Estado atual do tratamento medicamentoso de trombose venosa profunda na cirurgia vascular do HSPM / Current status of drug treatment for deep vein thrombosis in vascular surgery in HSPM

RESUMO

Durante décadas a única opção para o tratamento medicamentoso das condições tromboembólicas venosas foi o uso das heparinas seguido dos antagonistas da vitamina K, como a varfarina sódica, que se demonstravam efetivos no tratamento de tais condições, porém essa medicação possui algumas desvantagens como janela terapêutica estreita, interações com outras medicações e alimentos, além do fato de requerer monitorização laboratorial periódica. Com o surgimento dos novos anticoagulantes orais, tais drogas apareceram como uma alternativa ao tratamento da TVP, demonstrando através de diversos estudos sua não inferioridade em relação a eficácia da anticoagulação, bem como uma série de vantagens quando comparados ao tratamento convencional. Nesse sentido, este projeto se propõe a avaliar a prática clínica da cirurgia vascular do HSPM no tratamento medicamentoso da TVP e demonstrar com o que já se tem descrito na literatura sobre a atual participação e benefícios dos novos anticoagulantes orais no manejo da TVP. Para isso foram utilizados os prontuários eletrônicos do HSPM acerca de pacientes internados pela Cirurgia Vascular com TVP no intervalo entre junho de 2020 a junho de 2021 para o levantamento da medicação administrada. Também foram utilizados dados da literatura de referência para respaldar a comparação entre os anticoagulantes convencionais e os novos anticoagulantes. Os resultados obtidos apontam para a baixa utilização dos novos anticoagulantes orais no HSPM, sendo oferecido a apenas 5 dos 55 pacientes internados no intervalo de um ano, isso porque o SUS não fornece a medicação, tendo como justificativa o impacto orçamentário sem ganho significativo de eficácia. A literatura consultada, no entanto, relata a segurança e eficácia satisfatória dos novos anticoagulantes orais, e indica que apesar desses medicamentos serem mais caros que a varfarina, há considerável redução dos custos relativos à internação e/ou acompanhamento médico. Assim, conclui-se que essas novas drogas são boas alternativas ao tratamento convencional, porém deve haver adequação ao quadro do paciente, às suas condições socioeconômicas e à disponibilidade do SUS. Palavras-chave Novos anticoagulantes orais. Trombose. Varfarina. Trombose venosa profunda. Xarelto