Sistema de Justiça , Violência no Trabalho
2.
Psicol. soc. (Online) ; 27(1): 106-119, Jan-Apr/2015.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-736083

RESUMO

Este trabalho objetiva esclarecer as relações entre sofrimento individual e sofrimento coletivo (Sofrimento Social), no contexto dos atuais sistemas de produção. Há, na ciência, um espaço entre o coletivo e o patológico individual no âmbito da saúde coletiva e saúde pública. Investigou-se a relação entre Sofrimento Social e Sofrimento Psíquico no trabalho, no cenário teórico atual da área de Saúde Mental e Trabalho. O texto central tomado para análise é de Emmanuel Renault (2008). O método de pesquisa adotado foi uma revisão analítica, sistemática e crítica de conceitos, teorias e abordagens sobre aspectos sociais e psíquicos da relação entre sofrimento e trabalho. Os resultados confirmam que isso é uma séria e urgente questão e indicam que o sofrimento social opera em duas dimensões simultaneamente interligadas: coletiva (social) e individual (intrapsíquica). A revisão de como o Sofrimento Social agride a saúde coletiva e individual está baseada em fundamentos teóricos aprofundados...


Este estudio investigó la relación entre el Sufrimiento Social y sufrimiento psíquico en el trabajo contemporáneo, en el contexto de los sistemas de producción actuales, en el escenario teórico actual en el área de "Salud Mental y Trabajo". Hay en la ciencia un espacio entre lo colectivo y lo patológico individual. El texto central para su análisis fue tomada de Emmanuel Renault (2008). El método de investigación fue una revisión analítica y la crítica sistemática de conceptos, teorías y enfoques de los aspectos sociales y psicológicos de la relación entre el sufrimiento y el trabajo. Los resultados confirman que se trata de un problema grave y urgente y indican que el Sufrimiento Social opera en dos dimensiones interconectadas de forma simultánea: colectivo (social) y individual (intrapsíquico). Una revisión de cómo el Sufrimiento Social ataca la salud colectiva y individual se basa en fundamentos teóricos exhaustivos...


This work aims to shed new light on the relations between Individual Suffering and Collective Suffering (Social Suffering), in the context of actual production systems. There is, in the science, a gap in the collective and pathological individual, in the areas: collective and public health. This study investigated the relation between Social Suffering and Psychic Suffering at contemporary work, in the current theoretical scenery of Mental Health and Work area. And the central text analyzed was Emmanuel Renault (2008). The method of research adopted were an analytic, systematic and critical review of concepts, theories and approaches about social and psychic aspects of the relation between suffering and work. The results confirm that this is a serious and urgent question and indicates that the Social Suffering is a societal ontological phenomenon operating at two simultaneous linked dimensions: collective (social) and individual (intra-psychic). This scientific review is based too deeper theoretical fundaments...


Assuntos
Humanos , Esgotamento Profissional , Saúde Mental , Saúde Pública , Estresse Psicológico
3.
Cad. psicol. soc. trab ; 14(1): 59-72, jun. 2011.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-603245

RESUMO

O trabalho é um objeto de estudo compartilhado por diversas abordagens da psicologia, cada qual orientada por pressupostos epistemológicos, teóricos, metodológicos e deontológicos específicos. Em uma avaliação geral, três grandes ênfases são observadas no domínio da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT): cognitiva, social e, mais recentemente, clínica. Este artigo, de desenho teórico, busca delinear as características das clínicas do trabalho. Analisamos suas principais filiações e origens teóricas, as premissas assumidas e compartilhadas pelas abordagens que as representam, e seus grandes temas de pesquisa e de intervenção. Concluímos com uma proposta de situar as clínicas do trabalho tendo, como referência, uma análise paradigmática mais ampla, a qual considera a coexistência de paradigmas neopositivistas e compreensivos (não positivistas) da POT. Propomos que seu posicionamento próximo aos paradigmas compreensivos pode gerar determinadas tensões e desafios com importantes consequências para a atuação dos psicólogos (clínicos) do trabalho.


Work is a subject matter that several psychological approaches share, each one driven by specific epistemological, theoretical, methodological and deontological assumptions. Generally speaking, the realm of Organizational and Work Psychology (OWP) involves three main focuses: cognitive, social and, more recently, clinical. This article, of a theoretical nature, attempts to outline the characteristics of work clinics. We analyze their main affiliations and theoretical roots, the assumptions made and shared by their representative approaches, and their main subjects of research and intervention. We conclude with a proposal to locate work clinics using as reference a broader paradigm analysis taking account of coexisting neo-positivist and comprehensive (non-positivist) OWP paradigms. We propose that locating them close to comprehensive paradigms may lead to certain stresses and challenges, with significant consequences for the actions of (clinics) work psychologists.


Assuntos
Trabalho/psicologia
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