Comparação de métodos para avaliação de beta-hidroxibutirato em ovelhas / Comparison of methods for evaluation of beta-hydroxybutyrate in ewes

Atualmente o uso de sensores portáteis para mensuração de corpos cetônicos está padronizado e difundido na rotina clínica, contudo estudos em ovinos são escassos. Assim, a presente pesquisa objetivou avaliar a acurácia dos sensores portáteis de uso humano e de uso veterinário para a determinação de beta-hidroxibutirato (BHB) em ovelhas no final da gestação e no pós-parto recente. Foram utilizadas 37 amostras de sangue provenientes de nove ovelhas mestiças Corriedale. A determinação bioquímica de BHB no soro, considerada como o padrão-ouro, foi realizada utilizando-se metodologia enzimática colorimétrica. A média obtida na bioquímica sérica foi de 0,497mmol/L; no sensor de uso humano, a média foi igual a 0,537mmol/L, enquanto no sensor de uso veterinário foi de 0,751mmol/L. Foi verificada alta correlação entre o dosímetro de uso humano e o padrão-ouro (r=0,93, P<0,001). A média do aparelho de uso veterinário diferiu das demais (51%; P<0,05), superestimando os resultados em ovelhas. As medições obtidas no aparelho veterinário também apresentaram menor precisão e veracidade. Concluiu-se que o sensor portátil de uso humano é mais acurado e mais preciso no diagnóstico precoce de toxemia da gestação em ovelhas.

Currently the use of portable sensors for measuring ketone bodies is standardized and diffused in the clinical routine, however, studies in sheep are scarce. Therefore, the present study aimed to evaluate the accuracy of the human portable sensor and the veterinary portable sensor for the determination of beta-hydroxybutyrate (BHB) in sheep at the end of gestation and postpartum. We used 37 samples of blood from nine crossbred Corriedale sheep. Biochemical determination of serum BHB, considered gold standard, was performed using colorimetric enzymatic methodology. The mean serum biochemistry was 0.497mmol/L, in the human sensor the mean was 0.537mmol/L, while in the veterinary sensor it was 0.751mmol/L. A high correlation was verified between the dosimeter for human use and the gold standard (r= 0.93, P< 0.001). The mean of the veterinary apparatus differed from the others, being 51% (P< 0,05), higher than the standard, that is, it was less accurate and had lower veracity, overestimating the results in sheep. It was concluded that the portable sensor for human use is more accurate and accurate in the early diagnosis of toxemia of pregnancy in sheep.

Inclusão de cloreto de amônia na dieta pré-parto de ovelhas leiteiras e sua influência nos metabolismos do cálcio e energético / Inclusion of ammonium chloride in the pre-partum diet in dairy sheep and its influence on calcium and energetic metabolism

Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de avaliar o efeito da inclusão de cloreto de amônia na dieta pré-parto de ovelhas leiteiras sobre o pH urinário, cálcio sérico e metabolismo energético dos animais. Foram utilizadas vinte fêmeas ovinas da raça Lacaune, separadas em dois grupos: o Grupo Controle (GC, n=10) que recebeu a dieta pré-parto sem adição de cloreto de amônia e o Grupo Tratado (GT, n=10) que recebeu a dieta pré-parto com a inclusão de 0,4% de cloreto de amônia do total de matéria seca (MS) consumida por animal/dia. As coletas de urina e sangue ocorreram aos 120 (M0), 127 (M1) e 135 (M2) dias de gestação. Foram avaliados o pH urinário e os níveis séricos de cálcio, cetonas, glicose e colesterol. Houve redução no pH urinário no GT nos dias 127 e 135 de gestação. Os valores de cetonas séricas foram inferiores no GT no dia 135 de gestação enquanto que os níveis de cálcio e colesterol foram superiores neste grupo no mesmo momento tempo avaliado. Não houve diferença nos valores de glicose entre os grupos. Desta forma, conclui-se que a inclusão de 0,4% de cloreto de amônia do total de matéria seca consumida por animal/dia na dieta pré-parto de ovelhas leiteiras foi eficiente na manutenção da calcemia neste período e que esta pode estar associada à não redução do status energético em ovelhas gestantes.

This research was done to evaluate the effect of inclusion of ammonium chloride in the pre-partum diet in dairy sheep over the urinary pH and in calcium and energetic metabolism of these animals. Twenty ewe of Lacaune breed were separated into two groups, the Control Group (CG, n = 10) that received pre-partum diet without ammonium chloride and Treated Group (TG, n = 10) that received the diet pre-partum with 0.4% of ammonium chloride in total dry matter (DM) consumed per animal/day. The samples of urine and blood were collected in 120 (M0), 127 (M1) and 135 (M2) days of gestation. The parameters assessed were the urine pH and serum levels of calcium, ketones, glucose and cholesterol. In the urinary pH assay occurred a reduction in the GT on 127 and 135 days of gestation. The values were lower in the serum ketones in GT on 135 of gestation on the day whereas calcium levels and cholesterol levels were higher in this group at the same experimental time. There was no difference in glucose values between groups. Thus, it is concluded that inclusion of 0.4% of ammonium chloride to the total dry matter intake per animal/day in the pre-partum diet of milk sheep was effective in maintaining calcium levels over this period. And yet, this maintenance of calcium levels may be associated with no reduction in energy status in pregnant ewes.