RESUMO
Foram estudadas 96 crianças portadoras de toxoplasmose congênita, com idade variável entre 0 e 11 anos de vida, procedentes do HCL-UFMG, em Belo Horizonte. O diagnóstico foi estabelecido com base em exames clínicos e testes sorológicos. As lesöes de retinocoroidite foram analisadas sob o ponto de vista de sua incidência, lateralidade e distribuiçäo topográfica, correlacionando-as com a idade e o sexo dos pacientes. Essas lesöes estavam presentes em 77% (74) dos pacientes e predominavam na faixa etária de 0 a 4 meses. Näo houve preferência por nenhum dos sexos, sendo essas lesöes bilaterais em 68% (50) das vezes e unilaterais em 31% (23). O pólo posterior isoladamente foi a regiäo retiniana mais atingida, abrigando 52% (39) das lesöes. Trinta por cento (22) das retinocoroidites atingiram conjuntamente o pólo posterior e a regiäo periférica da retina, enquanto a regiäo periférica isoladamente foi atingida em 17% (13). Foi detectada uma nítida associaçäo entre as lesöes de retinocoroidite e a presença de estrabismo. Pode-se afirmar que essas lesöes retinianas säo constantes e frequentes na toxoplasmose congênita e, por isso mesmo, de considerável valor diagnóstico
Assuntos
Humanos , Recém-Nascido , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Imunoglobulina G/fisiologia , Imunoglobulina M/fisiologia , Manifestações Oculares/diagnóstico , Oftalmoscopia/instrumentação , Retina/lesões , Estrabismo/diagnóstico , Toxoplasmose Congênita/epidemiologia , Brasil , Manifestações Oculares/etiologia , Toxoplasmose Congênita/patologiaRESUMO
A Síndrome de EEC (ectrodactilia, displasia ectodérmica e fenda labial e/ou palatina) é um raro distúrbio de herança autossômica dominante, expressividade variável e baixa penetrância. Além das malformaçöes dos pés e das mäos, dos lábios e/ou pálato, a síndrome manifesta-se com as características típicas da displasia ectodérmica. As manifestaçöes oculares incluem fotofobia, blefarite crônica, ceratoconjuntivite seca, vascularizaçäo corneana e alteraçöes de vias lacrimais. Apresentamos um caso de ectrodactilia e displasia ectodérmica com importante comprometimento ocular ocasionando baixa acuidade visual. A ausência de fenda labial ou palatina é explicada pela variabilidade de expressäo da síndrome. O pronto reconhecimento da Síndrome de EEC e o adequado acompanhamento oftalmológico säo indispensáveis, uma vez que a deteriorizaçäo progressiva da visäo é, na maioria das vezes, o aspecto mais incapacitante da síndrome
Assuntos
Humanos , Feminino , Criança , Deformidades Congênitas da Mão/diagnóstico , Deformidades Congênitas do Pé/diagnóstico , Displasia Ectodérmica/genética , Manifestações Oculares/genética , Brasil , Displasia Ectodérmica/diagnóstico , Manifestações Oculares/diagnóstico , Manifestações Oculares/terapiaRESUMO
Ceratite intersticial näo sifilítica com sintomas vestíbulo-auditivos (Sindrome de Cogan) é uma entidade clínica rara. Os autores descrevem um caso de uma paciente feminina de 34 anos de idade que apresentou sinais e sintomas vestíbulo-auditivos característicos da doenäa e manifestaçöes oculares atípicas. O quadro corneano era de opacidade estromal anelar bilateral por possíveis depósitos de colesterol e no fundo do olho, observava-se edema de papila bilateral durante a evoluçäo.