A retrospective study on the oral health of patients in the intesive care unit / Um estudo retrospectivo sobre a condição bucal de pacientes em unidade de terapia intensiva

ABSTRACT

Introduction: the oral condition of patients in the Intensive Care Unit (ICU) is extremely important for clinical status monitoring, as lesions in the oral mucosa may imply complications and worsening of the health status of these patients. A higher probability of adherence, colonization, and bacterial infection in the oral cavity of patients in the ICU has also been reported. The poor oral hygiene conditions of these patients may be related to the reduction of salivary flow and difficulties in maintaining oral hygiene in a hospital environment, which rarely employs dentists on staff. Objective: to analyze the dental condition of patients admitted to the ICU of Roberto Santos General Hospital, Salvador, Bahia, Brazil. Methodology: a total of 73 patients were evaluated through an oral examination performed with a wooden spatula and sterile gauze under natural light, and data were collected and analyzed. Results: The most commom oral lesions were tongue-coating (41%) and ulcerations in the oral mucosa caused by trauma or dehydration (19.1%). The occurrence of pseudomembranous candidiasis (8.2%), dehydration of the lips and mucosa (26%), and angular cheilitis (9.5%) was additionally recorded. It was observed that 31.5% patients had more than 10 days of hospitalization and of these, 26% presented pseudomembranous candidiasis. This clinical condition was not seen in patients with a shorter hospital stay. Conclusions: this study suggest a possible association between the length of stay of these patients and the clinical conditions presented. Thus, the results of this study may guide preventive and curative measures implemented by dental surgeons who may, in the future, be part of the multidisciplinary team of professionals working in the hospital environment, especially in ICUs.

RESUMO

Introdução: a condição oral de pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é de extrema importância na evolução do quadro clínico desta população, já que lesões na mucosa oral podem implicar em complicações e agravo do estado de saúde destes indivíduos. Tem sido relatado também maior probabilidade de aderência, colonização e infecção bacteriana na cavidade oral de pacientes que se encontram em leitos de UTI. As condições precárias de higiene oral que estes pacientes normalmente apresentam podem estar relacionadas à redução do fluxo salivar e às dificuldades de higienização oral inerentes ao ambiente hospitalar, o qual geralmente não conta com cirurgiões-dentistas integrando a equipe de profissionais da instituição. Objetivo: a presente pesquisa visou analisar a condição odontológica de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Geral Roberto Santos. Metodologia: setenta e três foram avaliados através de um exame bucal, realizado com espátula de madeira e gaze estéril sob a iluminação de luz natural e seus dados foram coletados e analisados. Resultados: as lesões orais mais comuns foram saburra lingual (41%) e ulcerações na mucosa oral provocadas por trauma ou ressecamento (19,1%). A ocorrência de candidíase pseudomembranosa (8,2%), lábios e mucosas desidratados (26%) e queilite angular foi adicionalmente registrada. Foi observado que dos 31,5% dos pacientes com mais de 10 dias de internação, 26% apresentaram candidíase pseudomembranosa. Essa condição clínica não foi observada em pacientes com menor tempo de internação. Conclusão: o presente estudo sugere uma possível associação entre o tempo de internação destes pacientes e as condições clínicas apresentadas. Desta forma, a descrição dos resultados desta investigação pode contribuir para nortear os cuidados preventivos e curativos a serem adotados por cirurgiões-dentistas que futuramente integrem a equipe multidisciplinar de profissionais que atuam no ambiente hospitalar, em especial, nas unidades de terapia intensiva.