Aristoteles and the anatomy of the nervous system (Nota Histórica) / Aristoteles e a anatomia do sistema nervoso (Historical Note)

ABSTRACT

Aristoteles was probably the first anatomist in the modern sense of this term. He wrote on human anatomy relying on the external aspects, and the lacking data on internal structures were generalized through the study of lower animals. The different body regions were described according to a precise topography, and his contribution to the development of anatomy was extensive, as he correctly described many organs and introduced new terms to indicate anatomical structures. Regarding the nervous system, he identified the brain and the two hemispheres, the cerebellum, and the spinal cord. The brain coverings, the meninges, were identified, a tougher external, and a delicate internal, and the related blood vessels. He described the bony casing, the skull and part of its bones and sutures, as well as the vertebral column formed by distinct holed vertebrae. The sensory organs were also defined, but he overlooked the presence of nerves, confusing such structures with vessels, tendons, ducts, among other similar structures. Additionally, he explained the functions of the brain, to which he attributed an important role, despite his cardiocentric standpoint. More than twenty and three centuries have elapsed since Aristoteles began his biological investigation, and his work was and continues to be admired, despite the inaccuracies that were pointed out by later authors. Evidently, knowledge on anatomy of the nervous system before Aristoteles was very scant, thus, it must be recognized that the pioneer anatomical studies he performed may be seen as fundamental, leaving a solid ground for future research on anatomy.

RESUMO

Aristóteles foi provavelmente o primeiro anatomista no sentido moderno deste termo. Escreveu sobre anatomia humana baseado nos aspectos externos, e os dados em falta sobre as estruturas internas eram generalizados através do estudo de animais inferiores. As diversas regiões do corpo foram descritas de acordo a uma topografia precisa e sua contribuição para o desenvolvimento da anatomia foi extensa, considerando que ele descreveu corretamente muitos órgãos e introduziu novos termos para indicar estruturas anatômicas. Considerando o sistema nervoso, identificou o cérebro e os dois hemisférios, o cerebelo e a medula. As coberturas cerebrais, as meninges, foram identificadas, uma externa resistente, e uma delicada interna, e os vasos sanguíneos relacionados. Descreveu o invólucro ósseo, o crânio e parte de seus ossos e suturas, assim como a coluna vertebral formada por vértebras perfuradas distintas. Os órgãos sensoriais também foram descritos, mas a presença de nervos foi ignorada, confundindo tais estruturas com vasos, tendões, dutos, entre outras estruturas similares. Adicionalmente, descreveu funções do cérebro, ao qual atribuiu um papel importante, apesar do seu ponto de vista cardiocêntrico. Mais de vinte e três séculos decorreram desde que Aristóteles começou suas investigações biológicas, e sua obra foi e continua sendo admirada, apesar das imperfeições apontadas por autores que se seguiram. Evidentemente, o conhecimento da anatomia do sistema nervoso antes de Aristóteles era muito escasso, assim, deve ser reconhecido que os estudos anatômicos pioneiros que ele realizou podem ser vistos como fundamentais, deixando solo firme para pesquisas futuras sobre anatomia.