RESUMO
Se há um símbolo que encapsula a história da antropologia física, talvez seja aquele de um crânio associado a um compasso para medição craniométrica. Na segunda metade do século XIX e no início do XX, na fase áurea da antropologia física, houve intensa geração de aparatos tecnológicos, sobretudo na Alemanha e na França, para determinação das características corporais. As medidas craniana talvez tenham sido as que mais se notabilizaram, mas foram desenvolvidos pelos antropólogos físicos equipamentos para escrutinar praticamente todas as partes do corpo, incluindo cor dos olhos, formato das orelhas, tamanho do nariz, e assim por diante. Este capítulo é um ensaio sobre a coleção de instrumentos antropométricos do Setor de Antropologia Biológica do Museu Nacional. Muito mais do que descrever a coleção, o interesse foi refletir sobre a história da disciplina no Brasil tomando como eixo de análise os instrumentos utilizados nas pesquisas, tratando-os como fontes históricas.