RESUMO
Introducción: el artículo analiza los lineamientos en educación alimentaria y de fomento agrícola que circularon en la Revista Educador Sanitario, publicación oficial de la repartición nacional de educación sanitaria de Argentina durante la década de 1960. Desarrollo: el trabajo explora las adaptaciones discursivas de los sanitaristas argentinos a las directrices internacionales de desarrollo para promover la campaña mundial contra el "hambre oculta", definida como aquellos patrones culturales alimentarios de baja calidad nutricional. Luego, examina las prescripciones dietéticas para las familias populares que pretendían estimular como hábitos, calidad, variedad y austeridad. Por último, revisa las tensiones y las contradicciones inmanentes a las referencias eruditas en torno al fomento agrícola y a las reglas del libre comercio, al evidenciar las inequidades alimentarias y la falta de infraestructura federal para lograr la ansiada modernización agroalimentaria. Conclusiones: el discurso de los desarrollistas sobre alimentación nutritiva apropiadas por la revista fueron funcionales al clima de proscripción peronista. Los consejos dietéticos y en economía doméstica apuntaron a sustituir el consumo cárnico por otras fuentes proteicas, como legumbres y lácteos, y los hidratos de carbono simples, por complejos, como las hortalizas. No obstante, sus vinculaciones con el fomento a las agroeconomías de subsistencia refutaron la pre- valencia del "hambre oculta" como problema alimentario en Argentina, pues, en sintonía con los parámetros internacionales, de esta manera se propiciaría una dinámica de redistribución alimenticia, capaz de reponer las vacancias del mercado interno y de estimular las exportaciones netas al prevenir la erosión de los saldos exportables
Introduction: This article analyzes the guidelines on food education and agricultural promotion that circulated in the Revista Educador Sanitario, the official publication of the national health education department of Argentina during the 1960s. Development: The study explores the discursive adaptations by Argentinean sanitarians to the international development guidelines toward promoting the global campaign against "hidden hunger," which referred to the cultural eating patterns of low nutritional quality food. Then, the study examines the dietary prescriptions for popular families that were intended to stimulate quality, variety, and austerity as healthy habits. Finally, it reviews the tensions and contradictions immanent in the scholarly references to agricultural promotion and free trade rules, highlighting food inequities and the lack of infrastructure at the federal level to successfully achieve the desired agri-food modern- ization. Conclusions: The developmentalist disourse on nutritious food appropriated by the Revista were found to be functional to the climate of peronist prescription. Dietary and home economics suggestions attempted to substitute meat consumption for other protein sources such as legumes and dairy products and that of simple carbohydrates for complex ones such as vegetables. However, their links with the promotion of subsistence agro-economies refuted the prevalence of "hidden hunger" as a food problem in Argentina. In line with the international parameters, this approach would promote a dynamic of food redistribution to replenish the gaps in the domestic market and stimulate net exports by preventing the erosion of exportable balances.
Introdução: o artigo analisa as orientações sobre educação alimentar e promoção agrícola que circularam na Revista Educador Sanitário, publicação oficial do departamento nacional de educação sanitária da Argentina durante a década de 1960. Desenvolvimento: o trabalho explora as adaptações discursivas que foram feitas por sanitaristas argentinos às diretrizes de desenvolvimento internacional para promover a campanha global contra a "fome oculta", definida como aqueles padrões alimentares culturais de baixa qualidade nutricional. Em seguida, examina as prescrições alimentares para famílias populares que visavam estimular a qualidade, a variedade e a austeridade como hábitos. Por fim, revisa as tensões e contradições inerentes aos referenciais acadêmicos sobre desenvolvimento agrícola e regras de livre comércio, evidenciando as iniquidades alimentares e a falta de infraestrutura no nível federal para alcançar a tão esperada modernização agroalimentar. Conclusões: os discursos desenvolvimentistas sobre alimentação nutritiva apropriados pela Revista foram funcionais ao clima de proscrição pero- nista. Aconselhamento dietético e de economia doméstica visando a substituição do consumo de carne por outras fontes de proteína, como leguminosas e laticínios; e carboidratos simples para os complexos, como vegetais. No entanto, seus vínculos com a promoção de agroeconomias de subsistência refutaram a prevalência da "fome oculta" como problema alimentar na Argentina. Pois bem, em sintonia com os parâmetros internacionais, isso promoveria uma dinâmica de redistribuição de alimentos, capaz de repor as vagas no mercado interno e estimular as exportações líquidas ao evitar a erosão dos saldos exportáveis
Assuntos
HumanosRESUMO
As drogas foram construídas como um problema mundial por organismos internacionais, responsáveis pela elaboração de normativas com a finalidade de combater seu consumo, cultivo e comércio, enquanto interpreto esse fenômeno como um problema público, criado a partir da universalização de algo tão específico quanto a compreensão segundo a qual elas devem ser usadas para fins médicos e científicos. Esta visão de mundo mobiliza grandes estruturas burocráticas e moralizantes onde agentes engendram esforços para disputar a hegemonia no Sistema Internacional de Controle de Drogas que, por sua vez, é organizado pela Organização das Nações Unidas. Seus Estados-Membros disputam a hegemonia de um campo que viu seu balizador se quebrar recentemente, qual seja, o Consenso de Viena, o entendimento de que a demanda por drogas deve ser extinta. Mas, na Década da Gestão do Dissenso (2009-2019), o principal argumento, tanto dos agentes hegemônicos, quanto daqueles contra-hegemônicos, persistiu: deve-se proteger a saúde. Com o objetivo de identificar e compreender as estratégias de legitimação adotadas durante a 62ª Sessão da Comissão de Drogas Narcóticas (2019), empregamos uma metodologia que conjugou etnografia de eventos e de documentos, observação participante e realização de entrevistas semiestruturadas. Foram delineadas 15 estratégias, acionadas num contexto de árdua batalha entre delegações de todos os continentes por categorias referentes à Redução de Danos e aos Direitos Humanos, como "atitudes não estigmatizantes" e "mulheres que usam drogas". Esperamos colaborar para debates institucionais em escala global e local mais permeáveis às contribuições das Ciências Sociais e Humanas em Saúde, fortalecendo uma ciência capaz de reformular radicalmente a política de drogas
Drugs were constructed as a global problem by international bodies, responsible for drafting regulations in order to combat their consumption, cultivation and trade, while I interpret this phenomenon as a public problem, created from the universalization of something as specific as understanding that they should be used for medical and scientific purposes. This worldview mobilizes large bureaucratic and moralizing structures where agents engender efforts to dispute hegemony in the International Drug Control System, which, in turn, is organized by the United Nations. Its Member States are vying for the hegemony of a field that has recently seen its beacon broken, namely the Vienna Consensus, the understanding that the demand for drugs should be extinguished. But, in the Decade of Dissent Management (2009-2019), the main argument, from both hegemonic agents and those against hegemonic ones, persisted: health must be protected. In order to identify and understand the legitimation strategies adopted during the 62nd Session of the Commission on Narcotic Drugs (2019), we used a methodology that combined ethnography of events and documents, participant observation and semi-structured interviews. Fifteen strategies were outlined, triggered in a context of an uphill battle between delegations from all continents for categories related to Harm Reduction and Human Rights, such as "non-stigmatizing attitudes" and "women who use drugs". We hope to contribute to institutional debates on a global and local scale that are more permeable to the contributions of the Social and Human Sciences in Health, strengthening a science capable of radically reshaping drug policy.
Assuntos
Controle Social Formal , Agências Internacionais , Drogas Ilícitas , Direitos HumanosRESUMO
Este artigo tem como objetivo aprofundar o debate acerca da influência exercida pelas agências internacionais nos processos que deram origem aos conselhos de políticas públicas no Brasil como canais institucionais de participação. Situa a intensa atividade internacional do final da Segunda Guerra Mundial e a criação dos organismos multilaterais. Detém-se na reflexão sobre o papel das agências internacionais na área da saúde no Brasil, buscando reconstruir as orientações que incidiram no estímulo a estratégias participativas nas políticas públicas, que culminaram com a criação dos conselhos de saúde, referência inaugural para outras áreas implantarem seus sistemas descentralizados e participativos.
This article aims at deepening the debate on the influence of international agencies in the processes that gave rise to the councils of public policies as institutional channels of participation in Brazil. It focuses on the intense international activity at the end of World War II and the creation of multilateral institutions. It contemplates the international agencies'role in the field of health policies in Brazil, and it seeks to reconstruct the guidelines that focused on the stimulation of participatory strategies that led to the creation of health councils, which were the first reference for other areas to implement their decentralized and participatory systems.
RESUMO
O artigo analisa o processo de formulacao, legitimacao e implementacao de uma politica de recorte racial no ambito da Organizacao Pan-Americana da Saude (OPAS). O trabalho compreende a emergencia do tema no interior da organizacao internacional, a dinamica institucional em torno da questao e as propostas centradas na populacao negra na America Latina. Essas sao abordadas com base nas interacoes estabelecidas entre a OPAS e um conjunto de agencias intergovernamentais e organizacoes privadas com atuacao relevante no dominio da saude internacional. O envolvimento da OPAS com a tematica etnico-racial fornece elementos para entendimento do duplo papel desempenhado por organizacoes intergovernamentais no novo cenario global: como atores sociais e arenas. Como ator social importante no campo da saude internacional, a OPAS produziu e disseminou valores e enunciados prescritivos relacionados com a tematica etnico-racial. Como arena, a organizacao mostrou-se permeavel a interesses de origens variadas, com sua burocracia interna procurando movimentar-se em sintonia com os mesmos.
The article analyzes the formulation, legitimation, and implementation of a policy with an ethnic/race approach by the Pan American Health Organization (PAHO). The study includes the emergence of the theme within this international organization, the institutional dynamics related to it, and the proposals focused on the Black population in Latin America. These issues are discussed on the basis of interaction between PAHO and a range of intergovernmental agencies and private organizations working in the international health domain. Participation by PAHO in the ethnic/racial theme provides elements for understanding the dual role played by intergovernmental organizations in the new global scenario, as both social actors and arenas. As an important social actor in the international health field, PAHO has produced and disseminated values and guidelines related to the ethnic/racial theme. As an arena, the organization has proven open to various interests, seeking to work harmoniously with them through its internal administration.