Políticas curriculares intersetoriais entre educação, cultura, ciências e saúde: experiências de investigação-ação-participação em áreas de exclusão social no Rio de Janeiro / Brasil

RESUMO

Este artigo discute questões referentes à exclusão social no Brasil e as ações intersetoriais, com foco no processo social de construção da juventude e algumas estratégias de articulação entre educação, saúde e cultura numa perspectiva de promoção do desenvolvimento por meio do fortalecimento das redes de interação social e resiliência. Para tanto, apresenta o processo e os resultados de duas pesquisas baseadas no método da Investigação- Ação- Participativa com a comunidade de uma área de favela na cidade do Rio de Janeiro a partir de ações articuladas de pesquisa e extensão. Como resultados, podemos considerar que as duas experiências apontam positivamente como alternativas para lidar com a exclusão social da juventude, contudo as Políticas públicas Intersetoriais entre Educação, Cultura e Saúde não alcançaram todavia uma articulação capaz de fortalecer essas práticas. Ainda encontramos dificuldades, por exemplo, em integrar as atividades e ações dos profissionais da saúde com atividades e ações dos profissionais da educação, apesar da existência do Programa Saúde na Escola. No nível do território, a dificuldade de entendimento da dinâmica dessas duas áreas ­ em termos teóricos e práticos - emergiu de maneira crítica. São agendas distanciadas como se aquelas instituições de saúde e de educação não estivessem falando e tratando das mesmas pessoas, do mesmo lugar ­ a favela ­ e possivelmente, dos mesmos problemas.(AU)

ABSTRACT

This article discusses issues related to social exclusion in Brazil and intersetorial curricular policies, focusing on the social process of youth construction and some intersetorial articulation strategies between education in sciences and health education with a view to promoting human development through the strengthening of networks of social interaction and resilience. For that, it presents a result of longitudinal action research developed in a vulnerable community in the city of Rio de Janeiro from two articulated actions. As results we can consider that the two experiences of intersetorial actions point positively as alternatives to deal with youth vulnerability, however, the Intersetorial Curricular Policies between Education, Culture, Sciences and Health have not yet reached an articulation capable of strengthening these practices. We still find difficulties, for example, in integrating the activities and actions of health professionals with activities and actions of education professionals, despite the existence of the Health in School Program. At the territorial level, the difficulty of understanding the dynamics of the two areas - in theoretical and practical terms - emerged critically. They are distanced agendas as if those health and education institutions were not talking about and treating the same people, from the same place - Manguinhos territory - and possibly, the same problems.(AU)