RESUMO
Usando a apirase de batata como antígeno, as propriedades imunogênicas das isoformas de ATP difosfohidrolase de S. mansoni foram inicialmente exploradas em esquistossomose experimental. Elevada reatividade de anticorpos IgG2a e IgG1 contra esta proteína vegetal foi observada em soro de camundongos BALB/c na fase aguda da infecção (8-9ª semana pós-infecção). Elevada reatividade de anticorpos IgG1 com a apirase de batata, mas não de IgG2a, foi encontrada na fase crônica da infecção (17ª semana pós-infecção), diferenciando sorologicamente as fases da infecção. Adicionalmente, foi observado que o inóculo de apirase de batata em camundongos BALB/c saudáveis tem marcante atividade estimulatória, aumentando significativamente os níveis de anticorpos IgG1 e IgG2a específicos. O subtipo IgG1 de camundongo, mas não IgG2a, reage com a ATP difosfohidrolase presente na preparação de SEA. A reatividade de anticorpos contra a apirase de batata foi monitorada por um período de 11 meses em camundongos BALB/c tratados com oxaminiquina na fase crônica da doença.
A reatividade de IgM, IgG total ou IgG1 contra a apirase de batata reduziu significativamente (~60%) após 11 meses, enquanto IgG2a, que esteve elevada na fase aguda, perde a significância na fase crônica e permanece inalterada na etapa do pós tratamento. Após a quimioterapia, os camundongos foram re-infectados com 100 cercárias, e nenhuma diferença significativa foi observada na soropositividade de IgG1, mas uma elevação significativa de IgG2a foi detectada nos camundongos re-infectados sugerindo uma nova fase aguda e sua participação nos mecanismos de proteção contra o Schistosoma. Estudos in silico demonstraram uma íntima relação estrutural e evolucionária entre a apirase de batata e as isoformas de ATP difosfohidrolases de S. mansoni. A predição de modelos tridimensionais sugeriu que os domínios conservados podem estar expostos e disponíveis para a ligação com anticorpos. O perfil de reatividade de anticorpos contra a apirase de batata foi, então, estudado em amostras de soros obtidas de pacientes com esquistossomose, moradores de três áreas endêmicas diferentes. Amostras de soros de grupos de adultos e crianças mostraram alta reatividade contra a apirase de batata, com elevação dos níveis de anticorpos IgA, IgE, IgG1 ou IgG4, com diferenças significativas entre eles. Após a quimioterapia, redução significativa ou ausência de reatividade de anticorpos contra a apirase de batata foi observada nestes pacientes. Esses achados podem estar associados à resistência ou susceptibilidade
Assuntos
Humanos , Animais , Masculino , Feminino , Bovinos , Camundongos , Ratos , Apirase/genética , Esquistossomose mansoni/genética , Trifosfato de Adenosina/análiseRESUMO
Usando a apirase de batata como antígeno, as propriedades imunogênicas das isoformas de ATP difosfohidrolase de S. mansoni foram inicialmente exploradas em esquistossomose experimental. Elevada reatividade de anticorpos IgG2a e IgG1 contra esta proteína vegetal foi observada em soro de camundongos BALB/c na fase aguda da infecção (8-9ª semana pós-infecção). Elevada reatividade de anticorpos IgG1 com a apirase de batata, mas não de IgG2a, foi encontrada na fase crônica da infecção (17ª semana pós-infecção), diferenciando sorologicamente as fases da infecção. Adicionalmente, foi observado que o inóculo de apirase de batata em camundongos BALB/c saudáveis tem marcante atividade estimulatória, aumentando significativamente os níveis de anticorpos IgG1 e IgG2a específicos. O subtipo IgG1 de camundongo, mas não IgG2a, reage com a ATP difosfohidrolase presente na preparação de SEA. A reatividade de anticorpos contra a apirase de batata foi monitorada por um período de 11 meses em camundongos BALB/c tratados com oxaminiquina na fase crônica da doença.
A reatividade de IgM, IgG total ou IgG1 contra a apirase de batata reduziu significativamente (~60%) após 11 meses, enquanto IgG2a, que esteve elevada na fase aguda, perde a significância na fase crônica e permanece inalterada na etapa do pós tratamento. Após a quimioterapia, os camundongos foram re-infectados com 100 cercárias, e nenhuma diferença significativa foi observada na soropositividade de IgG1, mas uma elevação significativa de IgG2a foi detectada nos camundongos re-infectados sugerindo uma nova fase aguda e sua participação nos mecanismos de proteção contra o Schistosoma. Estudos in silico demonstraram uma íntima relação estrutural e evolucionária entre a apirase de batata e as isoformas de ATP difosfohidrolases de S. mansoni. A predição de modelos tridimensionais sugeriu que os domínios conservados podem estar expostos e disponíveis para a ligação com anticorpos. O perfil de reatividade de anticorpos contra a apirase de batata foi, então, estudado em amostras de soros obtidas de pacientes com esquistossomose, moradores de três áreas endêmicas diferentes. Amostras de soros de grupos de adultos e crianças mostraram alta reatividade contra a apirase de batata, com elevação dos níveis de anticorpos IgA, IgE, IgG1 ou IgG4, com diferenças significativas entre eles. Após a quimioterapia, redução significativa ou ausência de reatividade de anticorpos contra a apirase de batata foi observada nestes pacientes. Esses achados podem estar associados à resistência ou susceptibilidade