Cristalúria como um método auxiliar de investigação de pacientes litiásicos: uma experiência na Região Metropolitana de Fortaleza / Cristalluria like method of lithiasis investigation in patients: an experience in the metropolitan region of Fortaleza

Objetivo: identificar, através da cristalúria, os cristais mais freqüentemente observados em portadores de litíase urinária, na região de Fortaleza. Materiais e métodos: 755 cristalúrias proveniente de 464 pacientes, 51,3 porcento masculino, idade de 32,1 ± 1,2 anos, no período de 1993 a 1996. Resultados: A chance de cristalúria positiva nesta população variou de 34,6 porcento a 41,6 porcento. Nos pacientes litiásicos, a cristalúria mostrou uma sensibilidade de 40,7 porcento e especificidade de 63,9 porcento. Os cristais mais freqüentemente, em ordem decrescente: COD, COM, AUD, PACC, bruxita e estruvita. Conclusão: Nossos resultados sugerem que oxalato e ácido úrico podem desempenhar um importante papel na patogênese dos cálculos urinários nesta Região.

Citrato urinário na nefrolitíase / Urinary citrate in nephrolithiasis

O citrato tem dois efeitos importantes na prevençäo da nefrolitíase conhecidos como efeitos solubilizante e inibidor da cristalizaçäo dos sais de cálcio. É um ácido tricarboxílico que faz parte do ciclo de Krebs, sendo livremente filtrado e excretado pelos rins. A sua excreçäo pela urina pode sofrer influência de vários fatores, tais como a idade, o sexo, o conteúdo de ácido cítrico, proteínas e sódio na dieta, a atividade física, o equilíbrio ácido-básico, etc. Este trabalho tem como objetivo verificar a influência do sexo e da idade na excreçäo de citrato pela urina em pacientes com nefrolitíase. Para tal, realizamos a medida de citrato na urina de 24 horas (método enzimático) em 98 indivíduos do sexo masculino (36 ñ 13,5 anos) e 124 do sexo feminino (36 ñ 12,7 anos), todos com cálculo renal. Verificamos que o sexo influenciou significativamente na excreçäo urinária de citrato, com as mulheres excretando mais (527 ñ 225 mg/24 horas) do que os homens (409 ñ 210 mg/24 horas) (p=0,0001). A prevalência de hipocitratúria foi bem maior nos homens (41 porcento) do que nas mulheres (18 porcento). Quando os dois grupos (sexo masculino e feminino) foram separados de acordo com a idade observamos que, até os 40 anos, as mulheres excretaram mais citrato do que os homens. Se considerarmos somente o fator idade verificamos que homens até 20 anos apresentaram valores de citrato significativamente menores do que aqueles com idade acima de 20. Já nas mulheres, a excreçäo de citrato pela urina näo foi estatisticamente diferente nas categorias de idade estudadas

Avaliaçäo de pacientes com litíase renal em regiäo de clima quente / Assessment of kidney stone patients in hot regions

O objetivo deste estudo é desenvolver um serviço de litíase renal e detectar as alteraçöes metabólicas associadas a essa doença em pacientes da cidade de Catanduva, Säo Paulo. Foram estudados 65 pacientes (40 mulheres e 25 homens), entre 1996 e 1999, com idade variando entre 18 e 67 anos. O protocolo utilizado consistiu de avaliaçäo clínica e exames complementares (bioquímica de imagem e dos principais elementos litogênicos plasmáticos e urinários). Para a análise dos resultados, foi utilizado o teste "t" de Student para amostras independentes e consideradas insignificantes quando p é menor que 0,05. Pelo menos, uma alteraçäo metabólica foi encontrada em 98,5 porcento dos casos avaliados.A reduçäo do volume urinário (77 porcento) foi a alteraçäo metabólica mais frequente, seguida pela hipocitratúria (62 porcento), hiperexcreçäo de ácido úrico (32 porcento), hipercalciúria (27 porcento), outras alteraçöes (8 porcento),e sem alteraçäo detectada (1,5 porcento). A detecçäo de, pelo menos, uma alteraçäo metabólica encontrada na grande maioria dos pacientes avaliados comprova a eficácia do protocolo aplicado nesse trabalho. O estudo sugere que a elevada prevalência de alteraçöes metabólicas associadas à litíase renal justifica a investigaçäo sistemática dos pacientes litiásicos. O estabelecimento de centros regionais com serviço de litíase renal deverá näo só favorecer aos pacientes dessas regiöes, bem como contribuir, no sentido epidemiológico, para um maior conhecimento dessa doença no Brasil.(au)