Percepção de pessoas em situação de rua sobre o tratamento da tuberculose / Perception of homeless people about the treatment of tuberculosis

RESUMO

Objetivo: Conhecer a percepção de pessoas em situação de rua em relação ao tratamento da tuberculose. Métodos: Estudo qualitativo, com base na história oral temática. Foram entrevistadas 24 pessoas em situação de rua no município de São Paulo, em tratamento da tuberculose e vinculados a duas Unidades Básicas de Saúde, no período de junho a julho de 2018. Resultados: Emergiram três categorias A situação de rua como desafio para o enfrentamento da tuberculose; o impacto do tratamento na vida dos usuários; as potencialidades e os limites dos serviços de saúde no apoio ao tratamento. Os participantes destacaram que o fato de viver em situação de rua impacta no tratamento da tuberculose, pois as medidas de isolamento e monitoramento são menos efetivas. Em contrapartida, a possibilidade de cura e a relação estabelecida com os profissionais de saúde foram fundamentais para a adesão ao tratamento. Considerações finais A tuberculose na população de rua deve ser compreendida na perspectiva da determinação social do processo saúde-adoecimento. Por outra parte, desafios inerentes aos esquemas terapêuticos, condições de vida na rua, vulnerabilidades individuais, coletivas e programáticas dos serviços e políticas públicas que precisam ser considerados na construção das estratégias de cuidado. (AU)

ABSTRACT

Objective: To understand homeless people's perception in relation to the treatment of tuberculosis. Methods: A qualitative study based on thematic oral history. Twenty-four homeless individuals from the city of São Paulo undergoing treatment for tuberculosis and linked to two Basic Health Units were interviewed from June to July 2018. Results: Three catego-ries emerged Homelessness as a challenge to coping with tuberculosis; The impact of treatment on users' lives; and The potential and limits of health services in supporting the tuberculosis treatment. The participants highlighted that the fact of living on the streets exerts impacts on their treatment, as isolation and monitoring measures are less effective. On the other hand, the possibility of cure and the relationship established with health professionals were fundamental for adherence to the treatment. Final considerations Tuberculosis in the street population must be understood from the perspective of the social determination of the health-disease process. Added to the challenges inherent to the treat-ment of tuberculosis, life conditions on the street, as well as individual, collective and programmatic vulnerabilities of the services and public policies need to be considered in the care strategies. (AU)