Lipschütz ulcer and Epstein-Barr virus infection: a case report / Úlcera de Lipschütz e infecção pelo vírus Epstein-Barr: um relato de caso

ABSTRACT

Aims: Lipschütz ulcer (LU), also known as acute vulvar ulcer, is a rare cause of vulvar ulcerations of nonvenereal origin. Our aim is to alert about this manifestation of the disease and to prevent unnecessary treatment. Case description we present a 15 years old female, without relevant family and past history, admitted in the emergency room with a painful vulvar ulcer, preceded by five days of fever and sore throat. On physical examination, she had enlarged, and erythematous tonsils and bilateral anterior cervical lymphadenopathy and the genital examination revealed vulvar oedema and a deep ulcer with necrotic plaques in labium minus. The exclusion of transmitted sexual disease led to a diagnosis of Lipschütz ulcer. She started symptomatic treatment, oral antibiotic and corticoid therapy. She was discharged from the hospital after 6 days of admission and returned to a consult one month later when it was observed an almost complete resolution of the lesions. No recurrences occurred until 3 months. Conclusion: LU is a misdiagnosed pathology, probably because doctors, in general, are not familiarized with that, and since the diagnosis is made by exclusion. Infectious, such as Epstein-Barr Virus infections, are proposed etiologies.

RESUMO

Objetivo: a úlcera de Lipschütz, ou úlcera vulvar aguda, é uma causa rara de ulceração de origem não venérea. O nosso objetivo é alertar para essa manifestação da doença e prevenir tratamentos desnecessários. Descrição adolescente, sexo feminino, 15 anos, sem história pessoal ou antecedentes familiares de relevo. Recorreu ao Serviço de Urgência por febre e odinofagia, com cinco dias de evolução, associada a uma úlcera vulvar dolorosa, que surgiu no próprio dia. O exame clínico revelou amígdalas hipertrofiadas e eritematosas, linfadenopatia cervical anterior, e o exame ginecológico apresentou edema da vulva e uma úlcera profunda, com placas necróticas nos lábios menores. A exclusão de uma doença sexualmente transmissível levou ao diagnóstico de úlcera de Lipschütz. Ficou internada no Serviço de Pediatria e iniciou tratamento sintomático, antibioterapia por sobreinfeção da úlcera e corticoterapia tópica. Teve alta após seis dias de hospitalização e foi reavaliada em consulta um mês depois, com resolução completa do caso. Não apresentou recorrência da úlcera até aos três meses seguintes. Conclusão: a úlcera de Lipschütz é uma doença subdiagnosticada, muito provavelmente porque os médicos não estão familiarizados com ela e por ser um diagnóstico de exclusão. A infeção pelo vírus Epstein-Barr é uma das etiologias propostas.