Pesquisar coletivamente: deslocamentos sensíveis em tempos de distanciamento / Researching collectively: sensitive displacements in times of distance

RESUMO

Em ondas de resiliência e devastação, projetos coletivos na interface arte e saúde foram desafiados pelos efeitos da pandemia de Covid-19. O Laboratório Pacto-USP acompanhou e interveio nesses efeitos, reativando sua história e inventando novas estratégias. Nesse artigo serão destacadas vivencias no bojo da pesquisa cartográfica "Deslocamentos sensíveis inscrições públicas dos modos de existência de projetos coletivos na interface arte e saúde na cidade de São Paulo". Como acolher esse acontecimento inesperado? Como uma vida coletiva poderia ser inventada e sustentada nessas circunstâncias? Como pensar, neste contexto, a equação entre conexão, exposição e reserva? Qual a responsabilidade desta pesquisa com a sustentação dessa rede e dessas vidas? Suspender a pesquisa não era uma opção. Era preciso acompanhar, intervir, cuidar, estar junto. Pensar como as ferramentas digitais poderiam favorecer e o que interditariam dos encontros possíveis. A pesquisa foi mantida em composição com esses atravessamentos, registrados em escritos e imagens, tecendo uma cartografia do processo. A importância de reportar esse período da experiência advém do reconhecimento das artes e tecnologias de interação que emergiram do desafio de seguir em propósitos ético-políticos de pesquisar coletivamente.

ABSTRACT

In waves of resilience and devastation, collective projects at the art and health interface were challenged by the effects of the Covid-19 pandemic. The Research Group Pacto, University of São Paulo, followed and intervened in these effects, reactivating its history and inventing new strategies. This article will highlight strategies experienced in the context of the research "Sensitive displacements public inscriptions of the modes of existence of collective projects at the art and health interface in the city of São Paulo". How to host this unexpected event? How could a collective life be invented and sustained under these circumstances? How to think, in this context, the equation between connection, exhibition and reservation? Which is the responsibility of this research with sustaining this network and these lives? Suspending the research was not an option. It was necessary to accompany, to care, to be together. To think how digital tools would favor and what it would interdict. The research was continued in composition with these questions, registered in writings and images, which weaved a cartography of the process. The importance of reporting on this period of experience comes from the recognition of the arts and interaction technologies that emerged from the challenge of following the ethical-political purposes of researching collectively.