RESUMO
Embora aparentemente incipiente, compostos contendo Bário podem induzir quadro de intoxicaçäo pouco estudados. Envenenamentos têm ocorrido em animais, pela ingestäo de inseticidas inôrganicos `a base de bário (Bartic & Pistak, 1981). No homem eles ocorrem por penetraçäo intrapulmonar de Sulfato de Bário, por ingestäo de Cloreto de Bário, ou por inalaçäo habitual de resíduos anemófilos contendo Bário, advindos da soldadura de metais (Caldas et al., 1984). Na presente investigaçäo tenta-se simular em três grupos de experimentos, os agentes causais e efeitos capazes de induzir alteraçöes na fisiologia de cobaios: 1) Efeitos in vivo, de doses (4 -12 mg/Kg) de Cloreto de Bário (BaCl2) e de extrato de resíduos metálicos ricos em bário solúvel (BaF); 2) Efeitos in vitro, de BaCl2, e BaF em músculo liso de cobaio; e 3) o uso de propranolol e Nifedipina nos experimentos citados. In vivo, observam-se: efeitos brancoconstritores, nas aplicaçöes por aerosol ou por via venosa; arritmias cardíacas, com inversäo de onda T; e complexos QRS bizarros e extrassístoles, com elevaçäo da pressäo arterial. In vitro, ielo isolado e segmentos de parenquima pulmonar e traquéia, mostraram respostas contráteis de longo curso, com menores potência e eficácia do que as da histamina e acetilcolina. In vivo e in vitro os efeitos foram antagonizados pela nifedipina (10-6-10-9M). In vivo, propranolol (4 mg/Kg) bloqueou parte dos efeitos pressores do bário, e ecentuou as arritmias cardíacas. Conclui-se que uma exposiçäo continuada, a compostos de bário solúvel, constitui perigo potencial para os sistemas respiratório e cardiovascular. E, ainda, que o uso Nifedipina previniria os efeitos nocivos, enquanto que Propranolol seria contra-indicado